FHC nega participar de suposto esquema de compra de votos para aprovar a reeleição
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso negou hoje que tenha participado, quando presidente, de um esquema de compra de votos de parlamentares para aprovar a emenda da reeleição, em 1997. Ele afirmou, durante sabatina da Folha, que o Planalto tinha "maioria tranqüila" no Congresso e não precisava se valer desse tipo de esquema
"O Senado votou [a reeleição] em junho [de 1997] e 80% aprovou. Que compra de voto?", rebateu ele hoje durante a sabatina.
Segundo ele, as acusações de uma possível compra de votos não deve ser dirigidas a ele ou ao PSDB. "Houve compra de votos? Provavelmente. Foi feita pelo governo federal? Não foi. Pelo PSDB: não foi. Por mim, muito menos", afirmou.
FHC fez questão de ressaltar que a reeleição para os governos estaduais também estava em jogo na ocasião e que os governadores da época também defendiam o mecanismo. Ele não citou nomes.
FHC é sabatinado pelos colunistas da Folha Eliane Cantanhêde, Vinicius Torres Freire e Luiz Carlos Mendonça de Barros (ex-ministro das Comunicações de FHC) e Josias de Souza (da Sucursal de Brasília e do blog "Nos Bastidores do Poder"). A platéia do Teatro Folha, onde acontece a sabatina, também poderá fazer perguntas.
Reeleição
O direito à reeleição para cargos executivos surgiu em 1997, sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso. Reportagem da Folha de domingo lembra que a inovação foi aprovada em meio a um escândalo. É que nos dias 13 e 14 de maio daquele ano, antes mesmo do Senado aprovar a emenda, a Folha revelou gravações de conversas de deputados que disseram ter vendido seus votos para aprovar a reeleição por R$ 200 mil cada um, e acusavam outros de terem feito o mesmo. Dois deles renunciaram, e o governo abafou uma CPI.
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