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Jack Terpins

O novo antissemitismo

Assim como 27 de janeiro, o 7 de outubro tornou-se um divisor de águas na história de Israel

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Jack Terpins

Engenheiro, é presidente do Congresso Judaico Latino-Americano

Neste sábado (27) celebramos o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto. Em 2024, porém, temos algo mais a dizer em relação a isso. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, nada se compara ao antissemitismo de agora. Após o cruel e sádico ataque a cidades e kibutzim (colônias agrícolas) perpetrado por militantes do Hamas e, muito provavelmente, outros grupos da Faixa de Gaza, o antissemitismo aumentou em cerca de 1.000%.

Não foram apenas israelenses ou judeus os que foram atacados, mas tailandeses e outras nacionalidades que estavam trabalhando na região.

Enquanto os nazistas buscavam esconder suas atrocidades, os combatentes documentaram minuciosamente esse show de horrores. Foram recolhidos filmes, fotos e, mais que isso, encontrado todo o rastro de destruição que deixaram.

Em uma viagem de jornalistas da América Latina organizada pelo Congresso Judaico Latino-Americano, entidade que presido, à Polônia, foi possível notar as expressões ao se depararem com a história no que diz respeito aos judeus e a outras minorias.

O jornalista Clóvis Rossi, em uma de suas reportagens, ainda no local, publicou que a resposta sobre onde estava Deus durante o Holocausto foi de que tratava-se de uma obra dos homens, não Dele.

Para a invasão que ocorreu em outubro passado pelos terroristas do Hamas, respaldada, segundo eles, como uma guerra santa, cabe aqui uma frase do escritor Stefan Zweig: "Aqueles que anunciam que lutam a favor de Deus são sempre os homens menos pacíficos da Terra. Como creem receber mensagens celestiais, têm os ouvidos surdos a qualquer palavra de humanidade". O mesmo pode se dizer dos nazistas.

O autor brasileiro Walcyr Carrasco, em visita à Alemanha, esteve em Dachau. Sensível como é, afirmou que jamais permitiria dizerem algo mal sobre os judeus em sua presença.

Sim, temos amigos esclarecidos!

Há anos, milhares de jovens se reúnem para conhecerem os campos de concentração e trabalho forçado na Polônia, a famosa "Marcha da Vida". Essa é uma forma de sensibilizá-los e os munirem de informação para enfrentarem piadinhas de mau gosto sobre judeus.

Os nazistas acreditavam na supremacia da "raça" ariana e, para isso, criaram máquinas de tortura e morte para os que não coadunavam com essa "verdade". Eles o faziam simplesmente por isso e não para conquistarem terras —como fazem hoje os russos, que invadiram a Ucrânia.

Com a vitória dos aliados, foi constatada a necessidade que tiveram de apagar qualquer vestígio do modus operandi do nazismo. Como contei no início deste artigo, o Hamas buscou documentar cada passo da barbárie do dia 7 de outubro.

Atualmente, sabemos que 6 milhões de judeus foram mortos no Holocausto, e, tristemente, os números revelam o grande massacre ocorrido em Israel.

O dia 7 de outubro tornou-se um divisor de águas na história de Israel, assim como o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, este 27 de janeiro, quando os aliados entraram em Auschwitz.

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