Moraes diz que filas estão normais e que todos que forem às seções até 17h vão votar

Presidente do TSE reafirma que parecer do partido de Bolsonaro sobre as urnas é criminoso e fraudulento

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Brasília

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, disse que as filas para votação estão "dentro da normalidade" e que todos os eleitores que chegarem às seções até 17h vão conseguir votar.

"Como já prevíamos, a votação vem sendo realizada de maneira tranquila, harmoniosa. Eleitoras e eleitores se dirigindo normalmente às urnas", disse Moraes à imprensa na sede do tribunal.

Moraes disse que há "alguma fila", mas afirmou que em tamanho normal. "Principalmente entre esse horário, como sempre ocorre, horário pré-almoço. Mas isso também dentro da normalidade", afirmou.

Ele afirmou que todos os eleitores que chegarem até 17h nas seções vão conseguir participar da eleição. Quem estiver na fila nesse horário na fila recebe uma senha para votar.

Filas e espera marcam o primeiro turno das eleições em diferentes cidades do Brasil. A espera tem chegado mais de uma hora em diversas capitais.

Alexandre de Moraes participa de teste de integridade das urnas na Escola Canadense - Gabriela Biló /Folhapress

Na mesma declaração à imprensa, Moraes reafirmou que o parecer da auditoria do PL, partido de Jair Bolsonaro, sobre as urnas eletrônicas é "criminoso e fraudulento".

"Vamos apurar quem fez, como fez e quem pagou. E se pagou pela fraude", disse Moraes, em declaração à imprensa no TSE. "Além de crime eleitoral, é crime comum e será apurado".

O presidente do TSE afirmou não ter informações sobre qual trabalho de fiscalização e auditoria o PL vai realizar no dia da votação.

Ele reforçou que os partidos podem fiscalizar o pleito, assim como as Forças Armadas.

Moraes disse ainda que "ninguém entrou em contato" para informar se os militares pretendem ou não divulgar ainda neste domingo (2) o resultado da auditoria sobre as urnas.

O TSE abriu apuração sobre a auditoria do PL, que fala em "risco de invasão" nos sistemas eleitorais.

Moraes ainda colocou o PL e a auditoria dentro do inquérito das Fake News, que é relatado por ele no STF (Supremo Tribunal Federal).

O ministro também minimizou eventuais questionamentos ao resultado das eleições de 2022. Ele usou uma analogia futebolística para indicar que elas não serão levadas em conta, por falta de relevância.

"Eu sou corintiano, como todos sabem, e até hoje eu contesto a vitória do Internacional contra o Corinthians em 1976, aquela bola que bateu na trave, foi fora e foi dado gol", disse.

"Eu contesto até hoje, mas fico com a contestação para mim mesmo. É assim que o tribunal vai tratar quem contestar as eleições", completou. O presidente Bolsonaro não confirma que irá aceitar o resultado das urnas.

Moras disse à imprensa que não é possível ligar eventuais filas para votar com problemas no uso da biometria. Ele citou a queda da abstenção como possível razão.

"Conversei com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, não é possível afirmar que eventuais filas sejam consequência da biometria, até porque algumas zonas eleitorais, várias seções, já foi verificado aumento no número de eleitores, ou seja, menor número de abstenção", afirmou.

Ao minimizar as filas, o presidente do TSE também afirmou que eleição está tranquila e harmoniosa, mas que isso não significa que não haja "intercorrências".

"Nada diferente do que em outras eleições. Uma eleição tranquila, pacífica, harmoniosa, não significa uma eleição sem intercorrência. Só que são pouquíssimas intercorrências perto do que alguns estavam prevendo."

Declarou ainda que qualquer tentativa de bloquear o transporte de eleitores, como a redução da frota do transporte pública, será apurada.

Também disse que são "pouquíssimos casos" de eleitores que tentam burlar a proibição de entrar nas cabines de votação com celular. " Aqueles que burlaram cometeram crime eleitoral", afirmou ainda.

Moraes afirmou que ainda não foi registrado nenhum tipo de ocorrência relacionada com a restrição do uso de armas no dia do pleito. Disse que os CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) compreenderam a questão. "A questão do celular, que era muito controvertida por parte de alguns, foi facilmente resolvida", afirmou.

Sobre a proibição de armas, disse que nada justifica, em dia de votação, com grandes aglomerações, que "as pessoas saiam com armas" nas ruas.

O ministro também elogiou a realização do teste de integridade com a biometria dos eleitores.

Ele disse que 1.019 eleitores se voluntariaram, até as 13h, para participar de teste de integridade das urnas eletrônicas com o uso da biometria.

Esses eleitores votaram apenas uma vez, já que, no teste, eles apenas acionam a urna que está sob auditoria. O restante do procedimento é feito por servidores da Justiça Eleitoral e auditores contratados.

A análise com o uso da biometria está sendo feita em 18 estados e no DF. O uso do dado do eleitor real para acionar a urna foi um pedido das Forças Armadas.

Moraes assumiu o comando do TSE em agosto e tomou uma série de medidas para tentar evitar tumultos no dia da eleição, como proibir a circulação de armas perto das seções eleitorais e reforçar o veto a celulares nas cabines de votação.

Em paralelo, o ministro reabriu o diálogo com as Forças Armadas e, em reuniões a portas fechadas, decidiu contrariar técnicos da corte e alterar parte do teste de integridade feito no dia das eleições para agradar os militares.

Apesar das medidas tomadas, o primeiro turno do pleito deste ano ocorre em meio a nova onda de ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Moraes.

O PL, partido de Bolsonaro, ainda divulgou parecer com contestações às urnas às vésperas das eleições, documento chamado de fraudulento pelo TSE.

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