Descrição de chapéu Livros

Leitora gosta de harmonizar gêneros literários com vinhos

Assinantes contam quando, como e onde preferem desfrutar de seus livros

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São Paulo

Na última sexta-feira (6), a Folha perguntou aos assinantes quais eram seus hábitos de leitura. As respostas são diversas e incluem horários, métodos, formatos e até bebidas favoritas para degustar junto a um bom livro.

Para a professora Lorena Tavares, 63, de Blumenau (SC), as viagens de avião, especialmente as mais longas, são a ocasião perfeita para colocar a leitura em dia. "O percurso que levaria horas, eu sinto passar em minutos."

Quando está em casa, a literatura é combinada com diferentes tipos de vinhos. "Se for um livro de contos e poemas de terror, tipo os de Edgar Allan Poe, adoro vinhos complexos como os ‘de guarda’. Se for um livro com uma abordagem pedagógica, me agradam os vinhos com a uva Merlot. Mas, se for um romance, não dispenso um vinho Torrontes de Susana Balbo."

No caso das leitoras paulistas Ana Glória Slechticius, 55, e Andressa Rochelim, 34, o hábito é (bem) acompanhado por canecas de café e xícaras de chá. "Geralmente no final do dia, pois é quando o trabalho terminou e as coisas em casa estão ajeitadas. É meu momento de imersão nos mundos", conta Rochelim.

Leitores enviam hábitos de leitura para a Folha - Gabriel Cabral/Folhapress

A noite também é um período com menos distrações para a advogada Deliana Salomão de Castro, 48, de Belo Horizonte. "Antes de dormir ninguém vai interromper, é um momento só meu em que eu estou no controle da situação."

A exceção, diz, é quando o cansaço vence. "Me derruba com uma ou duas páginas lidas, mas não importa a quantidade e sim o compromisso de nunca parar de ler."

Assim como para Deliana, o horário também é o ideal para a servidora pública Francelise Rompkovski, 36, de Curitiba. "Notei que a leitura antes de ir para a cama melhorou muito a qualidade do meu sono e também contribuiu para me proporcionar, além da fruição da imaginação de olhos abertos, aquela de olhos fechados."

A leitora diz que sempre foi muito apegada a seu acervo, com uma estante envidraçada para afastar a poeira e um número seleto de pessoas a quem empresta as edições. Mas ela tem se permitido marcar as páginas com sinalizadores e escrever comentários a lápis nas margens das páginas. "Como é bom abrir um livro que lemos há algum tempo e reencontrar, com certa surpresa, talvez certo estranhamento, nosso ‘eu’ do passado ali, com suas percepções, ideias, sentimentos e caligrafia ligeiramente diferente."

Já para a analista Raque Carvalho, 49, da Chapada dos Guimarães (MT), são as manhãs que proporcionam concentração para temas em filosofia, história, economia e biologia. Em termos de formato, ela diz que deu chance para os leitores digitais, embora tenha perdido a condianças após o dispositivo pifar. "Era o ponto alto de um romance, parei de confiar e voltei ao livro físico. Ler, para mim, é vital, como comer."

Para o leitor Milton Cezar Ferreira da Silva, 57, de Pradópolis (SP), pouco importa o horário, é o espaço o fundamental para ler: uma varanda que ofereça uma paisagem para descansar o olhar e refletir é o ideal. Já a estudante Maria de Lourdes Biscarde, 37, de Serrinha (BA), gosta de ficar debaixo de uma árvore ouvindo o canto de pássaros ao vivo.

Alguns assinantes descrevem suas estratégias de leitura e apontam que não se restringem a um livro de cada vez. A leitura simultânea do assistente social Alexsandro Sousa Mafra, 38, de Santo Antônio da Platina (PR), é administrada por capítulos. "Findo o capítulo de uma obra, principio a leitura de outra, em seguida dou prosseguimento as páginas dum terceiro livro. No presente, estou lendo concomitantemente cinco livros (relato de viagem, autobiografia, poesia, literatura nacional e um tratado de filosofia)."

Confira a seguir mais algumas respostas enviadas.

Gosto muito dos livros físicos. Do cheirinho de novo, de poder doar, emprestar ou guardar, mas o digital me conquistou. Tenho três aplicativos de leitura. É fácil, rápido e prático. Está na palma da mão, literalmente. Ademais, os preços dos livros são impraticáveis.
André Barros Araújo, 46, cientista político (Brasília, DF)

Eu prefiro livros impressos. Gosto de ler no intervalo do trabalho e nos finais de semana. Na verdade, sempre carrego um livro na bolsa, quando tenho um tempinho, sempre tento ler. Cuido com muito zelo dos meus livros e, inclusive, tenho uma planilha em Excel na qual faço o controle de minha pequena biblioteca. Como um incentivo para ler mais, faço parte de um clube de livros e mensalmente recebo uma caixinha com um livro diverso e inédito no Brasil.
Giselle de Sousa, 29, advogada (Caxias do Sul, RS)

Sentado em minha mesa de trabalho em frente ao meu computador, com um café ou chá, leio meus livros digitais, a minha paixão. Alterno horas de leitura, pesquisas, com horas escrevendo.
Mauricio Dalbaran de Castro Ribas, 63, escritor (Curitiba, PR)

Leio em pé, acho uma boa maneira de me concentrar melhor na leitura. Também gosto de ler sentado à mesa, uso um daqueles suportes de notebook e uma pranchetinha A4, como suporte para deixar o livro inclinado. Mas, se leio na cama, prefiro usar o celular mesmo, por ser mais leve, fácil de segurar e não preciso de luz. Ajusto o brilho bem fraquinho, letras confortáveis e vou até dormir.
Hermógenes Moussallem Vasconcelos, 42, arquiteto (São Paulo, SP)

Encontro minha maior satisfação na leitura ao mergulhar nas páginas de um livro enquanto simultaneamente transcrevo pensamentos e reflexões em um caderno dedicado. Neste refúgio de papel, extraio meticulosamente os elementos que considero de maior relevância na obra, buscando não apenas compreender, mas também internalizar profundamente seu conteúdo.
Éder Antônio Pereira da Cruz, 19, estudante (Teófilo Otoni, MG)

Um verdadeiro ritual. Gosto de ler sozinho, um lugar calmo, uma música de fundo baixinha, pode ser livro físico ou kindle, desde que a história seja boa. Adoro ler de madrugada de preferência.
Carlos Cicero Nacif do Nascimento Teixeira, 70, biólogo (Belo Horizonte, MG)

Sentada confortavelmente no sofá da sala, enrolada em um cobertor quentinho e com muitos post-its marca-páginas do lado.
Danielle Vitória Correia de Assis Gomes, 16, estudante (Rio de Janeiro, RJ)

Gosto de ler, preferencialmente, com a luz natural, sentada em uma poltrona com as costas para a janela; deitada na grama; na praia. Livros mais sérios ou para fins profissionais prefiro estar à mesa para fazer anotações.
Michela Ricarte Caletti, 48, advogada (Doha, Qatar)

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