Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Interferências de Bolsonaro em órgãos do governo vão de filmes a exonerações; veja lista

Ingerência mais recente foi na chefia da PF no Rio, onde presidente contestou escolhido e sugeriu nome próximo a ele

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Brasília

Em pouco mais de oito meses de mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) já acumula uma série de ingerências em órgãos do governo.

A mais recente foi a troca da chefia da Polícia Federal no Rio de Janeiro, que provocou uma queda de braço com o ministro Sergio Moro e a PF.

Relembre abaixo este e outros episódios em que Bolsonaro interferiu em decisões e processos de outras entidades do governo.

Superintendentes da PF

Por ordem do presidente, a Polícia Federal trocará o comando da superintendência no Rio de Janeiro. A mudança já estava sendo discutida na cúpula da força policial, mas pegou a corporação de surpresa e causou mais um constrangimento ao ministro da Justiça, Sergio Moro.

Petrobras

Após Bolsonaro protagonizar desentendimento público com o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, a Petrobras avisou que irá rescindir contrato com o escritório de advocacia do dirigente da entidade. O presidente pregou ainda revisão dos contratos de publicidade da empresa estatal.

Banco do Brasil

Em uma ingerência administrativa, ele pediu ao presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, que demitisse o diretor de publicidade da instituição financeira e retirasse do ar uma propaganda com atores que representavam diversidade sexual e racial.

Ibama

No início do ano, o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) exonerou o fiscal que multou Bolsonaro em 2012 por pescar na Estação Ecológica de Tamoios, no Rio de Janeiro. O presidente defende inclusive que área de proteção ambiental deixe de ser uma estação ecológica para transformá-la em uma "Cancún".

 

Inpe

Com a insatisfação do presidente diante do aumento do desmatamento na Amazônia, o presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o físico Ricardo Galvão, responsável pela divulgação do dado, foi exonerado. Bolsonaro queria que as informações fossem discutidas previamente com o Palácio do Planalto antes de serem tornadas públicas.

Ancine

Insatisfeito com os patrocínios aprovados pela Ancine (Agência Nacional do Cinema), o presidente impôs uma pauta de costumes no órgão federal e interveio para que produções audiovisuais cuja temática é a diversidade sexual não recebessem recursos, como filmes sobre transgêneros e homossexuais.

Ministério da Justiça

Após uma interferência de Bolsonaro, o ministro da Justiça, Sergio Moro, teve de revogar a nomeação da especialista em segurança pública Ilona Szabó de Carvalho como suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. O episódio causou desconforto a Moro, o que o levou a pedir desculpas públicas a Ilona, que havia se posicionado contra Bolsonaro na campanha eleitoral.

Conselho Nacional de Trânsito

Na última quinta-feira (15), o presidente suspendeu o uso de radares móveis em rodovias federais, medida criticada por especialistas em segurança no trânsito. Em junho, ele também apresentou projeto de lei aumentando de 20 para 40 pontos o limite para suspensão do condutor. Nos últimos cinco anos, como mostrou a Folha, a família do presidente recebeu 44 multas de trânsito.

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