Descrição de chapéu Caixa Econômica Federal

Caixa será primeiro banco a trazer a baixa renda para o mercado de capitais, diz novo presidente

Segundo Carlos Vieira, estatal prepara modernização de seus canais para melhorar acesso

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O primeiro grande plano do novo presidente da Caixa Econômica Federal é a modernização dos canais do banco. Segundo Carlos Vieira, a estatal vai se aproximar de fintechs especializadas em digitalização bancária para reter clientes.

"Vamos estimular os clientes para que Caixa seja a sua instituição de primeiro relacionamento. A Caixa será o primeiro banco a trazer a baixa renda para o mercado de capitais", disse Vieira em entrevista a jornalistas sobre o balanço do terceiro trimestre, nesta terça-feira (14), em São Paulo.

O banco lucrou R$ 3,2 bilhões no período, 16,5% a mais do que no mesmo intervalo de 2022. Na comparação com o trimestre anterior, o resultado é 23% maior.

Carlos Vieira durante a cerimônia de posse como novo presidente da Caixa Econômica Federal - Pedro Ladeira -9.nov.23/Folhapress

O recém-empossado CEO não detalhou como será o plano de modernização, que ainda depende da aprovação do Conselho de Administração da Caixa, que se reúne na semana que vem.

Atualmente, a instituição tem cerca de 150 milhões de contas, mas, segundo Vieira, isso não equivale ao número de clientes. Muitas delas são contas para acesso a benefícios sociais ou linhas de crédito, mas não se convertem em demais serviços bancários.

"Hoje, a empresa não consegue cumprir seu orçamento de tecnologia. Precisamos melhorar", disse Vieira.
O novo presidente também aproveitou a ocasião para agradecer a Rita Serrano, destituída do cargo ao fim de outubro para atender aos pedidos do centrão. "Queria fazer um reconhecimento à Rita Serrano. Um agradecimento. Ela trouxe a Caixa de volta para esse nível [de resultados]".

Vieira foi indicado ao cargo pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após longa negociação com Lula (PT). O posto da então presidente Rita Serrano estava na mira do PP desde julho.

Crédito imobiliário

Neste ano, a Caixa ampliou a concessão de crédito imobiliário atrelado ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que ultrapassou o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), crédito que utiliza recursos da caderneta de poupança. A tendência deve se manter no curto prazo.

No terceiro trimestre, foram R$ 51,4 bilhões em crédito imobiliário, 4,7% a mais do que no mesmo período do ano anterior. Desses recursos, R$ 32,5 bilhões foram com FGTS e R$ 18,9 bilhões com o SBPE.

A Caixa ampliou ainda mais a liderança neste segmento, para 68,8% de market share, uma alta de 2,6 pontos percentuais em 12 meses. No recorte do Minha Casa, Minha Vida, a estatal tem 98,6% do mercado.
"Se a gente continuar ganhando de W.O. [na concessão de crédito imobiliário], a tendência é crescermos dois dígitos em 2024. Agora, se a Selic se acomodar próximo de 9%, o W.O. deixa de existir", disse Marcos Brasiliano Rosa, vice-presidente de Finanças e Controladoria do banco.

Segundo Vieira, a recente mudança na retomada de imóveis dados como garantia, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), deve beneficiar o banco. "Temos algumas medidas em andamento para a aceleração desse processo. Temos 32 mil imóveis retomados e olhamos essas questões como oportunidade. Vamos aproveitar a legislação nova."

Com relação à possível mudança na remuneração do FGTS, em discussão no STF, Vieira acredita que a solução deve ser um meio-termo. A proposta do governo é que o fundo acompanhe a poupança a partir de 2025. "[A mudança] afeta sistemicamente todo o mercado. Acho que a situação está muito bem encaminhada", afirmou o presidente.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.