A Americanas, que está em recuperação judicial, informou que adiou para 14 de agosto a divulgação de suas demonstrações financeiras referentes ao exercício de 2023 e ao primeiro trimestre deste ano, prevista anteriormente para 31 de julho, conforme fato relevante ao mercado.
Para a nova data, também é esperada a divulgação das informações trimestrais do período encerrado em 30 de junho de 2024, "conforme previsto no calendário anual de eventos corporativos" da companhia, de acordo com documento à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) publicado na noite de quarta-feira (17).
Dada a conclusão dos trabalhos de investigação do comitê independente, que confirmou fraude contábil na empresa, a Americanas disse que o adiamento visa permitir que os auditores analisem o material apresentado, concluam seus trabalhos e reavaliem a possibilidade de emitir opinião sobre os resultados da varejista.
"As evidências apresentadas pelo comitê confirmam a existência de fraude contábil, caracterizada, principalmente, por lançamentos indevidos na conta Fornecedores, por meio de contratos fictícios de VPC (verbas de propaganda cooperada) e por operações financeiras conhecidas como 'risco sacado', dentre outras operações fraudulentas e incorretamente refletidas no balanço da companhia", disse a Americanas em um documento à CVM na noite de terça-feira (16).
A varejista disse que tomará as medidas necessárias para informar as autoridades sobre as conclusões do comitê independente. Ela também disse que "continuará colaborando integralmente com as investigações em curso".
A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre a fraude contábil de R$ 25,3 bilhões na varejista.
O ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez, um dos principais alvos da investigação policial, chegou a ser preso em Madri no final de junho, mas foi solto um dia depois pela polícia espanhola após entregar o seu passaporte.
Na semana passada, o MPF (Ministério Público Federal) solicitou à 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro a extradição de Gutierrez.
Anna Saicali, ex-executiva da Americanas envolvida na suposta fraude contábil, entregou seu passaporte à polícia, o que a impede de deixar o Brasil por enquanto.
Os advogados que representam Gutierrez e Saicali disseram em declarações separadas que seus clientes negam qualquer irregularidade e estão colaborando com a investigação.
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