Aeroporto de Brasília tem racionamento de combustível, mas operação é normal

Continua podendo pousar apenas aeronaves que possam decolar sem abastecer no terminal

Motoristas fazem fila em posto de gasolina que estão ameaçados de ficar sem combustível por conta da greve em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
Igor Gielow Angela Boldrini
São Paulo e Brasília

O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, informou no início da noite desta quinta (24), que está em racionamento de combustível e que continuam sendo autorizados pousos apenas de aeronaves que possam decolar sem abastecer no terminal.

A operação do aeroporto, porém, é normal até o momento. Segundo a Inframérica, responsável pelo local, há reservas de combustível que devem durar até a manhã de sexta (25). 

Em nota, foi informado que apenas um caminhão com 60 mil litros de combustível de aviação chegou ao terminal. Diariamente, diz a concessionária, o aeroporto recebe 20 caminhões. 

Durante a greve dos caminhoneiros, iniciada na segunda (21), apenas dez veículos chegaram ao local, sob escolta policial. 

A Inframérica informa que os passageiros de voos programados para saírem do aeroporto devem consultar as empresas aéreas para questões sobre cancelamentos e atrasos. 

No Twitter do terminal, informava-se que até as 17h de quinta haviam sido registrados apenas dez atrasos e um cancelamento.

Brasília é o terceiro terminal mais movimentado do Brasil e, por sua posição central, é o maior ponto de conexões do país. 

Pela manhã, o movimento no aeroporto de Brasília estava tranquilo. Funcionários das empresas aéreas respondiam a dúvidas de passageiros sobre se a greve de caminhoneiros estava afetando decolagens e aterrissagens, mas tudo ocorria com normalidade. 

OUTROS AEROPORTOS

Os aeroportos de Brasília, Goiânia, Ilhéus, Recife e Teresina estão com restrição de combustível devido à greve dos caminhoneiros, segundo informações da companhia aérea Latam, que decidiu flexibilizar as regras de remarcação de passagem e isentar multas para troca de bilhetes em aeroportos afetados. 

A Infraero não especifica quais são os aeroportos de sua rede que podem estar sofrendo risco de desabastecimento e em qual prazo. ​

MAIS REFLEXOS DA GREVE 

No quarto dia de greve, caminhoneiros fazem bloqueios em rodovias federais em 22 estados e no Distrito Federal. O motivo do protesto é o custo do diesel. O petróleo subiu de preço e a Petrobras repassa as flutuações nas cotações internacionais às refinarias. 

Nesta quarta-feira (23), Pedro Parente, presidente da Petrobras, disse que reduziria o preço do diesel em 10% por 15 dias. 

Além dos aeroportos, as consequências dos atos refletem em outras áreas e serviços pelo país. O Rio de Janeiro pode sofrer com falta de água; há relatos de falta de combustível em postos em SP, RJ, MT e DF; e, sem ração, animais devem ser submetidos ao abate sanitário.

Em Santa Catarina, hospitais privados e filantrópicos estão cancelando cirurgias eletivas e já enfrentam problemas de abastecimento de materiais. Como os caminhões não estão circulando, as unidades não estão recebendo com regularidade remédios, alimentos e materiais.

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