O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu nesta terça-feira (14) o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Para seu lugar, indicou a engenheira Magda Chambriard.
Prates sofreu forte processo de fritura nos últimos meses, após críticas de Silveira à sua abstenção em votação de proposta do governo para reter dividendos extraordinários referentes ao resultado de 2023, medida que havia sido negociada com Lula.
![O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, cujo futuro é incerto, após o presidente Lula convocar Haddad para discutir o futuro de Prates na Petrobras.](https://f.i.uol.com.br/fotografia/2023/12/28/1703807822658e0b4ed1b24_1703807822_3x2_md.jpg)
Defendida por Silveira e Costa, a retenção foi aprovada no início de março e derrubou o valor de mercado da estatal. O governo acabou recuando semanas depois e aprovou a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários em assembleia no fim de abril.
Na assembleia, o governo não só recuou como determinou estudos para que a Petrobras distribua os 50% restantes até o fim do ano, em movimento que tranquilizou o mercado e recuperou o valor das ações da empresa.
Prates ganhou sobrevida no cargo, mas a avaliação no Planalto era de que sua manutenção não duraria muito tempo.
Veja, abaixo, a linha do tempo da crise.
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