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Guerra na Ucrânia: Cancelamento da Rússia vai de Dostoiévski a estátua de Putin

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São Paulo

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Não sobrou nem para Dostoiévski. Das celebrações pelos 200 anos do seu nascimento, em novembro passado, o aclamado escritor russo virou motivo de boicote desde que o governo de Vladimir Putin confrontou as potências ocidentais, invadiu a Ucrânia e deu início ao conflito que chega ao 16º dia.

Na Itália, um curso sobre o autor de "Crime e Castigo" e um festival dedicado a sua obra foram cancelados. Cidadãos até pediram a derrubada de uma estátua do artista em Florença.

A própria figura de Putin vem sendo alvo de rechaço. De Paris a Gramado, estátuas de cera do presidente foram retiradas de exposição.

O mundo da cultura vem punindo o Kremlin com o banimento de filmes russos de festivais de cinema, a interrupção de gravações locais e o cancelamento de grandes estreias internacionais no país, como a nova versão de "Batman".

"Mas será que os russos são nossos inimigos? Ou o inimigo é Vladimir Putin e sua quadrilha, que espera submeter a Ucrânia à pata imperial moscovita?", questionou no último dia 4 o colunista João Pereira Coutinho.

Para ler mais: A caçada a símbolos e personalidades russas também foi criticada pelos colunistas Álvaro Costa e Silva e Lygia Maria, que lembram outras retaliações culturais na história.

"Democracias liberais agem a partir do mesmo fundamento que criticam. Como combater um governo autoritário a partir de censura?", escreve a pesquisadora.

Além das artes: A guerra cultural detonada pela invasão da Ucrânia também é econômica.

Símbolos do "imperialismo ocidental", grandes empresas como Coca-Cola, McDonald's, Starbucks e Nike anunciaram a suspensão de suas atividades na Rússia.

A Apple também interrompeu a venda de seus produtos no país, e a Ford fechou fábricas.

A cabeça da estátua de cera do presidente russo Vladimir Putin é armazenada em uma caixa após ser retirada de exibição no museu Grévin, em Paris, como uma reação à invasão da Ucrânia. - Julien de Rosa/AFP

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Na mira do cancelamento

Listamos alguns alvos do boicote cultural e comercial à Rússia em quatro áreas:

  • Cinema e TV

    Disney, Warner e Sony, três dos maiores estúdios de Hollywood, desistiram de exibir seus lançamentos nos cinemas da Rússia. A Netflix suspendeu produções originais e retirou seu serviço do ar no país. E até o Brasil entrou nessa: a Globo decidiu deixar de oferecer novelas para o mercado russo, grande consumidor de produções como o "Por Amor" e "O Clone".

  • Música

    Amigo de Putin, o maestro Valeri Gergiev, um dos mais famosos do mundo, teve seus concertos com a Filarmônica de Viena cancelados no Carnegie Hall, em Nova York. Já a soprano Anna Netrebko, criticada por não repudiar a ação do Kremlin, se afastou dos palcos do Metropolitan.

  • Esporte

    Atletas da Rússia foram excluídos da Paralimpíadas de Inverno de Pequim e de todas as competições internacionais de futebol, incluindo a Copa do Mundo do Qatar. Os locais de eventos esportivos que ocorreriam em território russo, como a final da Champions League, foram alterados, e o GP da Rússia foi cancelado.

  • Culinária

    Em São Paulo, o Bar da Dona Onça anunciou a retirada do estrogonofe do cardápio —prato de origem russa bastante adaptado na mesa dos brasileiros. O restaurante voltou atrás após reclamações. Em outros bares, o drinque moscow mule virou "kiev mule", em referência à capital ucraniana (em tempo: a bebida não foi criada na Rússia).

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