Estoques lotados, avião faz viagem só com bagagens e o que importa no mercado

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Estoques lotados

Depois de serem atingidos por um desabastecimento provocado pela pandemia, agora os estoques globais estão ficando lotados de produtos.

O que explica:

  • Trauma da Covid: com o temor de novas oscilações na oferta, principalmente com as políticas anticovid da China, as empresas aumentaram seus estoques também com a previsão de uma alta no consumo.
  • Desincentivos: o combo perverso de pressão inflacionária e alta dos juros atinge boa parte do mundo e acaba limitando o poder de compra dos consumidores, o que reduz a saída dos estoques.

Em números: o estoque de 2.349 companhias globais de manufatura chegou a um valor recorde de US$ 1,87 trilhão (R$ 10 trilhões) no final de março, segundo dados da FactSet compilados pelo jornal japonês Nikkei.

  • É uma alta de US$ 97 bilhões (R$ 523 bilhões) em relação ao trimestre anterior e o maior patamar da série histórica, iniciada há dez anos.

Por que importa: o excesso de estoques é mais um baque para as empresas em um momento de pressão nos custos de todos os lados.

  • Com mais produtos nos galpões, aumenta a despesa com armazenamento e os preços devem cair para que o nível dos estoques alivie.

E aqui? Por suas características mais verticalizadas, sem depender tanto do que vem de fora, as empresas brasileiras sofrem menos em momentos de estresse logístico.

  • A última sondagem industrial feita pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), em maio deste ano, mostra uma pequena redução nos estoques em relação ao mês anterior.

Bolsa em alta ou em queda? Para esses fundos, pouco importa

Fundos de investimento com estratégia "long and short" têm conseguido atravessar a maré negativa do mercado neste ano.

Alguns inclusive com rentabilidade positiva entre 6% e 10% na primeira metade do ano, caso dos fundos das gestoras Ibiuna Investimentos, XP Asset e Apex Capital. O Ibovespa caiu 5,99% no período.

Entenda: a ideia é ganhar com ações independente do momento da Bolsa. Para isso, os gestores usam uma estratégia comprada (long) em ativos em que eles acreditam que devem se valorizar e vendida (short) em papéis que tendem a se desvalorizar.

  • As táticas variam, com a compra e venda de ações de empresas de um mesmo setor ou de índices das Bolsas, contratos de commodities etc.

Mais sobre investimentos:

Mais juros:
os juros reais (taxa de juros futuros descontada a inflação projetada em 12 meses) no país estão na casa de 8,5%. Esse é o maior patamar desde o segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando estava em 9,54%.

Mais Risco: medido pelo CDS (Credit Default Swap) de 10 anos, o risco Brasil está no nível mais alto desde 2016. Entenda como esse patamar elevado afeta os juros e os investimentos no blog De Grão em Grão.

China também preocupa: principal parceira comercial do Brasil, a segunda maior economia do mundo tem gerado cada vez mais preocupação no mercado, escreve o colunista Marcos de Vasconcellos.


Um voo só para malas

Em meio ao caos aéreo europeu, a companhia Delta usou um Airbus A330 para levar 1.000 malas de Londres para Detroit, nos Estados Unidos, sem nenhum passageiro a bordo.

Entenda: as bagagens haviam sido extraviadas por um problema técnico no aeroporto de Heathrow, em Londres, no começo de junho.

  • O resultado foi um acúmulo gigantesco de bagagens e confusão entre os passageiros na hora de encontrar objetos pessoais.
uma infinidade de malas amontoadas no chão
"Mar de malas" no aeroporto de Heathrow, em Londres - Aeroin

O que explica o caos aéreo: é uma combinação de demanda aquecida pelo verão no Hemisfério Norte com uma escassez de funcionários.

  • Uma parcela dos que foram demitidos no auge da pandemia não quer voltar ao trabalho, e muitos dos que lá estão são afastados por dias quando são contaminados com a Covid.
  • O problema em Londres é tão grande que o aeroporto de Heathrow pediu às aéreas que parem de vender passagens, diante da superlotação esperada para a temporada.

Mais sobre setor aéreo:

  • As primeiras unidades devem ser entregues em 2026, com um custo estimado de US$ 3 milhões. Em maio, a Eve estreou na Bolsa de Nova York e suas ações acumulam desvalorização de cerca de 20% desde então.

Startup da Semana: Carbonext

O quadro "Startup da Semana" traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.

A startup: fundada em 2010, gera créditos de carbono a partir da preservação de milhões de hectares que correm risco de desmatamento na floresta amazônica.

Em números: a startup anunciou na última semana ter recebido um aporte de R$ 200 milhões em uma rodada Série B (entenda aqui as etapas de investimento em startups). O aporte foi feito pela Shell Brasil.

Que problema resolve: com a preservação ambiental, a Carbonext gera e comercializa créditos de carbono para empresas ou pessoas que querem compensar suas emissões.

Por que é destaque: além de ter sido o maior investimento em startups anunciado na última semana na América Latina, a Carbonext atua no mercado de carbono, um sistema que vem pautando a discussão climática em boa parte do mundo, mas que ainda engatinha no Brasil.

Mais sobre a startup: entre seus clientes, estão Buser, Uber, TIM e C6 Bank. A Carbonext diz preservar aproximadamente 2 milhões de hectares na floresta amazônica.


A semana em resumo

Foram seis rodadas de captação feitas na América Latina, com US$ 99,6 milhões (R$ 538 milhões) em investimentos. A semana teve o menor número de aportes anunciados por startups da região no ano.

O Brasil registrou US$ 38 milhões (R$ 205 milhões) em três rodadas, o México teve duas captações com US$ 60 milhões (R$ 324 milhões) e o Chile teve um aporte de US$ 1,4 milhão (R$ 7,5 milhões).

Os dados são fornecidos pela plataforma Sling Hub.

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