Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreia do Norte diz que EUA e aliados chegaram ao 'extremo da linha vermelha'

Para regime de Kim Jong-un, exercícios de Washington e Seul ameaçam transformar região em 'zona de guerra crítica'

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Seul | Reuters

O regime da Coreia do Norte divulgou comunicado na manhã desta quinta-feira (2), ainda noite de quarta (1º) no Brasil, no qual afirma, em tom de ameaça, que os exercícios militares realizados pelos Estados Unidos e aliados nos arredores da península coreana chegaram ao "extremo da linha vermelha".

A nota foi disparada horas após a realização, segundo o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, de um treinamento de forças do país e americanas com bombardeiros B-1B, caças furtivos F-22 e jatos F-35.

Caças F-22, da Força Aérea dos EUA, antes de exercício conjunto com a Força Aérea sul-coreana
Caças F-22, da Força Aérea dos EUA, antes de exercício conjunto com a Força Aérea sul-coreana - 20.dez.22/Ministério da Defesa dos EUA via Reuters

Os exercícios desagradaram Pyongyang. No comunicado, a ditadura diz que as manobras ameaçam transformar a região em uma "zona de guerra crítica". O texto afirma ainda que o regime norte-coreano não dialogará enquanto Washington continuar com o que os norte-coreanos chamaram de política hostil.

"As situações militar e política na península coreana chegaram a uma linha vermelha extrema devido às manobras imprudentes e aos atos hostis realizados pelos EUA e suas forças vassalas", diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano, divulgado pela agência estatal KCNA.

O caso acontece em um momento de grande tensão entre as duas Coreias, após vários testes de armamentos feitos por Pyongyang no ano passado, incluindo a tentativa de lançamento de um míssil balístico intercontinental, que chegou a gerar um alerta de abrigo a habitantes do norte do Japão.

Diante das ameaças, Washington intensificou a cooperação com aliados na região. Em visita a Seul, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, prometeu nesta terça (31) expandir os exercícios militares e aumentar os investimentos em recursos estratégicos, incluindo em porta-aviões e bombardeiros, para, segundo ele, combater o desenvolvimento de armas da Coreia do Norte e evitar uma guerra.

Mais de 28,5 mil soldados americanos estão baseados na Coreia do Sul, um legado da Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um armistício e sem um tratado de paz. Os dois países também vêm fortalecendo a cooperação de segurança com o Japão, que anunciou no mês passado o maior reforço em seu orçamento militar desde a Segunda Guerra, com US$ 320 bilhões destinados à compra de mísseis.

Na nota, a Coreia do Norte afirma que responderá a qualquer movimento dos EUA na região e diz ter "estratégias fortes de contra-ataques", incluindo o uso da "força nuclear mais esmagadora", se necessário.

O país comandado por Kim Jong-un realizou mais de 40 lançamentos de mísseis em 2022, em meio a um cenário em que as ameaças atômicas foram renovadas por Pyongyang da forma mais intensa desde 2017. Naquele ano, uma série de testes com mísseis capazes de atingir os EUA e a explosão de uma bomba de hidrogênio levaram o governo de Donald Trump a negociar diretamente com o ditador.

Em outubro passado, os EUA reagiram ao disparo de um míssil de alcance intermediário que sobrevoou o Japão com o envio de um porta-aviões para a região e exercícios de bombardeio com japoneses e sul-coreanos. Pyongyang revidou com mais mísseis balísticos e treinos com caças.

"Os exercícios aéreos combinados desta vez mostram a vontade e a capacidade dos EUA em fornecer dissuasão estendida, forte e confiável contra as ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte", disse o Ministério da Defesa em comunicado, após os treinamentos desta quarta.

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