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Ações da Petrobras sobem com alívio do mercado sobre nova política de preços

Analistas não veem mudanças drásticas, mas cobram mais clareza sobre modelo

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São Paulo

As ações da Petrobras fecharam em alta nesta terça-feira (16), após a petroleira ter anunciado que vai abandonar o PPI (Preço de Paridade de Importação) e adotar uma nova política de preços para o diesel e a gasolina. Para analistas, o modelo anunciado não é uma mudança drástica em relação ao anterior, e diminuiu preocupações sobre possíveis interferências na empresa.

Apesar da reação inicial positiva, o mercado espera definições mais claras da nova política.

A estatal teve alta de 2,49% em suas ações preferenciais, que foram as mais negociadas da sessão, no pregão desta terça. Já as ordinárias registraram ganho de 2,24%.

Segundo a Petrobras, o novo modelo vai considerar a busca por clientes e o custo de oportunidade de venda dos produtos. As cotações internacionais, porém, ainda serão acompanhadas, e os reajustes dos combustíveis continuarão sem periodicidade definida.

Plataforma Anita Garibaldi, da Petrobras, em Aracruz, Espírito Santo - Ricardo Moraes - 24.abr.2023/Reuters

Em comunicado, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, afirmou que a estratégia comercial tornará a Petrobras mais eficiente e competitiva.

"As expectativas sobre a mudança de preços eram muito baixas. O mercado esperava que a Petrobras não seguisse mais uma política de mercado, tentando, de certa forma, segurar preços mais baixos, como ocorreu no passado. Pelo entendimento dessas mudanças, parece que isso não vai acontecer", diz Federico Nobre, analista da Warren Rena.

Para Nobre, a nova política continua seguindo referências do exterior, mas aliada ao cenário interno, adotando uma postura de evitar repassar volatilidade para o mercado doméstico.

"A mudança removeu um excesso de preocupação sobre uma possível política de subsídio de preços dos combustíveis ou de importação de gasolina pela Petrobras. Sim, a nova política indica uma postura mais agressiva da nova gestão e provavelmente margens mais baixas no negócio de refino, mas pequenos ajustes na política de preços não devem gerar mudanças significativas", disse o BTG Pactual em relatório.

Analistas destacam, ainda, que a nova política é similar ao PPI e que não houve anúncios em áreas sensíveis ao mercado.

"Muito pouco mudou em comparação ao que o mercado esperava de interferência. Nada sobre a Lei das Estatais ou o estatuto social da Petrobras foi alterado. Parece mais uma mensagem do governo de que está fazendo algo sobre o preço dos combustíveis do que uma mudança efetiva", diz Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos.

"Pelo que foi divulgado, alguns parâmetros serão alterados, mas o processo de reajuste dos preços vai ser muito parecido com o que já era adotado. Ainda haverá um alinhamento aos preços internacionais e não há sinais de que a Petrobras vai importar gasolina, por exemplo. A mensagem acabou sendo positiva", diz Max Bohm, estrategista de ações da Nomos.

Ele alerta, porém, que possíveis mudanças na política de distribuição de dividendos da companhia seguem sendo uma preocupação.

A preocupação é compartilhada por Mateus Haag, da Guide Investimentos, que afirma que as especulações sobre o novo conselho de administração da Petrobras nos últimos dias eram negativas, em especial sobre a política de dividendos.

Para a Guide, a nova política é menos transparente e o abandono de paridade de importação é um passo negativo para a empresa. A casa acredita que novas mudanças ocorrerão, inclusive na política de dividendos.

Lucas Serra, analista do setor de petróleo e gás da Toro Investimentos, diz que espera mais informações da empresa.

"A Petrobras ainda não divulgou metodologias ou formas de cálculos da precificação. Estamos aguardando saber de que forma a política de preços será implementada e o impacto dos combustíveis nas bombas, além de saber se a Petrobras vai implementar algum tipo de subsídio", afirma.

Nesta terça, logo após o anúncio da nova política de preços, a Petrobras também promoveu uma redução nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.

O preço da gasolina nas refinarias da estatal vai cair 12,6%, ou R$ 0,40 por litro. O preço do diesel será reduzido em 12,8%, ou R$ 0,44 por litro. Já o preço do gás de cozinha cairá 21,3%, ou R$ 8,97 por botijão de 13 quilos. Os valores já refletem o novo modelo de preços da Petrobras.

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