Leitores contam como livros infantis os ensinaram a sonhar e entender a vida

Por ocasião do Dia Internacional do Livro Infantil, em 2 de abril, assinantes listaram suas obras preferidas

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Americana (SP)

Obras lidas na infância despertaram nos leitores da Folha sonhos, curiosidades, aventuras e os ensinaram a entender e a atravessar certos momentos da vida.

É o que mostra a inteiração feita pelo jornal por ocasião do Dia Internacional do Livro Infantil, celebrado em 2 de abril, em que a Folha pediu que os leitores respondessem à seguinte pergunta: "Qual livro mais marcou sua infância e por quê?"

Fotografia colorida em plano médio de criança muçulmana; ela usa um véu vermelho em volta da cabeça e lê um livro
Criança afegã lê livro na escola na província de Kandahar - 1.jan.2023/AFP

A data marca o dia do nascimento, em 1805, do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, autor de mais de 150 histórias, como os clássicos "O Patinho Feio", "A Pequena Sereia" e "O Soldadinho de Chumbo".

Como comemoração, a cada ano um país é escolhido como patrocinador da data. O país escolhe um tema e um autor para escrever uma mensagem para as crianças, além de um ilustrador para fazer um pôster.

O patrocinador deste ano é a Letônia, país báltico que escolheu o poeta Inese Zandere para escrever uma mensagem para crianças com o tema "O pequeno fica grande em um livro".

A obra que marcou a infância da gestora de projetos Hellyda Cavalcanti, 35, de Lisboa, foi "O Menino Maluquinho", de Ziraldo.

"Eu tinha uma edição de bolso e andava com ele para todos os lados, e poder tirar do bolso e começar a ler era como me colocar numa zona de conforto imediata. Eu tinha mudado de país aos 7 anos de idade, havia estranhamento da língua, das pessoas, então o livro era o meu companheiro", contou.

Ilustração de Antoine de Saint-Exupéry para o capítulo 20 de 'O Pequeno Príncipe' - SKKG 2021

O professor Jaime Souza, 30, de Salvador (BA), elegeu "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry.

"Porque eu era um garoto curioso e solitário e, sendo autista, nunca entendi a psique das pessoas ao meu redor. Anos mais tarde, influenciado pelo Saint-Exupéry, me tornei mochileiro: saí por aí conhecendo pessoas e escutando suas histórias. Hoje tenho edições do livro nos mais diversos idiomas."

"O livro que marcou minha infância foi 'Malala, a Menina que Queria Ir para a Escola' [Adriana Carranca], um livro paradidático lido no quarto ano do fundamental", escreveu o estudante João Moreira Anestor, 15, de Leopoldina (MG). "Foi o meu primeiro encontro com outras culturas e outras realidades."

ilustração
Ilustração do livro 'Malala Yousafzai - A Menina que Defendeu os Direitos das Crianças', 6º volume da Coleção Folha - Grandes Biografias para Crianças - Reprodução

Já Maria Aparecida Furtado, 68, de Jacareí (SP), lamentou não ter tido um livro favorito. "Éramos em sete irmãos, meus pais eram semianalfabetos e mal concluímos a 4ª série primária. Hoje sou professora e posso para os meus pequenos a importância da leitura!"

Leia a seguir mais relatos de leitores.

"'Uma Rua Como Aquela', de Lucília Junqueira de Almeida Prado. O livro descrevia a minha infância com exatidão e me enchia de esperança e alegria sobre o futuro. Minha vida era perfeita e o livro me confirmava isso."
Erika Adriane Spoljaric, 54, engenheira (São José dos Campos, SP)

"'As Mais Belas Histórias', de Lúcia Casasanta. Aprendi a ler com ele e até hoje me lembro do 'era uma vez...era uma vez...era uma vez... três porquinhos'. Os coleguinhas de sala me cercavam, pedindo para ler o final da história... Eu havia sido colocada na 1ª série como ouvinte, justamente por ser mais nova e infantil. Mas fui a primeira a desvendar o mistério dos porquinhos!"
Ana Paula de Mattos Freire, 56, bancária (Belo Horizonte, MG)

"Zezinho queria chorar, gritar e dizer que ninguém podia vender a Maninha, pois ela era sua porquinha, criada com todo carinho e estima. Página após página, eu sentia essas mesmas emoções junto o personagem criado por Jair Vitória no livro 'Zezinho, o Dono da Porquinha Preta'. Era um exemplar antigo que eu carregava para lá e para cá, com a capa já quase descolando, depois de passado por uma geração de primos mais velhos.

"Reli várias vezes, sempre angustiada para saber qual destino caberia à Maninha e seus filhotes. Ao final, corria para abraçar minhas cachorras e prometer que cuidaria delas para sempre. Foi um ótimo livro para começar a entender que viver é enfrentar desafios o tempo todo, mas há coisas pelas quais valem a pena lutar."
Iasmin Penariol, 24, historiadora (Bauru, SP)

"'Marcelo Marmelo Martelo', de Ruth Rocha. Marcou pelo jogo de palavras, sagacidade, inconformismo e curiosidade infantil, diversão e criatividade. Quem não se lembra do 'Latildo' e da célebre frase: 'Gente grande não entende nada de nada, mesmo'?"
Alexandre Aureliano Ferreira, 52, engenheiro químico (São Paulo, SP)

"Uma coleção dos irmãos Grimm (creio que 7 ou 8 volumes de capa dura, com frisos dourados). As ilustrações eram incríveis, como se fossem telas renascentistas, e junto com o texto (que lembro ser direto, sem firulas) me levavam a lugares fantásticos."
Regina Maria Gomes Rocha, 66, jornalista (São Paulo, SP)

"'Viagem ao Centro da Terra', de Jules Verne. Foi um presente do meu avô e foi o primeiro livro que li inteiro sozinho.
João Pedro dos Anjos Paixão, 25, doutorando em arquitetura e urbanismo (Viçosa, MG)

"'Reinações de Narizinho' abriu o mundo da leitura para mim. Eu tinha 9 anos e descobri o livro na minha primeira visita a uma biblioteca pública. Pela primeira vez na minha vida eu seria transportada para outro mundo sob o encanto das palavras de Monteiro Lobato. Nunca parei de viajar.
Andrea C Spoljaric, 57, professora (São José dos Campos, SP)

"Que pena que pode escolher só um, mas além de toda a Coleção Vaga-Lume, 'O meu pé de laranja lima', de José Mauro de Vasconcelos, me encantou, emocionou e me marcou como uma lição de verdadeira amizade.
Vanessa Féra, 51, advogada (São Paulo, SP)

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