"Greve é vitoriosa", diz coordenador da FUP

Lucas Vettorazzo
Rio de Janeiro

O coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), José Maria Rangel, declarou em vídeo divulgado a sindicalistas que a greve dos trabalhadores das refinarias é vitoriosa, apesar de ter sido suspensa antes do prazo planejado. 

Petroleiros deram início a uma paralisação de 72 horas a partir da 00h de quarta-feira (30). A ideia seria fazer um ato de emergência e dar início às discussões para uma greve por tempo indeterminado em junho. 

A FUP decidiu encerrar a paralisação nesta quinta-feira (31) depois que o Tribunal Superior do Trabalho considerou a greve ilegal e determinou multa de R$ 2 milhões a cada entidade que descumprisse a decisão. 

“Estamos saindo de uma greve que é, sim, extremamente vitoriosa. Conseguimos dialogar diretamente com a pauta da sociedade, que não aguenta mais pagar o preço abusivo que está sendo cobrado no litro da gasolina, do óleo diesel e também pelo botijão de gás”, disse Rangel, em vídeo. 

A greve em âmbito nacional foi puxada pela FUP e teve a adesão da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros). Segundo um petroleiro do Rio que pediu que seu nome não fosse divulgado, os sindicatos ligados a FUP, que são maioria no país, acataram a orientação nacional, enquanto os ligados à FNP, em menor número, ainda estão deliberando em assembleias ao longo desta quinta-feira (31) o que fazer.

RECUO

Em nota publicada em seu site na manhã de quinta-feira, a FUP afirmou que trata-se de "um recuo momentâneo e necessário para a construção da greve por tempo indeterminado".

Segundo a Petrobras, todas as suas unidades estão operando. A empresa diz que a greve já foi encerrada em mais de 95% das suas unidades. "Onde ainda é necessário, equipes de contingência atuam e a situação caminha para a normalidade e para o encerramento do movimento." Não há impacto na produção nem risco de desabastecimento, diz a petroleira.

A Fup fez duras críticas à gestão da Petrobras e às decisões do TST, que, segundo a nota,  foram tomadas com o intuito de "criminalizar e inviabilizar os movimentos sociais e sindicais".

"O TST joga o jogo do capital e não deixaria barato a greve dos petroleiros" afirmou a FUP. 

Para a entidade, as multas são "abusivas e extorsivas" e jamais seriam aplicadas "contra os empresários que submetem o país a locautes para se beneficiarem política e economicamente". 

"Os petroleiros saem da greve de cabeça erguida, pois cumpriram um capítulo importante dessa luta, ao desmascarar os interesses privados e internacionais que pautam a gestão da Petrobrás", diz a nota. 

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