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Seguradoras evitam cobrir navios de EUA e Reino Unido que vão ao Mar Vermelho

Empresas incluem cláusulas e passam a recusar cobertura de embarcações dos dois países e mais Israel

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Alex Longley Áine Quinn
Nova York | Bloomberg

Empresas de seguros de navios estão começando a evitar cobrir navios que transportam mercadorias dos EUA, do Reino Unido e de Israel devido aos riscos de guerra, quando navegam no Mar Vermelho, em virtude dos ataques de rebeldes houthis contra embarcações comerciais.

As ofensivas começaram no final do ano passado em uma retaliação do grupo, favorável aos palestinos, contra Israel por causa do conflito no Oriente Médio. Os ataques foram intensificados nos últimos dias, após os EUA e o Reino Unido mobilizarem uma força-tarefa e atacarem os houthis a partir do dia 11 deste mês.

Os rebeldes atingiram dois navios de carga com mísseis desde segunda-feira (15), embora ambos tenham conseguido continuar suas viagens.

Navio usa a rota do Mar Vermelho para fazer o percurso entre Ásia e Europa
Navio usa a rota do Mar Vermelho para fazer o percurso entre Ásia e Europa - Ahmed Gomaa - 13.jan.2024 / Xinhua

Como resultado, as seguradoras estão tentando excluir embarcações com vínculos com os EUA, Reino Unido e Israel, que solicitem cobertura para viagens pela área, segundo Marcus Baker, executivo da Marsh. A medida representa que o seguro não será fornecido para os navios.

"As seguradoras estão incluindo cláusulas recusando o envolvimento dos EUA, Reino Unido ou Israel", disse Baker. "Quase todo mundo está colocando algo assim, e muitos incluem as palavras 'propriedade' ou 'interesse'".

A atitude adotada pelas seguradoras reforça a situação de segurança frágil no sul do Mar Vermelho, onde as forças navais ocidentais alertaram que não é seguro para o transporte marítimo passar.

Na terça-feira (16), o navio de carga de propriedade grega Zografia foi atingido por um míssil enquanto navegava no sul do canal. Um dia antes, um navio graneleiro de propriedade dos EUA chamado Gibraltar Eagle foi atingido.

Algumas das principais transportadoras marítimas já anunciaram a suspensão das viagens pelo Mar Vermelho, optando pelo percurso do Cabo da Boa Esperança, que contorna o sul da África e demora 12 dias a mais.

Os houthis do Iêmen disseram que os navios dos EUA e do Reino Unido eram alvos legítimos para serem atacados, depois que as duas nações lançaram sua série de ataques aéreos.

A petrolífera Shell interrompeu as travessias de petroleiros pela região, de acordo com o jornal The Wall Street Journal, nesta terça. Nesta quarta, as três maiores companhias japonesas (Nippon Yusen, Kawasaki Kisen Kaisha e Mitsui OSK Lines) também anunciaram a suspensão.

Ao mesmo tempo, as medidas adotadas pelas seguradoras geram o risco de criar problemas devido à sua abrangência.

Embora a propriedade seja um termo relativamente simples, "interesse" pode ser interpretado de forma mais ampla, disse Baker, da Marsh. Isso pode abranger fatores que não estão diretamente relacionados, como fretadores ou visitas anteriores a portos.

As taxas de risco de guerra entraram em frenesi nos últimos dias após os ataques dos EUA e do Reino Unido, com a cobertura aumentando para 1% do valor de um navio, em comparação com cerca de um décimo disso algumas semanas antes. Isso significa que custa cerca de US$ 1 milhão para cobrir um navio no valor de US$ 100 milhões. Anteriormente, a quantia ficava em torno de US$ 100 mil.

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