Agência dos EUA pede que ex-presidentes e vices façam buscas de arquivos sigilosos

Arquivos Nacionais orientam políticos após série de revelações sobre material sigiloso com Trump, Biden e Pence

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São Paulo

Os Arquivos Nacionais dos EUA solicitaram nesta quinta-feira (26) que ex-presidentes e ex-vice-presidentes do país revisem seus pertences em busca de possíveis documentos sigilosos, revelou a CNN.

O pedido vem dias após uma série de revelações mostrar que o atual presidente, Joe Biden, e o ex-vice-presidente Mike Pence possuíam em suas casas e escritórios arquivos sigilosos que não poderiam estar com eles —os casos levaram a uma guerra de versões entre democratas e republicanos, devido às comparações suscitadas com um episódio semelhante envolvendo Donald Trump.

Documentos sigilosos encontrados pelo governo dos EUA em Mar-a-Lago, residência do ex-presidente Donald Trump - José Romero - 30.ago.22/Divulgação Departamento de Justiça dos EUA/AFP

A demanda dos Arquivos Nacionais foi feita a representantes dos ex-presidentes Donald Trump, Barack Obama, George W. Bush, Bill Clinton, George H.W. Bush e Ronald Reagan —os últimos dois já falecidos— e dos ex-vices Pence, Dick Cheney, Al Gore e Dan Quayle. Biden, atual chefe do Executivo que também ocupou a Vice-Presidência, foi outro a receber a notificação.

Na carta, o órgão lembra os políticos sobre a obrigatoriedade de respeitar a lei dos registros presidenciais, conhecida pela sigla PRA e estabelecida nos anos 1970, segundo a qual presidentes em exercício têm responsabilidade pela custódia e pelo manejo de documentos. Uma vez que eles deixam o cargo, porém, todo esse material deve ser enviado para os Arquivos, que são os responsáveis por administrá-los.

"A responsabilidade de respeitar a PRA não muda com o fim de uma administração presidencial", diz um trecho da carta enviada aos ex-líderes americanos. "Assim, pedimos que conduzam uma busca de quaisquer documentos que não estejam com os Arquivos e sejam relacionados às suas administrações."

Ao longo das últimas semanas, a Casa Branca informou que documentos identificados como sigilosos foram descobertos em um escritório particular de Biden. O material está relacionado com a época em que o hoje presidente era vice de Obama, de 2009 a 2017.

Depois, uma nova leva foi descoberta na residência do democrata, em Wilmington, engrossando o caldo das críticas. Um procurador especial, então, foi designado pelo Departamento de Justiça para investigar o caso —medida comum em episódios politicamente delicados.

Na terça-feira (24), um advogado do ex-vice-presidente Mike Pence, cotado como pré-candidato republicano à Casa Branca para 2024, afirmou ter descoberto cerca de uma dúzia de arquivos secretos na casa dele em Carmel, no estado de Indiana, e os entregou ao FBI, a polícia federal americana.

Os casos suscitam comparações com o do ex-presidente Trump, que também guardou documentos confidenciais do governo em propriedades particulares após deixar o poder, depois de ser derrotado por Biden. Ele é alvo de uma investigação criminal por isso.

Várias centenas de documentos sigilosos do governo, além de milhares de outros papéis e fotos não confidenciais, foram parar em seu clube e residência na Flórida, em Mar-a-Lago.

Alguns estavam em caixas, no armário de um depósito trancado, e o FBI achou outros no escritório do político, incluindo em sua mesa de trabalho, segundo documentos judiciais.

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