O Flatiron, o icônico prédio de escritórios no coração de Manhattan (Nova York) que recentemente passou por dificuldades, será convertido em moradias de luxo, anunciaram seus proprietários na quinta-feira (26).
A proposta de reurbanização dos novos donos tem como objetivo dar uma segunda vida ao Flatiron —seu único inquilino corporativo, a Macmillan Publishers, saiu antes da pandemia— e superar um período dramático de incerteza. Em março, um comprador desconhecido venceu um leilão pelo prédio, apenas para desaparecer sem pagar.
O futuro do prédio como moradia começou a tomar forma nesta semana, quando a Brodsky Organization, uma construtora residencial, comprou uma participação na torre de 22 andares em formato triangular na Quinta Avenida de Manhattan, em Nova York. A Brodsky liderará a conversão de finalidade, com a criação de apartamentos —seja para venda ou para aluguel— a partir do espaço notoriamente desajeitado.
Dean Amro, um dos diretores da Brodsky Organization, disse que o projeto reflete "nossa confiança de que Nova York voltará ainda mais forte do que antes".
A transformação deve levar cerca de três anos, disseram os proprietários. Eles precisam da aprovação do Departamento de Planejamento da Cidade, um processo demorado que pode levar um ano, e a demolição e construção podem levar dois anos.
O prefeito Eric Adams tornou a conversão de prédios de escritórios em residências uma parte importante de sua tentativa de resolver a escassez de moradias na cidade de Nova York.
Amro disse que, apesar do interior peculiar do Flatiron, suas numerosas janelas tornariam a conversão em residências muito mais fácil do que a maioria dos prédios de escritórios. Mas a construção exigiria algumas mudanças internas importantes: escadas e elevadores precisarão ser movidos e consolidados.
O layout exato e o número de novas residências ainda não foram determinados. Os proprietários consideraram vários planos, alguns com várias unidades em cada andar, com cerca de 40 residências no total. O térreo, no entanto, permanecerá como espaço comercial; a T-Mobile tem uma loja lá com um contrato de locação de longo prazo.
Jonathan J. Miller, presidente da Miller Samuel Real Estate Appraisers and Consultants, disse que a mudança faz sentido dada a situação atual do mercado de escritórios e que "qualquer que seja a configuração, acredito que poderia ter sucesso como um marco icônico".
Ao longo de seus 121 anos de história, o Flatiron Building se tornou tão identificado com a cidade de Nova York quanto o Empire State Building ou o Chrysler Building.
No início, o prédio de três lados estreitos, projetado pelo arquiteto Daniel H. Burnham para se adequar a um terreno incomum, tinha muitos críticos. Mas agora, seu bairro leva seu nome - o distrito Flatiron.
O bairro também é uma das áreas mais caras e procuradas de Manhattan para moradias residenciais.
Desde 2019, no entanto, os andares superiores do prédio estão vazios depois que a Macmillan se mudou, e agora andaimes envolvem o Flatiron enquanto os trabalhadores reparam sua fachada. Por anos, o grupo anterior de proprietários não conseguiu chegar a um acordo sobre como renovar o prédio, levando a uma venda determinada pelo tribunal no início deste ano.
Quando o licitante vencedor não pagou o depósito de US$ 19 milhões após o primeiro leilão, um segundo leilão foi realizado e vencido com um lance de US$ 161 milhões por um grupo liderado por Jeff Gural, que era o principal detentor de interesse do Flatiron e um herdeiro imobiliário de Nova York. Outro detentor de interesse anterior, o Grupo Sorgente, faz parte do novo grupo de proprietários.
Um grande desenvolvedor de escritórios, Gural esperava manter parte ou todo o espaço de escritório no Flatiron Building.
Mas Gural disse que as condições econômicas atuais e as dificuldades maiores dos escritórios deixaram claro que seria mais adequado para residências.
"Haverá 40 pessoas que querem morar no Flatiron Building", disse Gural.
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