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Heloisa Buarque de Hollanda é eleita imortal da Academia Brasileira de Letras

Votação para cadeira que foi de Nélida Piñon usou urnas eletrônicas pela primeira vez na história da instituição

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São Paulo

A escritora e crítica literária Heloisa Buarque de Hollanda, de 83 anos, foi escolhida nesta quinta para ocupar a cadeira número 30 da Academia Brasileira de Letras.

Uma das principais formuladoras e compiladoras do pensamento feminista brasileiro, a autora se torna décima mulher imortal da Academia na história.

Heloisa Buarque de Hollanda durante participação na Flip, em 2016 - Keiny Andrade/Folhapress

Buarque de Hollanda foi eleita com 34 votos de 38 acadêmicos aptos a participar da eleição. A votação aconteceu, pela primeira vez, por meio de urnas eletrônicas, que foram emprestadas à Academia pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.

Até então, as eleições aconteciam apenas por carta, presencialmente através de cédulas ou por voto virtual —dessa vez, apenas 13 acadêmicos que não estavam presentes votaram em papel.

A vaga surgiu depois da morte da escritora Nélida Piñon, em dezembro passado aos 85 anos, vencedora de prêmios como o Príncipe das Astúrias e um dos grandes nomes da literatura do país.

A perda foi bastante sentida entre os acadêmicos, uma vez que Nélida já tinha presidido a Casa de Machado e era uma participante ainda muito ativa em seus bastidores.

A cadeira 30 tem como patrono o jornalista e romancista Pardal Mallet e foi fundada elo carioca Pedro Rabelo. Além de Rabelo e Piñon, já ocuparam a posição Heráclito Graça, Antônio Austregésilo e Aurélio Buarque de Holanda —parente do primeiro marido de Heloisa.

Buarque de Hollanda foi alçada ao estrelato literário como responsável pela coletânea "26 Poetas Hoje", nos anos 1970, que colaborou para pôr em cena alguns dos principais autores de sua geração, como Ana Cristina Cesar, Cacaso e Chacal.

Ela remodelou a coletânea há alguns anos com uma nova proposta, "As 29 Poetas Hoje", da Companhia das Letras, selecionando apenas mulheres. Recentemente também organizou três livros sobre feminismo para a Bazar do Tempo, casa em que também publicou os ensaios memorialísticos de "Onde É que Eu Estou?" ao completar 80 anos.

A escritora e crítica cultural é ainda professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde deu aulas e fez seu doutorado em literatura brasileira.

Buarque de Hollanda concorria com Oscar Araripe, Denilson Marques da Silva, José Gildo Pereira Borges e José Milton Monteiro Araújo da Silva. Ela era favorita desde o começo do páreo.

Na próxima quinta, haverá outra eleição rumorosa na Academia, para ocupar a vaga deixada por Cleonice Berardinelli. Concorrem o quadrinista Mauricio de Sousa, o filólogo Ricardo Cavaliere e o jornalista James Akel.

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