Entenda por que é preciso se vacinar para entrar em alguns países

Pediatra explica que existe a vacinação obrigatória e a recomendada, dependendo do lugar para onde se vai

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São Paulo

Esta semana, o certificado de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro virou notícia após suspeitas de que ele possa ter sido falsificado —em resumo, é investigado se as vacinas que aparecem no documento foram de fato aplicadas.

Certificados como o que o ex-presidente emitiu são necessários em algumas viagens internacionais, quando o turista quer entrar em um país que exige que determinadas vacinas sejam tomadas. Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, quando os cientistas já tinham desenvolvido uma vacina contra a doença, ela passou a ser exigência em quase todos os lugares do mundo.

Enfermeira carimba carteiras de vacinação no centro de imunização Santa Joana, no bairro Jardim Paulista - 06.out.2022-Mathilde Missioneiro/Folhapress

"Os países que já tinham a doença controlada antes de outros países não queriam receber novas variantes nem novos casos, e exigiam a comprovação de vacina ou de testagem negativa para saber se o indivíduo não estava doente", lembra o pediatra Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

"O Brasil, inclusive, exigiu por um tempo a obrigatoriedade de o viajante estar vacinado", completa.

Independentemente da doença em questão, essa é a principal razão pela qual vários países no mundo têm suas listas de vacinas obrigatórias para todos os turistas que queiram visitá-los. "Há doenças que estão controladas naquele país, ou que nunca existiram lá, e o país não quer que turistas entrem ali carregando o vírus", diz Renato.

"Então, o país pede que os turistas venham protegidos e sem a doença. O exemplo mais clássico é o da febre amarela, cuja vacina é exigida em diversos lugares do mundo."

O pediatra explica, ainda, que não adianta se vacinar na véspera da viagem. "As vacinas levam um tempo para fazer efeito. Depende da doença, mas em geral leva uns 15 dias para que o objetivo daquela vacina seja cumprido", ensina.

"Por isso, é preciso tempo, não dá para se vacinar no aeroporto e embarcar. Você precisa ter uma programação de viagem. A vacina da febre amarela, por exemplo, leva sete dias para que comece a fazer efeito."

Por isso, os adultos precisam conferir com antecedência o que cada país exige neste aspecto. Renato diz que há centros de atendimento de medicina de viagem que podem ajudar com essa programação de vacinação —em São Paulo, o principal deles fica no Hospital Emílio Ribas, e também há atendimento dessa natureza em clínicas privadas de vacinas.

Quando se trata de vacinas obrigatórias, ele lembra que, como o próprio nome já sugere, não é possível embarcar sem elas. "A pessoa é barrada no aeroporto, não entra no avião sem comprovar a vacinação. São exigências de um regulamento sanitário internacional", diz.

Mas há também outro tipo de vacinação de viagem, quando uma imunização é recomendada, mas não imposta. "Quando você vai viajar para locais onde estão ocorrendo surtos de determinadas doenças, é importante se proteger para não adoecer na viagem", explica Renato.

"Por exemplo: você pode ir fazer ecoturismo em regiões onde há raiva e talvez você tenha contato com morcegos em cavernas, ou vai para locais com surto de meningite, casos de paralisia infantil, febre tifoide", enumera.

"As vacinas recomendadas vão depender do tipo de viagem, se ela é metropolitana ou de aventura, do tempo que você vai permanecer naquele lugar, da sua idade, se você é criança ou adulto etc. Por isso, é importante se informar, pedir à família para conversar com um médico de confiança e estar sempre com as vacinas todas em dia."

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

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