Descrição de chapéu primavera

Primavera Sound estreia em São Paulo como uma opção indie entre os megafestivais

Sucesso em Barcelona, evento traz Lorde, Arctic Monkeys e Travis Scott prometendo menos perrengue e mais música

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A cantora Lorde, que se apresenta no Primavera Sound, em São Paulo Justin J Wee/The New York Times

São Paulo

Um dos principais festivais de música do mundo, realizado anualmente em Barcelona, o Primavera Sound desembarca em São Paulo para sua primeira edição brasileira neste fim de semana. O trapper Travis Scott, as cantoras pop Lorde e Björk e a banda de rock Arctic Monkeys são as atrações principais de sábado e domingo, mas a escalação está recheada de novidades e queridinhos da crítica.

Sobretudo na Europa, o Primavera é conhecido como um festival feito para os amantes de música —especialmente aqueles dedicados a ouvir os lançamentos de cada semana ou pérolas esquecidas. No Brasil, o evento segue essa linha, se apresentando como uma alternativa mais indie aos megafestivais do país —Rock in Rio e Lollapalooza.

Na contramão dos dois concorrentes, o Primavera aposta em gente que foi alçada ao sucesso recentemente, abrindo mão de clássicos e velharias. São os casos de Phoebe Bridgers, Japanese Breakfast, Father John Misty e Mitski, entre outros, todos grandes no nicho da música alternativa.

Lorde é quem puxa o bonde da música pop, vertente que conta com Charli XCX, Jessie Ware e Caroline Polachek, que lançaram álbuns elogiados pela crítica internacional há pouco. Já MC Dricka se destaca na seara do funk.

Entre os rappers, Travis Scott finalmente desembarca no país, após ter sua vinda ao Lollapalooza cancelada devido à pandemia de Covid-19. Há nomes nacionais, como L7nnon, Tasha e Tracie e Don L, além de JPEGMafia, americano que faz uma música experimental usando colagens e diferentes texturas eletrônicas.

Há também nomes menos conhecidos, como a banda de pop rock japonesa Chai, o cantor americano Helado Negro, a banda britânica Beak e a cantora espanhola Bad Gyal. Já o palco eletrônico deve atrair diversos fãs para os sets de Joy Orbison, Seth Troxler e John Talabot, além de outros.

Entre os brasileiros, os nomes são de diversos estilos, como Liniker, Terno Rei, Badsista, Tim Bernardes, Josyara, entre outros. Estão em destaque também duas revelações do jazz nacional, Amaro Freitas e Jonathan Ferr, além do consagrado Hermeto Pascoal.

Fora essa escalação que mira um público mais alternativo, o Primavera traz novidades também na estrutura. Realizado no Distrito Anhembi, o festival ocupa o auditório, com capacidade para 2.700 pessoas, um estacionamento, onde cabem 45 mil, um galpão para 9.000, onde fica a pista eletrônica, e dois espaços no Sambódromo —um para 40 mil e outro para 15 mil.

É a primeira vez que um evento dessa magnitude ocupa tantos espaços do complexo, que fica na zona norte de São Paulo. Ainda é preciso ver como vai funcionar o fluxo —são esperadas 55 mil pessoas por dia, ainda que tenham sido postos à venda 60 mil ingressos para cada dia—, mas a ideia é espalhar o público, em vez de reunir fãs em apresentações grandiosas —como fazem Rock in Rio e Lollapalooza, cuja capacidade chega a 100 mil pessoas por dia.

O Primavera também se diferencia por fugir da aposta na experiência em detrimento da música —ou seja, não há roda gigante nem montanha russa, e nenhuma estrutura que lembre um shopping center, como nos concorrentes. O mais perto disso é a área de alimentação com opções diferentes.

O maior palco do Primavera, onde vão tocar Travis Scott e Arctic Monkeys, já causou polêmica nas redes sociais por ter diversas árvores que podem atrapalhar a visão dos espectadores. Nesta quinta, dia 3, Alexandre Faria, vice presidente da Live Nation Brasil, que faz o evento, comentou o assunto.

"A gente compensou com nove torres extras de vídeo de LED e a gente podou as árvores", ele afirmou. "Então a gente entende que a visão nesse palco não está prejudicada. Vai ser um palco diferente, com áreas de sombra."

Outra preocupação do público é relacionada ao transporte, já que o festival termina às 2h da manhã nos dois dias. "A gente vai ter uma linha especial para o festival, que sai do metrô Tietê e vem até o Anhembi", disse Gustavo Pires, presidente da SPTuris, a jornalistas.

Essa linha de ônibus passa a operar uma hora antes do evento, ou seja, ao meio-dia, e para de operar uma hora depois, às 3h. O metrô, no entanto, só vai ficar aberto 30 minutos a mais do que o horário usual, fechando por volta de 1h10 nos dois dias. Isso significa que quem quiser ficar até o fim não vai ter como usar esse tipo de transporte.

"Os headliners terminam no horário do metrô", disse Alexandre Faria. "Arctic Monkeys, Lorde, Travis Scott e Björk vão terminar a tempo de pegar o metrô. Quem quiser ficar vai ter acesso às linhas de ônibus e ao ponto de aplicativo."

Prometendo ser um megafestival com menos perrengue e mais música, o Primavera traz atrações que dificilmente viriam em outra circunstância. Resta saber se a fórmula, bem-sucedida em Barcelona, vai ser viável no Brasil —até quinta-feira, os ingressos ainda não estavam esgotados.

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