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De onde veio o nome 'Black Friday'? Quando aparecem as melhores promoções? Veja dicas e curiosidades

Dia de descontos deve levar 49% dos brasileiros às compras nesta sexta

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São Paulo

Tradição americana importada para o Brasil, a "Black Friday" acontece nesta sexta-feira (24) e é um dos dias mais esperados do ano pelos varejistas.

Nos Estados Unidos, a data ocorre sempre na sexta após o feriado de Dia de Ação de Graças e é marcada por grandes descontos para incentivar compras antes do Natal.

A data foi mantida no Brasil, caindo sempre na quarta sexta-feira de novembro. Desde sua primeira edição no país, em 2010, a Black Friday vem batendo recordes de vendas e mobilizando milhões de consumidores. Filas quilométricas e confusão nas lojas tornaram-se comuns na data e devem se repetir neste ano.

Veja curiosidades sobre a origem da Black Friday e dicas para se proteger de golpes e encontrar os melhores descontos:

Consumidores compram TV em supermercado de São Paulo durante promoção de Black Friday - Nelson Almeida - 23.nov.2023/AFP

Termo tem origens em mercado financeiro, balanços do varejo e polícia americana

Existem diversas teorias para a origem do termo "Black Friday".

Uma delas afirma que a expressão foi usada pela primeira vez em 1869, quando dois investidores tentaram controlar todo o mercado de ouro na Bolsa de Nova York.

A tentativa foi descoberta numa sexta-feira e governo foi obrigado a intervir, aumentando a oferta do metal e, consequentemente, derrubando os preços. O dia ficou conhecido como "Black Friday".

Outra teoria afirma que o nome surgiu na Filadélfia nos anos 1990, quando a polícia local chamava de "Black Friday" o dia seguinte ao feriado de Ação de Graças, quando havia enormes congestionamentos nas ruas durante a abertura do período de compras para o Natal.

Há, ainda, uma versão que afirma que na Black Friday os balanços das lojas sairiam do vermelho, cor do prejuízo, e entrariam em preto, que sinalizaria lucro, por conta do aumento das vendas. O período de janeiro a novembro seria considerado negativo, enquanto o aquecimento após o Dia de Ação de Graças até o fim do ano impulsionaria as vendas.

Black Friday começou no Brasil em 2010 e bateu recordes, mas perdeu força no ano passado

A primeira Black Friday do Brasil ocorreu em 28 de novembro de 2010 e foi 100% online, organizada pelo site Busca Descontos, que reuniu lojas como Americanas, Walmart e Compra Fácil para oferecer descontos na quarta quinta-feira de novembro, replicando o evento americano.

Desde então, a Black Friday tornou-se tradição no varejo do país, que também importou a "Cyber Monday", como ficou conhecida a segunda-feira após o Dia de Ação de Graças nos EUA. A intenção da data era estimular pessoas a fazerem compras online após o dia tradicional de descontos.

No Brasil, os dias seguintes à sexta também são conhecidos como "xepa da Black Friday", quando as lojas oferecem promoções para quem perdeu a oportunidade de comprar na data, com objetivo de liquidar seus produtos no embalo da data.

Desde sua estreia, a Black Friday tornou-se cada vez mais popular —e lucrativa— no país. Para se ter uma ideia, as vendas começaram em R$ 3 milhões em 2010 e avançaram para R$ 100 milhões em 2011, segundo a ClearSale. Em 2015, atingiram R$ 1,57 bilhão.

Em 2019, de acordo com a Ebit|Nielsen, as vendas chegaram a R$ 3,2 bilhões, considerando a quinta e a sexta-feira.

Mas foi no primeiro ano da pandemia, em 2020, que os números deslancharam: vendas de R$ 6 bilhões na semana do "esquenta Black Friday", de 19 a 27 de novembro. Considerando a "xepa" da data, no sábado e domingo, mais R$ 1,5 bilhão, informou a Ebit|Nielsen. Só a sexta registrou vendas em torno de R$ 3,1 bilhões.

Em 2021, diz a Clearsale/Neotrust, as vendas na sexta-feira atingiram R$ 4,3 bilhões.

No ano passado, porém, a Black Friday registrou a primeira queda nas vendas na sua história no Brasil, com baixa de 28%, para R$ 3,1 bilhões.

O recuo se deu nas vendas online, meio no qual pelo menos 90% dos consumidores pretendiam fazer as suas compras naquele ano, segundo pesquisa do site brasileiro de queixas Reclame Aqui.

Para este ano, a Abecs, associação que representa o setor de cartões de crédito, apontou que 49% dos brasileiros pretendem realizar compras de produtos ou serviços na Black Friday, em pesquisa encomendada pelo Datafolha. Em média, os consumidores planejam gastar R$ 1.380, e o valor total movimentado deve ser de R$ 15,5 bilhões

Dentre os produtos mais buscados neste ano estão bebidas alcoólicas e remédios sem prescrição médica, segundo pesquisa da consultoria NielsenIQ.

Quais os melhores horários para achar boas promoções?

Para quem deseja encontrar os maiores descontos da data, existem horários específicos em que eles costumam aparecer.

Segundo a plataforma Promobit, as melhores promoções devem ir ao ar entre as 22h de quinta-feira (23), quando o número de ofertas atinge o ápice, e 1h desta sexta-feira (24). A partir deste horário, o fluxo começa a diminuir.

A quantidade de produtos com desconto nesta Black Friday começou a aumentar já às 13h desta quinta-feira, um dia antes da data promocional.

Na sexta, os melhores horários para comprar serão 12h, 15h e 17h. Depois da queda na madrugada, as promoções voltam a ganhar força a partir das 8h.

O melhor horário para fazer compras também varia de acordo com a categoria do produto. No caso de computadores, a maior quantidade de ofertas se concentra entre as 19h e as 22h de sexta.

Golpes devem crescer: saiba como se proteger

Com a popularidade crescente do ecommerce na Black Friday, estelionatários têm aplicado golpes com sites e anúncios falsos para enganar pessoas na internet.

Segundo um relatório da empresa de cibersegurança Kaspersky, o número de sites fraudulentos que empregam a expressão "Black Friday" triplicou desde outubro.

Os sites e emails falsos são a tática mais adotada no Brasil por estelionatários para aplicar golpes. Nos primeiros dez meses de 2023, a Kaspersky identificou e bloqueou mais de 30 milhões de ataques de phishing voltados a compras online, sistemas de pagamento e instituições bancárias.

Confira dicas de como se proteger:

  • Dar preferência aos sites conhecidos para as compras e verificar a reputação de sites não conhecidos em páginas de reclamações
  • Ter muito cuidado com emails de promoções que tenham links. Ao receber um email não solicitado, verificar se realmente se trata de uma empresa idônea. Acessar o site digitando os dados no navegador e não clicando em links
  • Sempre desconfiar de empresas que pedem pagamentos antecipados e prometem entregas em prazos longos
  • Verificar com atenção as formas de pagamento oferecidas pelo ecommerce e desconfiar quando existem poucas opções
  • Desconfiar das promoções cujos preços sejam muito menores que o valor real do produto
  • Verificar se a página tem selo de autenticação e número de seguidores compatíveis. Desconfiar de páginas recém-criadas
  • Dar preferência para o uso de cartão virtual nas compras online
  • Se for fazer uma compra presencial com cartão, sempre conferir o valor na maquininha de cartão antes de digitar a sua senha
  • Em caso de compras presenciais, inserir você mesmo o cartão na maquininha. Caso tenha entregado o cartão ao vendedor, sempre verificar se o cartão devolvido é realmente o seu
  • Se for pagar com Pix, sempre fazer o pagamento dentro do ambiente da loja virtual. Quando o varejista fornecer o código QR Code, conferir com atenção todos os dados do pagamento e se a loja escolhida é realmente quem irá receber o dinheiro. Só fazer a transferência após essa checagem detalhada. A mesma dica vale para pagamentos com boletos

'Black Fraude': monitore a maquiagem de preços

Além dos golpes, os consumidores devem ficar atentos à chamada "maquiagem de preços", quando lojas aumentam os valores de produtos antes da Black Friday para oferecer descontos falsos na data.

Segundo uma pesquisa do grupo Zoom/Buscapé, desde o começo do mês, celulares, lavadoras, geladeiras e televisões registraram aumento de preços.

Entre os dias 29 de outubro e 11 de novembro, por exemplo, celulares e smartphones acumularam alta de 4,67%. Lavadoras, 5,75%. Geladeiras e televisões, 1,3% e 1%, respectivamente.

A melhor forma de driblar a estratégia é monitorar os preços dos produtos de seu interesse por alguns dias antes da data, para verificar se os preços têm subido. Para isso, use sites de acompanhamento de preços, como os próprios Zoom e Buscapé, o Google Shopping e o Promobit.

Além disso, compare os preços em diferentes sites de compras.

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