Netflix surpreende analistas, demissões na Microsoft e o que importa no mercado

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Netflix adiciona mais assinantes do que projetava

A Netflix reverteu no terceiro trimestre a queda de assinantes da primeira metade do ano e projetou crescimento ainda maior na base de usuários para o restante deste ano.

Em reação, os papéis da pioneira do streaming dispararam 14% nas negociações feitas depois do fim do pregão desta terça (18).

Em números: a Netflix aumentou sua base de assinantes em 2,4 milhões de julho a setembro, mais que o dobro do 1 milhão que ela projetava. Para o trimestre atual, espera somar mais 4,5 milhões de usuários.

  • Na primeira metade do ano, a companhia havia perdido cerca de 1 milhão de assinantes, o que ajudou a derrubar suas ações. Neste ano, seus papéis caíam cerca de 55% antes da divulgação dos resultados nesta terça.

Dois lançamentos ajudaram a Netflix a atrair usuários no último trimestre: a quarta temporada de "Stranger Things" e a estreia da série sobre o serial-killer "Dahmer: Um Canibal Americano", que se tornou a quarta mais assistida da história da plataforma.

  • A empresa também mencionou a terceira temporada da série "Sintonia" como um de seus lançamentos de sucesso no período. Segundo a companhia, ela gerou mais de 38 milhões de horas assistidas na plataforma.

Em carta aos acionistas, a Netflix observou que suas rivais estão perdendo dinheiro com o streaming enquanto tentam atrair espectadores. Ela, por outro lado, gera lucro –foi de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,37 bilhões) no trimestre.

Para alavancar seus resultados, a pioneira do streaming avança em duas frentes:

  • Um plano mais barato e com propagandas, que será lançado em novembro a R$ 18,90 por mês (no Brasil). Serão, em média, de 4 a 5 minutos de anúncios por hora. Eles terão 15 ou 30 segundos e serão exibidos antes e durante as séries e filmes.

Demissões na Microsoft

A Microsoft demitiu cerca de mil funcionários em várias divisões esta semana, publicou o site Axios nesta terça.

Os cortes afetaram menos de 1% do total de trabalhadores da companhia, de cerca de 221 mil funcionários.

O que explica: a empresa se soma a outras do setor de tecnologia, como Twitter, Meta, Netflix, que congelaram contratações, reduziram investimentos e demitiram funcionários nos últimos meses.

  • O movimento é para se adaptar ao novo cenário de mais juros e menos dinheiro disponível no mercado.
  • Nesse ambiente, os investidores são mais céticos a promessas de longo prazo e querem ver maior geração de caixa no presente –o corte de custos é um jeito de atingir esse resultado.

No Brasil, a onda de demissões ficou concentrada nos unicórnios (startups que valem US$ 1 bilhão ou mais), principalmente no segundo trimestre deste ano.


Natura dispara, e Oi afunda

Duas ações marcaram o pregão desta terça na Bolsa brasileira, que retomou o patamar dos 115 mil pontos.

  • De um lado, a Natura subiu 9,62% depois de ter comunicado ao mercado que estuda dividir a marca australiana Aesop do resto do grupo, com um possível IPO.
  • Na outra ponta, a Oi despencou 11%, para R$ 0,32, o menor preço da história, depois que anunciou um grupamento de seus papéis na proporção de 50 para 1.

O que explica:

  • A movimentação da Natura agradou aos analistas porque a Aesop é a marca da companhia que tem melhores resultados e, separada, deve receber melhor avaliação. A operação também ajudaria a "desinchar" o conglomerado, que ficou muito grande depois de aquisições.
  • O objetivo da Oi é levar o valor das ações para um patamar acima de R$ 1, para cumprir exigência regulatória da B3. Os analistas apontam que o grupamento já era esperado, mas a proporção veio acima do que o mercado imaginava.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 1,87%, aos 115.743 pontos. Ele seguiu o bom momento dos mercados lá fora, em um início da safra de balanços com resultados dos bancos americanos acima do esperado.

  • O dólar recuou 0,90%, a R$ 5,25.

Vítimas de Sheik dos Bitcoins cobram R$ 1,5 bi

Um grupo de investidores lesados pela empresa Rental Coins pediu na Justiça o acesso a bens apreendidos pela Polícia Federal em imóveis ligados ao empresário Francisley Valdevino da Silva, o Sheik dos Bitcoins, até o equivalente a R$ 1,5 bilhão.

Entre os itens listados, estão barras de ouro, relógios de marca, carros de luxo e até um avião operado pela empresa WS Shows, que gere a carreira de Wesley Safadão.

Entenda: o cantor também fez investimentos por meio da Rental Coins, uma empresa do Sheik dos Bitcoins.

  • A assessoria de Safadão diz que ele foi uma das vítimas das promessas da empresa e, para compensar eventual prejuízo com o negócio, sua equipe jurídica pediu para comprar uma aeronave da ITX (outra empresa do Sheik), assumindo as parcelas que ainda faltavam.

Como funcionava o golpe: segundo a PF, o grupo liderado por Francis da Silva iludia investidores com a promessa de rendimentos altos, entre 13,5% e 20% ao mês, a partir do aluguel de criptomoedas.

  • As vítimas faziam um primeiro investimento e depois passavam a realizar aportes mensais. Como em outros golpes, os rendimentos foram pagos por um período e depois deixaram de ser feitos.
  • Dos cerca de 30 mil investidores que fizeram contratos com a Rental Coins, um advogado que representa os investidores calcula que cerca de 20 mil tenham tido prejuízos. A PF estima que sejam 15 mil vítimas.

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