Descrição de chapéu Governo Biden

George Santos também mentiu sobre produzir musical de Homem-Aranha, diz agência

Parlamentar, pressionado após invenções no currículo, citou a doadores envolvimento em espetáculo fracassado na Broadway

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A longa lista de mentiras de George Santos sobre o próprio currículo ganhou mais um item —a de que ele teria atuado como produtor de musicais da Broadway.

A agência de notícias Bloomberg revelou nesta sexta-feira (3) que o parlamentar americano afirmou a potenciais doadores ter trabalhado no musical "Spider-Man: Turn Off The Dark", o que os verdadeiros produtores do espetáculo negam.

Cena do musical 'Spider-Man: Turn Off the Dark', que esteve em cartaz na Broadway entre 2011 e 2014 - Sara Krulwich - 20.nov.10/The New York Times

O musical, que esteve em cartaz entre 2011 e 2014, é considerado a produção mais cara da história da Broadway, com orçamento de US$ 75 milhões, trilha sonora assinada pela dupla Bono e The Edge, do U2, e ousadas cenas aéreas de combate. Ele foi, no entanto, um fracasso absoluto e perdeu grandes quantias com problemas técnicos e atores machucados.

Produtor à frente de "Spider-Man", Michael Cohl negou o envolvimento de Santos no musical por meio de um assistente. Já a porta-voz do deputado republicano eleito em novembro encaminhou o pedido de comentário da Bloomberg ao advogado do parlamentar, Joseph W. Murray, que não retornou o contato da agência.

De acordo com um cruzamento de informações realizado pela Bloomberg, Santos estava morando no Brasil quando o musical estreou. No período em que o espetáculo esteve em cartaz, ele teria ainda trabalhado em um call center na região do Queens, em Nova York, e supostamente criado uma ONG para arrecadar dinheiro para animais doentes —o grupo nunca foi registrado formalmente como uma organização de caridade, e o FBI, a polícia federal americana, iniciou uma investigação acerca dele nesta semana.

Santos reconheceu ter enganado eleitores sobre seu histórico educacional e profissional, dizendo que seu único pecado foi ter "enfeitado" o currículo. Ele foi empossado apesar de colegas terem pedido investigações sobre seu comportamento e de líderes republicanos em Nova York solicitarem sua renúncia. Com a abertura de investigações, promotores indicaram que estão de olho em Santos.

Há ainda uma acusação de que ele teria enviado emails a apoiadores oferecendo visitas ao Congresso em troca de "doações" de até US$ 500 —o que não é permitido pelas regras da Casa. No início da semana, ele afirmou a membros de seu partido que renunciará à participação em comitês legislativos, naquela que foi considerada sua primeira mostra de fraqueza desde a revelação das inconsistências de seu currículo.

No Brasil, o Ministério Público do Rio de Janeiro decidiu reabrir um processo por estelionato, que estava suspenso porque autoridades não conseguiam localizá-lo. A ação corre agora em sigilo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.