Reunião entre Americanas e bancos sem acordo, recall tira US$ 38 bi da Tesla e o que importa no mercado

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Sem acordo

Nada feito. A Americanas e os representantes da varejista não chegaram a um acordo com os bancos, os maiores credores da companhia, em reunião nesta quinta (16).

O que emperra: os negociadores da empresa sinalizaram que o trio de bilionários, acionistas de referência, estaria disposto a tirar cerca de R$ 7 bilhões do bolso para colocar na empresa.

  • A oferta gerou insatisfação entre os bancos por representar pouco avanço em relação ao que havia sido oferecido nos dias seguintes ao estouro do escândalo, quando os bilionários sinalizaram um aporte de R$ 6 bilhões.
  • As instituições financeiras credoras concentram R$ 19,5 bilhões dos R$ 43 bilhões de dívidas da Americanas. Elas, que têm certeza de que houve fraude na companhia, querem que a injeção de capital dos ex-controladores chegue a um patamar próximo a R$ 15 bilhões.

Em números: além do aporte de R$ 7 bilhões, a proposta da empresa também fala em uma recompra de dívida de R$ 12 bilhões e a conversão de dívidas financeiras de R$ 18 bilhões, parte em capital e parte em dívida subordinada.

  • Isso também não agradou, porque uma proposta de recompra do passivo dependeria de um acordo com os donos das debêntures da companhia, e a parcela de dívida subordinada fica em último lugar na lista de prioridades de pagamento em caso de insolvência.

E se não houver acordo? A empresa tem até o dia 20 de março para apresentar seu plano de recuperação à Justiça.

  • Se não for aceito pelos credores, os detentores da dívida podem apresentar um plano alternativo, que passará por nova votação em assembleia.
  • Se mais este plano for recusado pela maioria dos credores, a empresa vai à falência –uma solução que não é boa para ninguém, incluindo as instituições financeiras.

Mais sobre o caso:

O ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu a decisão que dava ao Bradesco acesso a emails da diretoria da Americanas para produzir provas de fraude.


Recall na Tesla

A Tesla terá que fazer um recall de 362 mil veículos nos EUA para uma atualização à distância em seu software de direção autônoma.

  • Em reação ao anúncio da NHTSA, principal órgão regulador automotivo americano, as ações da montadora caíram 5,7%, queimando US$ 38 bilhões em valor de mercado.
  • Elon Musk, CEO da montadora, reclamou no Twitter do termo. "Chamar uma atualização de software de forma remota de ‘recall’ é algo totalmente errado", disse o bilionário.

Entenda: os reguladores disseram que o software da Tesla permite que o veículo "exceda os limites de velocidade ou viaje por interseções de maneira ilegal ou imprevisível, [o que] aumenta o risco de um acidente".

  • O software chamado de Full Self-Driving Beta está disponível apenas para os motoristas que aceitaram pagar US$ 15 mil para tê-lo em seu veículo.
  • Por ser mais sofisticado e poder trafegar em vias urbanas, ele é considerado uma evolução ao sistema Autopilot, que dirige, acelera e freia o carro sozinho –e é investigado por supostamente ter causado acidentes fatais.

A Tesla disse não ter conhecimento de nenhum ferimento ou morte que possa estar relacionado ao problema do recall. Ela afirma que os motoristas devem manter a mão no volante mesmo que os modelos de direção autônoma estejam acionados.



Acordo: o recall veio um dia depois de a montadora anunciar um acerto com o governo americano para habilitar ao menos 7.500 pontos de recarga de seus carros elétricos também para veículos de outras fabricantes.

  • Os carregadores da Tesla hoje só permitem conexão aos próprios carros, mas a alteração habilita a companhia para receber subsídios do governo, enquanto o presidente Joe Biden avança em sua promessa de ter 500 mil estações de carregamento até 2030.

Dê uma pausa

  • Para ler: "Mestres da Escala: As grandes ideias que transformaram pequenos negócios em sucessos globais" (Sextante, trad. Mayumi Aibe, R$ 59,90, 304 págs., R$ 34,99 ebook).

Reid Hoffman, um dos nomes mais importantes do Vale do Silício, cofundador do LinkedIn e investidor inicial de empresas como Facebook e AirBnb, reúne em livro lançado neste mês no Brasil a maioria das entrevistas que fez com empreendedores de tecnologia em seu podcast "Masters of Scale".

Nas 70 conversas reunidas no livro com executivos de empresas de peso, como Nike, Starbucks, Netflix e Slack, Hoffman tenta tirar lições de como pequenos negócios ganharam escala e se transformaram em sucessos globais.

Também vale a leitura: Livro de cabeceira de bilionário da Americanas é muito mais do que calote em fornecedores.

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