Redes de concessionárias Chevrolet, Fiat e Volkswagen dividem preferência em São Paulo, mostra Datafolha
Há quem guarde na garagem da memória o cheiro dos bancos de vinil do sedã Opala zero-quilômetro ou a sensação de segurar o volante marfim de um antigo Fusca à espera do novo dono. Essas sensações não podem mais se repetir nas concessionárias Chevrolet ou Volkswagen, mas ajudam a entender o quanto essas marcas estão presentes na vida do paulistano, há algumas décadas.
Pelo segundo ano consecutivo, suas redes estão entre as preferidas dos paulistanos das classes A e B, segundo o Datafolha. A novidade é a Fiat, que completa o pódio.
A Chevrolet obteve 11% das citações. Volkswagen e Fiat tiveram 9% cada uma.
As boas colocações tornam-se mais relevantes diante do momento do mercado automotivo. As vendas começam a reagir lentamente.
As montadoras esperavam chegar a 2017 com um mercado interno capaz de absorver 4 milhões de carros, mas os números atuais representam a metade disso.
A estratégia das marcas que têm as concessionárias mais citadas inclui a continuação dos investimentos.
"Na crise, você tem duas opções: parar ou continuar. Mantivemos o foco no cliente e investimos para construir um futuro sustentável para a operação e para a marca. Aproveitamos a crise para estreitarmos ainda mais nossa parceria com a Rede Chevrolet e estamos colhendo os frutos da liderança", afirma Hermann Mahnke, diretor de marketing da GM Mercosul, que teve sua primeira linha de montagem instalada na avenida Presidente Wilson, no Ipiranga, em 1925.
A montadora de origem americana, dona da marca Chevrolet, manteve o plano de investir R$ 13 bilhões de 2014 a 2019, renovando o portfólio e lançando tecnologias.
"Apresentamos a conectividade total com o sistema de telemática OnStar e o multimídia MyLink, além de agregar aos nossos veículos soluções que melhoram a eficiência energética. Em síntese, nós entregamos o que nosso cliente pediu", diz Mahnke.
A marca atingiu 13% de lembranças entre os paulistanos com 41 anos ou mais.
Na Volkswagen, a principal aposta do ano será o novo Polo, com estreia prevista para o terceiro trimestre. A empresa também investe no mercado externo e passa a enviar para o México motores 1.4 turbo produzidos em São Carlos (a 232 km de São Paulo). Serão exportados 250 mil motores até 2020.
Há um aporte adicional de R$ 50 milhões para atender à nova demanda, que se somam aos R$ 460 milhões anunciados em 2015 para a fábrica de motores.
A marca alemã, que chegou ao Brasil em 1953, começou suas operações em um armazém na rua do Manifesto, também no Ipiranga. Obteve 13% de menções entre os entrevistados que chegaram ao ensino médio.
A Fiat foi líder de mercado na maior parte dos anos 2000, mas perdeu o posto em 2016 para a Chevrolet. Hoje, a empresa de origem italiana, que chegou ao Brasil em 1976, restrutura sua linha de produtos em busca de maior rentabilidade. O processo de renovação começou com a Fiat Toro, picape mais vendida do país atualmente, e terá agora um novo carro compacto.
"Promovemos a estreia global da nossa gama de motores Firefly e agora estamos perto de apresentar o Fiat Argo [previsão para junho], que trará mais atributos ligados à inovação e à contemporaneidade", afirma Sergio Ferreira, diretor comercial da Fiat Chrysler Automotive.
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Chevrolet
Fundação: 1911 (no Brasil desde 1925)
Unidades: 150 no Estado de São Paulo (30 delas na capital)
chevrolet.com.br
Volkswagen
Fundação: 1937 (no Brasil desde 1953)
Unidades: 144 no Estado de São Paulo (25 delas na capital)
vw.com.br
Fiat
Fundação: 1899 (no Brasil desde 1976)
Unidades: 136 no Estado de São Paulo (35 delas na capital)
fiat.com.br
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Gustavo Schmidt, vice-presidente de Vendas e Marketing da Volkswagen do Brasil
Como é a relação da marca com São Paulo?
Por se tratar da maior metrópole do Brasil, é naturalmente um dos nossos principais mercados. São Paulo dita tendências e, por isso, buscamos oferecer produtos e experiências alinhados ao estilo do paulistano.
Qual é esse estilo?
Um estilo inovador, conectado e moderno. Estar presente na memória e nos corações dos paulistanos é uma grande conquista.
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Sérgio Ferreira, diretor Comercial da FCA (Fiat Chrysler Automobiles)
Qual é o carro mais vendido em São Paulo e por que?
É o Uno. As principais razões estão ligadas às últimas inovações, com itens valorizados pelos clientes de grandes centros urbanos, como motores eficientes e direção elétrica, equipamento que entrega praticidade e conforto.
Qual é esse estilo, na visão da marca?
Um estilo inovador, conectado e moderno. Estar presente na memória e nos corações dos paulistanos é uma grande conquista.