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Consumo das famílias perde fôlego e sobe 1% no 3º trimestre

Investimentos produtivos na economia têm alta de 2,8% no mesmo período, diz IBGE

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Rio de Janeiro e São Paulo

O consumo das famílias, motor do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, cresceu 1% no terceiro trimestre de 2022, frente aos três meses imediatamente anteriores, apontou nesta quinta-feira (1º) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Foi a quinta taxa positiva em sequência. O novo resultado, porém, sinaliza uma perda de fôlego do indicador. No segundo trimestre, o consumo havia crescido 2,1%.

Esse é o principal componente do PIB sob a ótica da demanda –ou seja, dos gastos com bens e serviços. Responde por cerca de 60% do indicador. O PIB, em termos gerais, subiu 0,4% no terceiro trimestre.

Clientes escolhem roupas em loja na capital paulista - Zanone Fraissat - 16.nov.2022/Folhapress

Às vésperas das eleições de outubro, o governo Jair Bolsonaro (PL) buscou estimular o consumo a partir de medidas como a ampliação do Auxílio Brasil para R$ 600 e os cortes tributários sobre os combustíveis.

O consumo direcionado a serviços também vem sendo beneficiado pela reabertura de atividades após as restrições da pandemia. Bares, restaurantes, hotéis, academias de ginástica, salões de beleza, comércios e instituições de ensino fazem parte do segmento.

Além desses aspectos, a melhora do mercado de trabalho e da renda também ajudou o consumo no terceiro trimestre, avaliou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

"Isso aumentou os recursos nas mãos das famílias."

A inflação elevada, por outro lado, forçou o BC (Banco Central) a elevar os juros. O aperto monetário joga contra uma recuperação mais intensa do consumo, porque o crédito fica mais caro, sinalizou a pesquisadora.

Investimentos sobem 2,8%

O IBGE também informou nesta quinta-feira que os investimentos produtivos na economia brasileira, medidos pelo indicador de FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), subiram 2,8% no terceiro trimestre, em relação aos três meses imediatamente anteriores.

Essa foi a segunda alta consecutiva, mas ficou abaixo do avanço de 3,8% no segundo trimestre. Conforme Palis, aportes na área de construção, em softwares e nas importações estão por trás do novo avanço dos investimentos.

O consumo do governo, por sua vez, aumentou 1,3% no terceiro trimestre, após queda de 0,9% nos três meses anteriores.

O PIB sob a ótica da demanda contempla ainda o setor externo. De julho a setembro, as exportações tiveram alta de 3,6% no terceiro trimestre, após redução de 2,8%.

As importações cresceram mais: 5,8%. Foi o segundo avanço consecutivo —a alta havia sido de 8,7% no segundo trimestre.

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