Biden receberá Lula e Zelenski durante Assembleia-Geral da ONU

Maior parte de encontros com líderes internacionais acontecerá às margens de evento em Nova York

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, terá encontros bilaterais com uma série de líderes mundiais na semana que vem, incluindo seus homólogos do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Ucrânia, Volodimir Zelenski. A informação foi confirmada pela Casa Branca nesta sexta-feira (15).

Os presidentes do Brasil e dos EUA, respectivamente Lula e Joe Biden, na Casa Branca, em Washington - Sarah Silbiger - 10.fev.23/via Reuters

A lista daqueles com quem o presidente americano se reunirá inclui ainda dirigentes de cinco países asiáticos e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Será a primeira vez que o premiê estará pessoalmente com Biden desde que assumiu a liderança da nação no Oriente Médio, nove meses atrás, uma demora pouco característica dada a proximidade histórica entre americanos e israelenses.

A maior parte dos encontros acontecerá às margens da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, cuja abertura acontece entre a segunda (18) e a terça-feira (19). É o caso da cúpula com Lula, por exemplo, que volta aos EUA sete meses depois de uma visita à Casa Branca com resultados decepcionantes.

O governo brasileiro acreditava que a viagem —ocorrida em fevereiro, pouco depois da posse do petista— poderia resultar em uma doação significativa para o Fundo Amazônia, ao qual os EUA tinham acabado de aderir. Mas o valor final anunciado, de cerca de US$ 50 milhões (R$ 244 milhões), foi considerado tão baixo que nem sequer foi citado no comunicado conjunto divulgado por Washington e Brasília após a visita.

Dois meses depois, em abril, Biden anunciou que pretendia injetar mais US$ 500 milhões (R$ 2,4 bilhões) no fundo. O montante ainda precisa, no entanto, ser aprovado pelo Congresso dos EUA para ser liberado.

Também Netanyahu se encontrará com Biden às margens do evento em Nova York. A notícia representa um fracasso para o premiê, que há meses pressionava por uma reunião com o presidente americano em Washington.

Biden tem criticado com frequência a atual gestão israelense, e já a descreveu como "a mais radical" da história do país. A impopular reforma judicial que a coalizão de ultradireita no poder promove, pausada desde agosto, é o principal ponto de oposição entre os líderes. O democrata, assim como muitos de seus colegas de partido e os judeus americanos em geral, temem que ela acabe com o Estado de Direito em Israel.

Já a reunião entre o presidente americano e Zelenski ocorrerá na Casa Branca, em Washington, na quinta-feira (21), segundo membros do governo dos EUA afirmaram ao jornal The New York Times.

O líder ucraniano, que havia feito uma visita surpresa à capital americana em dezembro passado, também pretende se encontrar com alguns líderes do Congresso no Capitólio durante sua estadia na capital. Seu objetivo com isso é pressionar os políticos a aprovarem o pacote de US$ 24 bilhões (R$ 116 bilhões, na cotação atual) em ajuda militar e humanitária para seu país que vem sendo negociado há semanas.

A ida de Zelenski a Washington ainda ocorre em meio a rumores de que o governo americano pode estar perto de uma decisão sobre o envio de mísseis táticos ATACMS, com alcance de até 300 km, para Kiev. A última viagem do ucraniano à cidade foi antecedida pelo anúncio de que os EUA despachariam unidades de seus sofisticados sistemas de defesa antiaérea Patriot para Kiev.

As negociações hoje são mais difíceis do que naquela época porque os republicanos —que desde as midterms, as eleições de meio de mandato, têm maioria na Câmara dos Representantes— têm demonstrado cada vez mais reticência quanto a novas remessas para o país invadido pela Rússia.

Washington é o maior aliado internacional de Kiev na Guerra da Ucrânia, e desde o início do conflito, já prometeu cerca de R$ 360 bilhões em assistência à nação invadida segundo o Instituto da Economia Mundial de Kiel, na Alemanha, sendo quase dois terços disso, ou R$ 219 bilhões, somente em ajuda militar.

Mas o apoio ao esforço de guerra tem caído à medida que o conflito se estende sem que a Ucrânia apresente vitórias concretas. Pelo contrário —a aguardada contraofensiva de seu Exército, iniciada em junho, não produziu maiores resultados até agora.

Com NY Times e Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.