Mudança em formulário impedirá registro de criança por casal gay na Itália

Medida foi anunciada pelo vice-premiê e líder da extrema direita, Matteo Salvini

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Roma | Reuters

O vice-premiê e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, ordenou a mudança na nomenclatura adotada em alguns formulários oficiais de forma a impedir que casais homossexuais se declarem pais de uma criança.

O vice-premiê e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, que é líder da Liga, partido de extrema direita anti-imigração
O vice-premiê e ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, que é líder da Liga, partido de extrema direita anti-imigração - Tony Gentile - 5.jul.18/Reuters

Salvini, que é líder do partido de extrema direita e anti-imigração Liga, falou sobre a mudança em uma entrevista a um jornal católico. Em vez de "progenitor 1" e "progenitor 2", o formulário para o registro de uma criança na Itália passará a ter "pai" e "mãe".

"Vamos defender a família natural fundada na união entre um homem e uma mulher. Vou exercer todo o poder possível", disse Salvini ao La Nuova Bussola Quotidiana.

Na Itália, é ilegal a gravidez de barriga de aluguel e casais homossexuais não podem adotar crianças.

No entanto, alguns tribunais têm dado status de pai ao parceiro de uma mãe ou pai que tenha criança de um relacionamento anterior, ainda que o direito não esteja estabelecido na Constituição.

Sobre o tema, Salvini afirmou que o governo jamais contemplou barrigas de aluguel "ou horrores similares".

O apoio à Liga, que integra o governo do premiê Giuseppe Conte em uma coalizão com o antissistema Movimento 5 Estrelas, cresceu dos 17% obtidos na eleição de março para 30% em sondagens recentes. O 5 Estrelas se manteve em cerca de 30%.

A recusa de Salvini em receber imigrantes resgatados no mar Mediterrâneo por navios humanitários atraiu críticas de parte da Igreja Católica porque o papa Francisco tem feito da compaixão aos refugiados e migrantes uma marca de seu pontificado.

Como resultado, uma popular revista cristã comparou Salvini ao Diabo em sua capa do mês passado.

Mas uma recente pesquisa do Instituto Ipsos mostrou que o apoio de Salvini entre católicos que vão a missa ao menos uma vez por semana dobrou, de 16% em março para 32% em julho.

O governo anterior, de centro-esquerda, havia aprovado há dois anos uma lei que concedia direitos a casais homossexuais em união civil.

Após a formação do novo governo, em junho, o novo ministro da Família, Lorenzo Fontana, conhecido por suas visões católicas conservadoras, disse que "não existem famílias arco-íris".

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