Descrição de chapéu Eleições 2022

Marília Arraes e Raquel Lyra travam duelo sobre famílias, Bolsonaro e Paulo Câmara em debate

Candidatas disputam no 2º turno o posto de primeira governadora de Pernambuco

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Recife

Marília Arraes (Solidariedade) e Raquel Lyra (PSDB) travaram um duelo de vincular o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador Paulo Câmara (PSB) à concorrente durante o último debate do segundo turno entre as candidatas a governadora de Pernambuco nas eleições de 2022. As famílias das candidatas também foram assunto.

Bolsonaro e Paulo Câmara têm elevada taxa de reprovação entre os eleitores de Pernambuco, conforme mostram as pesquisas.

Raquel e Marília disputam um segundo turno inédito entre mulheres no estado. Quem vencer será a primeira governadora do estado.

Marília Arraes e Raquel Lyra, candidatas ao Governo de Pernambuco, durante debate na TV Globo - Marlon Costa/TV Globo

Enquanto Raquel tentou associar Marília Arraes a Paulo Câmara, Marília vinculou a adversária a Bolsonaro e reforçou o apoio a Lula (PT). A candidata do PSDB está neutra na disputa presidencial, mas a estratégia de Marília é explorar o apoio de bolsonaristas à tucana, apesar de também haver petistas no seu palanque.

"Uma do lado da democracia, do povo pobre de Pernambuco, uma não tem coragem de assumir o lado que está", disse Marília, acusando Raquel de tentar criar uma trincheira do bolsonarismo no estado. "Quem diz que tanto faz está do lado do opressor e o opressor é Bolsonaro."

Em um dos principais momentos do debate, Marília Arraes perguntou a Raquel Lyra reiteradamente se havia ou não corrupção no governo Bolsonaro. A adversária tergiversou e falou genericamente que "se houver, tem que ser combatida" pelos órgãos de investigação. Lyra enfatizou, inclusive, que já foi delegada da Polícia Federal.

Marília também indagou Raquel Lyra sobre a política ambiental do governo Bolsonaro. A ex-prefeita frisou que as ações ambientais estiveram entre suas prioridades enquanto prefeita de Caruaru, nos últimos cinco anos, sem criticar os problemas do Meio Ambiente sob o atual presidente.

Já Raquel Lyra apostou na associação do governador Paulo Câmara a Marília. Apesar do gestor estadual não ter declarado publicamente apoio a Marília Arraes, a tucana frisou que Marília refez as pontes com o primo, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), dois anos depois do embate dos primos de segundo grau na disputa pela prefeitura.

"Sou de uma candidatura que representa a mudança de verdade, outra representa a continuidade de um grupo que faz de tudo para se manter no poder", disse Raquel. "Ela fez as pazes com o primo, [eles] acham que conseguem enganar o povo."

A candidata do PSDB também lembrou que o vice da chapa de Marília, o deputado federal Sebastião Oliveira (Avante-PE), foi secretário de Transportes no primeiro mandato de Paulo Câmara. Já Marília citou o apoio do ex-secretário de Turismo do governo Paulo, Rodrigo Novaes (PSB), a Raquel no segundo turno.

"Não adianta repetir uma mentira mil vezes, ela não se torna verdade, Pernambuco sabe que sou oposição ao governo que está aí [de Paulo], sou oposição alinhada ao presidente Lula, ao que Pernambuco mais precisa", retrucou Marília.

A candidata, que está grávida, segurou um terço durante o debate, assim como fez em outros encontros.

As questões familiares foram pauta do debate. Raquel Lyra citou irmãos de Marília Arraes que já tiveram cargos na administração pública do Recife ou do estado. A candidata do Solidariedade rebateu falando sobre as empresas de ônibus intermunicipais da família de Raquel Lyra no interior do estado.

Arraes também aproveitou que Raquel introduziu o debate familiar para mencionar o tio de Raquel, o ex-ministro da Justiça Fernando Lyra, opositor da ditadura militar, para criticar a neutralidade da adversária no segundo turno presidencial. "Seu tio nunca se omitiu."

"Convido a todos para acompanhar o debate que vai haver amanhã entre Lula e Bolsonaro para que você possa fazer a sua escolha. Lá, estão as questões nacionais. Aqui a gente vai discutir Pernambuco", disse Raquel, acusando a adversária de ignorar o debate estadual.

O passado político das duas candidatas também emergiu no debate. Raquel Lyra repetiu a estratégia de falar sobre o período em que foi prefeita, enquanto Marília disse que "Caruaru não é a ilha da fantasia que está na propaganda de Raquel".

Marília também criticou o período de nove meses em que o pai de Raquel, João Lyra Neto (PSDB), sucedeu Eduardo Campos, e o valor mais elevado da passagem de ônibus em Caruaru na comparação com a da região metropolitana do Recife.

Raquel também criticou a atuação de Marília como deputada federal, pondo em xeque a destinação de emendas parlamentares da adversária. "Ela não destinou recursos para cuidar dos morros, nem do sistema socioeducativo, nem do sistema protetivo de crianças abandonadas."

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