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Datafolha: Auxílio Brasil sobe e chega a 28% dos eleitores, mas apoio a Bolsonaro estaciona

No levantamento anterior, eram 24% os beneficiados; Lula tem 58% das intenções de voto de beneficiários

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São Paulo


Pesquisa Datafolha mostra que 28% dos eleitores brasileiros recebem ou moram com algum beneficiário do Auxílio Brasil, de acordo com levantamento realizado de 27 a 29 de setembro. Na pesquisa da semana anterior, eram 24%.

No levantamento da semana passada, eram 1.636 entrevistados em famílias que recebem o auxílio. Agora, são 1.937, 301 entrevistados a mais.

A intenção de voto dessas pessoas no primeiro turno ficou estável entre os dois levantamentos. Entre esses eleitores, o ex-presidente Lula (PT) teria 58% dos votos, ante 59% na semana anterior e 57% há cerca de 15 dias —todas as oscilações dentro da margem de erro. O percentual dos que votariam no presidente Jair Bolsonaro (PL) se manteve em 26% nos três levantamentos.

Bolsonaro e Lula no debate da TV Globo entre os candidatos à Presidência da República - Reprodução/TV Globo

Como tem mostrado o Datafolha, a diferença entre os dois candidatos é menor entre eleitores que não recebem o Auxílio Brasil: 44% para Lula e 37% para Bolsonaro. Os dois oscilaram um ponto percentual para cima em relação à pesquisa anterior.

A avaliação positiva sobre o governo se manteve em 27% entre os beneficiários e oscilou de 34% para 33% entre os que não recebem o auxílio.

O benefício social, reajustado às vésperas da campanha para o valor mínimo de R$ 600, é uma das principais apostas do governo que busca a reeleição. De 19 a 30 de setembro, o benefício foi pago a 20,65 milhões de famílias, 450 mil a mais do que em agosto, quando 20,2 milhões tiveram direito à renda.

Na última terça-feira (27), o governo publicou as regras para a contratação de empréstimos consignados pelos beneficiários. O valor emprestado está limitado a R$ 2.569,34, com uma taxa máxima de juros de 3,5% ao mês e prazo de até dois anos.

Bolsonaro prometeu em sua campanha eleitoral um pagamento extra de R$ 200 às famílias do Auxílio Brasil por meio de um benefício criado em 2021 e que ele próprio não implementou. No Orçamento de 2023, o programa ficou com uma reserva de R$ 105,7 bilhões, suficiente para bancar o benefício médio de R$ 405,21.

Os dados estão em linha com os recortes por faixa de renda. Entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos (50% dos ouvidos neste levantamento), o petista mantém dianteira de 31 pontos sobre o presidente: 57% a 26% dos totais. Bolsonaro empata com Lula ou tem vantagem sobre o antecessor em todos os segmentos a partir dos R$ 2.424 de renda média mensal no lar do entrevistado.

A pesquisa mostra também que o vale-gás pago pelo governo federal chegou a 10% dos entrevistados, ante 7% detectados na semana anterior.

O ex-presidente Lula lidera a corrida com 50% dos votos válidos, o que mantém aberta a possibilidade de vencer já no primeiro turno. Em busca da reeleição, Bolsonaro tem 36%, seguido por Ciro Gomes (PDT), com 6%, e Simone Tebet (MDB), com 5%. Na simulação de segundo turno, o petista tem 54%, e o presidente, 39%.

O Datafolha ouviu 6.800 pessoas em 332 cidades de terça (27) a quinta-feira (29). A pesquisa foi encomendada pela Folha e pela TV Globo e registrada com o número BR-09479/2022 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Entre as mulheres, 34% estão em famílias que recebem o auxílio. Esse é outro grupo no qual o petista tem se posicionado melhor nas pesquisas. Entre os homens, são 23%.

O percentual também é mais elevado no Norte (46%) e Nordeste (44%) e fica em torno de 20% nas demais regiões do país.

Também é maior entre evangélicos (34% recebem o benefício) do que entre católicos (27%).

Entre os que declaram preferência pelo PT, 36% são beneficiários. Entre os que preferem o partido de Bolsonaro (PL), são 17%.

Recebem o auxílio 35% dos eleitores do petista, 29% dos de Ciro e 22% entre os apoiadores do atual presidente.

Os beneficiários representam cerca de 35% dos que se declaram pretos ou pardos e 17% entre brancos. Está em cerca de 55% entre desempregados, 51% das donas de casa e 45% dos assalariados sem registro.

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