A consistência é a principal meta de leitura do engenheiro Vanderlei Medeiros Ramos, 33, para 2023.
"A meta é introduzir o hábito de leitura de forma consistente. Ocupar melhor o tempo, hoje tomado pelo vício de redes sociais. A ideia é ter uma meta realista e manter a constância, sem preocupação com a quantidade", contou o morador do Rio de Janeiro (RJ).
Da mesma maneira, a professora Maria Elisabeth Vespoli, 72, de São Paulo (SP), disse que quer recuperar "o hábito que fui perdendo em função do tempo dedicado às redes".
"Tive consciência essa semana do tempo que eu perco jogando cartas no celular e desinstalei o jogo. Já comecei a ler imediatamente e estou adorando retomar meu hábito", disse a produtora rural Mara Silvia Eroles, 52, de Mogi das Cruzes (SP).
"Minha média é de três livros por mês, já que moro em sítio e não curto TV. Mas não me preocupo com quantidade, e sim qualidade. Quero ser eclética, buscar livros de autores jovens, outros consagrados, e autores negros."
"A ambição é da natureza de um leitor fanático. No meu caso a ambição para 2023 é ler os clássicos da literatura russa", disse o fotógrafo José Alberto Iakatos, 62, de São Paulo (SP). "Ler é um vício muito bom. Dá para fazer viagem sem dano à saúde. É uma droga legalizada."
"Quero retomar uma leitura consistente de ficção pois a realidade no Brasil me soterrou no último ano", disse o servidor público Pedro Ivo Rocha de Macedo, 41, de Brasília (DF). Ele quer ler 75 livros neste ano.
Já Pedro Cardoso da Costa, 60, de São Paulo (SP), prefere não criar metas quantitativas, embora deseje ler ao menos dez livros em 2023. "Se der. Não estabeleço meta, pois a mim isso gera pressão e não faço uma leitura atenta."
"Ler é um vício muito bom. Dá para fazer viagem sem dano a saúde. É uma droga legalizada"
Divino Alves de Oliveira, 56, de Goiânia (GO), conta com ajuda tecnológica para cumprir sua meta de ler pelo menos três livros por mês.
"No meu aniversário, em 30 de dezembro, ganhei um Kindle, e experiência de ler livro nele está sendo ótima! Estou lendo 3 livros simultaneamente", contou o policial militar da reserva.
"Uso a acessibilidade para deficientes visuais, que me ajuda a ter maior velocidade de leitura", sugeriu o empresário Eduardo Anton, 42, de Joinville (SC). Ele quer ler 60 livros (cinco por mês), meta que considera conservadora, pois no ano passado leu 72.
O autônomo Diego Marcelo Bentes Carmin, 34, de Manaus (AM), adotou uma metodologia para sistematizar as leituras do ano.
"Tenho como meta 24 livros (dois por mês), 15 dias para cada livro, organizando por capítulos ou páginas diárias. Em 2022, li 12 livros com a meta de um por mês", disse.
Ele oferece uma dica aos demais leitores da Folha. "Foi difícil criar um hábito porque eu pensava que precisava 'fazer muito' todo dia, quando na verdade o hábito é criado aos poucos, com metas pequenas, e processo a longo prazo."
O professor Jonas Renato Donizeti Pierobon, 34, conta com a ajuda do clube de leitura de sua cidade (Leme, SP). "Gostaria de ler mais ou o mesmo que li no ano passado, que foi 36 livros. Tentarei diversificar mais minhas leituras."
"A meta de leitura para 2023 são 12 livros já comprados, incluindo um em inglês. O meu foco é a continuidade da leitura de alguns temas em que tenho interesse", contou a aposentada Cidalva Pereira da Luz, de São Paulo (SP). "Desde o início da pandemia já li 48 livros e neste ano pretendo completar 60 livros lidos."
O engenheiro mecânico Anderson Vieira dos Santos, 39, de Indaiatuba (SP), listou 10 livros que quer ler em 2023, a maioria de história brasileira, como a série "Escravidão", de Laurentino Gomes, e a coleção sobre a ditadura militar brasileira de Elio Gaspari.
"A leitura é uma terapia sistemática e contínua. É uma forma indelével de se deliciar no mundo imaginário, no qual as letras constroem os sonhos"
Irzair Ciro Correa, 50, professor de Cuiabá (MT), vai focar em literatura engajada, com autores negros e livros sobre política para compreender melhor as relações políticas e culturais da América Latina.
Vicencia Maria Passinho Franco, 56, que quer prosseguir com a obra de Laurentino, declarou seu amor pela leitura. "Os livros são meus amantes leais desde a mais tenra idade, legado do meu avô materno e do meu pai, dois exímios leitores."
"A leitura é uma terapia sistemática e contínua. Uma conversa dinâmica com os personagens do texto, uma viagem neural ao mundos diversos. É uma forma indelével de se deliciar no mundo imaginário, no qual as letras constroem os sonhos", acrescentou a professora de São Luís (MA).
Leia a seguir mais relatos dos leitores.
"Minha meta é ler oito livros. Penso que serei ambicioso e ousado. Meu foco é adquirir o hábito da leitura no meu cotidiano e melhorar meu vocabulário."
André Cassimiro, 52, agente de organização escolar (São Paulo, SP)
Evelyne Ramos Massulo, 26, estudante (Campo Grande, MS)
Minha meta é ler mais livros de não-ficção, principalmente, aqueles que já tenho em minha estante. Não quero nada ambicioso, mas também espero dedicar maior tempo à leitura.
Graciela Paciência da Silva, 36, revisora de conteúdo de varejo (São Paulo, SP)
Minha meta em 2023 continuará sendo a leitura diária, a partir das 5h até aproximadamente as 6h30, saboreando café e embarcando para os variados destinos dos romances, livros de história, biografias e crônicas.
Johnny Kallay, 56, empresário (São Paulo, SP)
"Sempre deixo uma lista com aproximadamente 15 livros para começar, mas nem sempre leio todos, pois no decorrer do ano as vontades vão se alternando conforme o humor e as novidades do mercado. Tenho muitos livros na estante aguardando a vez, mas muitas vezes algum novo se impõe. Na minha lista, procuro alternar clássicos com contemporâneos, adiciono poesia, crônicas e procuro ler ao menos um livro de alguns de meus autores preferidos. Não foco na quantidade, mas na realização do desejo de leitura que se impõe no momento."
Janaina Brito, 42, bancária (Mauá, SP)
"A leitura é fruição ou dever? Integrada ao cotidiano, quero ler livros que ampliem as possibilidades de conexão com as pessoas. Lerei livros de sucesso e livros de prestígio. Em alguns momentos, lerei livros, contos e textos só para mim."
Clara Carolina Souza Santos, 38, professora (Vitória da Conquista, BA)
"Sempre fui muito ambicioso sobre a leitura. No ano passado li 38 livros; neste ano quero ler 50. Contudo, mais importante do que praticar o hábito da leitura é o conhecimento adquirido e como posso aplicar esse conhecimento em multifacetadas áreas da vida."
Éder Antônio Pereira da Cruz, 18, estudante universitário (Teófilo Otoni, MG)
"Agora, que estou aposentado, quero reintroduzir o hábito de leitura e estudar 6h por dia e dar continuidade ao projeto interrompido 30 anos atrás por causa das dificuldades financeiras."
Luis Edesio Fávero, 60, aposentado (Itapira, SP)
"Tenho cerca de 30 livros ainda não lidos em minha biblioteca. Sempre fui leitora assídua, mas o hábito foi se perdendo após ter entrado no mercado de trabalho. Como resolução de Ano-Novo de 2021, procurei retomar o hábito e consegui. Leio, em média, um livro por semana."
Gisele de Sousa Santana, 31, enfermeira obstetra (São Paulo, SP)
"Dizem que sou um leitor compulsivo, leio em torno de oito livros por mês, que dá cem livros por ano. Faço isso desde os meus 12 anos de idade."
Vicente de Paulo Lima Menezes, 64, funcionário público (Fortaleza, CE)
"A meta será ler livros infantis que retratem os valores relacionados à preservação do meio ambiente e à transição verde de um novo mundo que está por vir (o capitalismo verde) para a minha neta."
Rita de Cassia Samora, 64 (Itapira, SP)
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