Reação à morte de Diana marcou reinado de Elizabeth 2ª, analisam leitores da Folha

Leitores criticaram silêncio, frieza e falta de empatia da monarca

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Americana (SP)

O momento considerado de maior perigo para a realeza britânica na história recente foi lembrado por leitores da Folha como o mais marcante do reinado de Elizabeth 2ª: a morte da princesa Diana.

A rainha manteve silêncio e relutou em declarar luto oficial após trágico acidente que matou Diana, ex-mulher do atual rei Charles e uma das figuras mais populares da realeza, em 31 de agosto de 1997.

A rainha Elizabeth entre o príncipe Charles e a princesa Diana, no Palácio de Buckingham, em Londres, em 1981 - 27.mar.1981/AFP

"O que achei mais marcante foi o silêncio de cinco dias após a morte de Diana. A rainha, sempre tão atenta aos protocolos, teve um ato falho (raiva de Diana?) ao não se manifestar imediatamente", opinou a médica Flavia Villar Marques de Sá, 63, de São Paulo (SP).

Para Silvana Maria, 60, professora de São Paulo, a rainha lidou com o caso "sem empatia e com extrema frieza".

Após pressão, a rainha se pronunciou em 5 de setembro. "Ninguém que conheceu Diana jamais a esquecerá. Milhões de outras pessoas que nunca a conheceram, mas sentiam que a conheciam, se lembrarão dela. Eu acredito que há lições a serem tiradas de sua vida e da extraordinária e comovente reação à morte dela. Eu compartilho de sua determinação de cuidar da memória dela", disse ela, em discurso transmitido pela TV.

O empreendedor Marcel Silvio Hirsch, 71, de São Paulo (SP), também criticou a oposição de Elizabeth a Diana quando esta se separou do atual rei Charles 3º. "A rainha deveria ter agido de forma oposta à que reagiu", opinou.

Outros leitores lembraram a firmeza da rainha em momentos de crise.

"Na minha opinião, [o momento mais marcante] foi o início de seu reinado, quando o reino se encontrava em dificuldades financeiras e muitos questionavam se precisavam de uma rainha. Mas ela fez o que devia e hoje foi a maior e mais importante monarca que já se teve", afirmou Matheus Teglay Santos Sampaio, 22, analista de TI, de Campina Grande (PB).

Mais recente, a fala da rainha em apoio às medidas sanitárias durante a pandemia de coronavírus foi citada pela engenheira Ivone Corgosinho Baumecke, 63, de Belo Horizonte (MG).

A rainha Eilzabeth recebe Liz Truss em audiência no Castelo Balmoral - Jane Barlow - 6.set/Reuters

O engenheiro agrônomo e agricultor Rafael Pereira Gonzaga, 38, de Franca (SP), destacou que a rainha empossou a primeira-ministra Liz Truss na antevéspera de seu falecimento. "Ela continuava se dedicando integralmente ao seu povo e à sua nação. Viveu não para ser servida, mas para servir ao seu país e a seus compatriotas."

Já Adilson Roberto Gonçalves, 55, professor universitário em Campinas (SP) lembrou que ela foi perdendo poder ao longo dos anos, mas "sem perder a majestade". "Levou à injusta metáfora da expressão 'feito a rainha da Inglaterra", em alusão ao que está no governo, mas sem governar."

Leia a seguir outros momentos relembrados pelos leitores.

"Cito sua visita a Irlanda em 2012, ocasião em que cumprimentou sorridente e com um olhar todo complacente o ex-líder do IRA, Martin McGuiness. O mesmo IRA que assassinou seu querido tio e confidente, Lord Mountbatten, em 1979."
(Marcello Rinaldi, 55, professor, São Paulo, SP)

O presidente da África do Sul, Nelson Mandela, acompanha a rainha Elizabeth em passeio de carruagem em Londres - Simon Kreitem - 9.jul.1996/Reuters

"Quando concedeu o título de baronesa para Margareth Thatcher. Foi uma demonstração de altivez e reconhecimento pelos serviços prestados mesmo tendo personalidade e posicionamento divergentes." (Valmir Aparecido Moreira, 58, advogado, Araras, SP)

"A recepção que ela deu a Nelson Mandela em julho de 1996, quando o presidente da África do Sul visitou o Reino Unido. Certamente o passeio dos dois em carruagem aberta foi um tapa de luva de pelica em Margaret Thatcher, desafeta cordial da rainha, e outros líderes britânicos que sempre o trataram como terrorista."
(Sergio Dias Canella, 64, engenheiro eletricista, Rio de Janeiro, RJ)

"Para mim, de forma bem particular, foi vê-la no Monumento do Ipiranga em 1968, quando tinha 13 anos [em 1968]. Para o reinado, relevância zero. Para mim, uma imagem sempre guardada nas boas lembranças."
(Ronaldo Baptistella, 67, engenheiro, Itatiaia, RJ)

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