Descrição de chapéu Eleições 2024

Marta receberá Boulos em casa que marcou alianças de Lula com Alckmin e Tebet

Primeiro encontro de candidato do PSOL com ex-prefeita acontece em palco onde se desenrolaram encontros marcantes para a política

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São Paulo

O primeiro encontro de Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (sem partido, mas a caminho do PT) para selar uma proposta de chapa para a Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024 ocorre neste sábado (13) na casa da ex-prefeita nos Jardins, na capital paulista.

O objetivo é consolidar a escolha de Marta como vice de Boulos na disputa municipal. A costura foi negociada pessoalmente pelo presidente Lula (PT).

Montagem das fotos de Guilherme Boulos e Marta Suplicy.
Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy - Mathilde Missioneiro - 7.dez.23/Folhapress

Compõem o plano a saída de Marta da Secretaria de Relações Internacionais de São Paulo, oficializada na última terça-feira (9), e a refiliação da ex-prefeita ao PT, partido ao qual ela esteve associada por mais de 30 anos.

O endereço nos Jardins —assim como outros da ex-prefeita— já foi palco de encontros marcantes para a política.

Veja abaixo reuniões importantes para São Paulo e para o Brasil que ocorreram em casas de Marta.

Chapa Lula-Alckmin

A casa de Marta foi palco de reunião onde se aventou a possibilidade de Geraldo Alckmin (então no PSDB) se tornar o vice de Lula (PT) em chapa presidencial para as eleições de 2022. No dia 16 de maio de 2021, o marqueteiro Felipe Soutello propôs a ideia a Fernando Haddad (PT) durante jantar.

O evento foi organizado pelo empresário Márcio Toledo, marido de Marta Suplicy. Ela não participou da reunião.

Além de idealizar a chapa, Soutello foi o responsável pela campanha de Bruno Covas (PSDB) em 2020. Ele também foi marqueteiro de Simone Tebet (MDB) na corrida para a Presidência em 2022.

Aproximação Tebet e Lula

A casa de Marta foi palco de almoço para promover a aproximação de Simone Tebet e Lula depois do primeiro turno das últimas eleições.

Tebet havia ficado em terceiro lugar na disputa e seu apoio era desejado no segundo turno. No apartamento nos Jardins, Tebet se encontrou com Lula, a esposa do hoje presidente, Rosângela da Silva, a Janja, e Haddad, além de outros políticos.

O pedido para que Marta e o marido intermediassem a negociação partiu do advogado Marco Aurélio de Carvalho e do deputado federal Rui Falcão (PT-SP).

O almoço ajudou a consolidar o apoio de Tebet à chapa presidencial que se tornaria vencedora. A ex-senadora foi nomeada ministra do Planejamento no novo governo.

O encontro foi, entretanto, marcado por um constrangimento. Na ocasião, Tebet se recusou a tirar uma foto com o futuro presidente. Seu marqueteiro, Felipe Soutello, afirmou que ela não posaria na foto naquele momento por uma questão estratégica.

Lideranças femininas

Em 28 de janeiro de 2022, lideranças femininas como Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia se reuniram na casa de Marta para debater estratégias de fomento a políticas com recorte de gênero e raça nas campanhas à Presidência.

Compareceram cerca de 30 mulheres, entre políticas, intelectuais e ativistas. Na época, Marta apoiava a candidatura de Lula, mas afirmou que a iniciativa tinha caráter suprapartidário.

Também participaram Tebet, então candidata à Presidência pelo MDB, a professora Ana Estela Haddad (PT-SP) e Anielle Franco, que atuava como diretora do Instituto Marielle Franco.

No final da reunião, o grupo divulgou uma carta aberta aos presidenciáveis. O documento pedia enfrentamento a mortes de pessoas negras, foco em direitos sexuais e reprodutivos, entre outros pontos.

Um segundo encontro com lideranças femininas ocorreu no mesmo endereço, em março de 2022.

Apoio a Bruno Covas

O apoio de Marta (então no Solidariedade) a Bruno Covas (PSDB), eleito prefeito de São Paulo em 2020, foi antecedido por uma noite com pizza e vinho na casa da ex-prefeita. Na madrugada do dia seguinte, em 10 de setembro de 2020, o partido de Covas lançou nota e foto confirmando o endosso.

Marta se tornou secretária de Relações Internacionais na gestão do tucano, que morreu no cargo aos 41 anos, vítima de câncer. Assumiu a prefeitura o então vice, Ricardo Nunes (MDB).

Na época, o partido de Marta havia decidido apoiar a candidatura de Márcio França (PSB). Dias depois, ela solicitou a desfiliação do Solidariedade.

Segundo Marta, a candidatura de Covas era a mais indicada para formar uma frente ampla de oposição aos planos de Jair Bolsonaro (então sem partido) nas eleições de 2022.

Festa de aniversário com Nunes

Petistas a emedebistas compareceram na celebração do aniversário de Marta em 2023. A festa, ocorrida no dia 18 de março, teve a presença de Nunes e da primeira-dama da cidade, Regina Nunes.

Antes de Marta sair de seu governo, Nunes afirmava à imprensa duvidar que a ex-prefeita chegasse a formar chapa com Boulos, seu principal adversário.

Nunes afirmava que Marta era amiga de Regina e que sua indicação para um cargo na prefeitura se deu em razão da amizade entre eles.

Também compareceram ao aniversário o deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP) e o ex-ministro do STF Nelson Jobim, entre outras pessoas.

Bate-papo com Dilma

Marta promoveu uma confraternização com Dilma Rousseff (PT), então ministra-chefe da casa Civil, em 2009. O encontro, neste caso, aconteceu em outra residência da ex-senadora em São Paulo.

Participaram do almoço celebridades como Ana Maria Braga, Adriane Galisteu e Luciana Gimenez. A conversa girou em torno de temas como cultura e violência doméstica e rendeu elogios das convidadas a Dilma.

Anos depois, Marta sairia do PT fazendo críticas ao partido e apoiaria o impeachment de Dilma. Em entrevista à Folha em 2023, a ex-senadora afirmou não se arrepender do posicionamento.

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