Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Estudante de medicina brasileiro morre em combate na Guerra da Ucrânia

Paranaense Antônio Hashitani, 25, atuava como voluntário em grupo paramilitar em Bakhmut, no leste do país invadido

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Boa Vista

O estudante de medicina Antônio Hashitani, 25, morreu em combate na Guerra na Ucrânia. O Itamaraty, por meio da embaixada em Kiev, informou que foi comunicado do fato pelas autoridades ucranianas. A pasta afirmou estar em contato com familiares no Brasil para prestar "a assistência cabível".

Hashitani era voluntário num grupo paramilitar em Bakhmut, palco de uma das mais sangrentas batalhas do conflito. Ele teria morrido no último dia 2 ou 3 de agosto, de acordo com familiares dele à TV Globo.

 O estudante de medicina Antônio Hashitani, de 25 anos, morto na Guerra da Ucrânia
O estudante de medicina Antônio Hashitani, de 25 anos, morto na Guerra da Ucrânia - Reprodução

Hashitani estudava na PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e decidiu deixar o curso no ano passado para atuar na guerra. Amigos e familiares do brasileiro lamentaram a morte pelas redes sociais e disseram que o rapaz foi voluntariamente para a Ucrânia.

"Antônio não se contentava nunca, queria mais e mais. Faltando pouco para terminar a faculdade de medicina, largou tudo e foi para a África fazer voluntariado. Mas, com sua teimosia, decidiu que precisava ir além. Então, foi para a Ucrânia se voluntariar na guerra", escreveu Laissa Loraine, amiga do estudante.

A PUC-PR lamentou a morte e expressou condolências aos familiares e amigos de Hashitani.

Em 2022, o Itamaraty confirmou a morte de mais dois brasileiros no conflito no Leste Europeu, iniciado em 24 de fevereiro de 2022. A morte do gaúcho André Hack Bahi, 43, que atuava como socorrista pela Legião Internacional de Defesa da Ucrânia desde 28 de fevereiro, quatro dias após o começo da invasão, foi comunicada em junho do ano passado. Douglas Búrigo, 40, que fora do Exército Brasileiro durante cinco anos, viajou à Ucrânia em maio e morreu em ataque na cidade de Kharkiv, no leste do país invadido.

Bakhmut fica na região de Donetsk, uma das que foram ilegalmente anexadas pela Rússia em setembro do ano passado. Com ampla atuação dos mercenários do Grupo Wagner, a batalha pelo controle da cidade durou quase nove meses e foi apelidada de "moedor de carne" em razão do elevado número de mortes.

Desde então, após a conquista do território pelos russos, em maio, atiradores de elite ucranianos conduzem ataques noturnos na tentativa de eliminar alvos russos na cidade.

A área também é um dos alvos da contraofensiva de Kiev, iniciada no dia 4 de junho em locais ao sul, na região de Zaporíjia, e a leste, em Donetsk. Na primeira semana, um comandante militar de Kiev afirmou que as tropas do país avançaram 1,4 quilômetro em torno de Bakhmut, mas o Ministério da Defesa da Rússia emitiu um comunicado à época afirmando que as tropas de Moscou repeliram ataques na região.

Os danos do confronto em Bakhmut foram, inclusive, agravantes na crise entre o líder do Wagner, Ievguêni Prigojin, e ministros e generais russos, que culminou no motim ocorrido no dia 23 de junho, quando veículos blindados e soldados ocuparam a cidade russa de Rostov-do-Don, no sul do país.

Em maio, Prigojin havia publicado vídeo com corpos ensanguentados ao fundo em que atacava com palavrões o ministro da Defesa, Serguei Choigu e o chefe do Estado-Maior, Valeri Gerasimov.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.