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Quer trabalhar em startup? Veja os benefícios e as dificuldades

Saiba quais as principais áreas desse tipo de organização e como saber qual combina com seu perfil

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São Paulo

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Como é trabalhar em uma startup?

Será que você se daria bem trabalhando em uma startup? É bom iniciar no mercado de trabalho nesse tipo de organização? Dá um scroll que respondo a essas e outras dúvidas.

Mas o que é uma startup? Começando pela tradução da palavra: "começar algo novo". São empresas emergentes que usam a tecnologia como base de suas operações e apresentam modelos de negócios com rápida ascensão. Elas podem atuar em diferentes áreas.

Foto mostra pessoas trabalhando lado a lado em uma bancada de escritório, cada uma ocupa um computador
Para jovens em início de carreira, trabalhar em uma startup pode ser importante para acelerar sua carreira - Unsplash


Os principais segmentos: No estado de São Paulo, são educação (edutech), saúde e bem-estar (healthtechs) e finanças (fintechs), segundo levantamento de 2021 do Sebrae for Startups e da Abstartups (Associação Brasileira de Startups).

Alguns exemplos conhecidos:

  • AfroSaúde, especializada em saúde mental de pessoas negras;
  • Loft, de transações imobiliárias;
  • Loggi, companhia de entrega de encomendas;
  • Driven Education, empresa do ramo de educação que oferece cursos de programação.


Já saiu na Folha: veja as últimas notícias sobre startups e fintechs publicadas no jornal.

Qual a diferença entre uma startup e uma empresa tradicional? A startup tem um ritmo mais acelerado de crescimento e aposta em inovações, enquanto a empresa tradicional tem processos mais estruturados e costuma ser resistente a novidades, diz Tamires Teixeira, consultora de carreiras e RH.

↪ Porém, as empresas estão começando a mudar seu jeito de pensar para propor soluções mais ágeis, afirma Giancarlo Signore, especialista em RH e consultor de carreiras. Ele cita como exemplo a OKR (objetivos e resultados-chave), metodologia de definição de metas, usada pelo Google para acelerar o processo de tomadas de decisões de três em três meses.

Outra diferença: Processos seletivos em startups são mais rápidos, pois eles sabem que estão concorrendo com grandes empresas no mercado, principalmente na área de tecnologia, em que a demanda por profissionais é alta.

↪ Alberto Calado, 21, estagiário na Venda Válida, startup com soluções especializadas e personalizadas para e-commerce, conta que seu processo seletivo durou uma semana e passou apenas por etapas de entrevistas com CEO.

Perfil e habilidades para trabalhar nesse tipo de organização:

  • Pessoas que buscam atividades que envolvem criatividade e inovações tecnológicas;
  • Gostar de trabalhar em organizações com mudanças frequentes na rotina e ser resiliente para se adaptar a essas alterações;
  • Ter uma mentalidade de equipe ao estar disposto a vencer como um time e aprender com o outro, recomenda Teixeira.


Benefícios em trabalhar em uma startup:

  • Possibilidade de crescimento profissional e promoção na carreira mais rápido. Como são companhias que começaram a atuar recentemente no mercado, o trabalhador cresce junto com a empresa.
    • Júlia Rodrigues, 20, estagiária de atração e seleção de talentos na Take Blip, startup especializada em chatbots, diz que em um ano na companhia já começou a conduzir processos seletivos sozinha.
  • Maior proximidade com o CEO e gestores para propor soluções e trazer ideias.
    • Alberto conta que compartilha com sua gestora reclamações e recomendações que podem ajudar a melhorar suas funções na empresa. Esse benefício ajuda a criar um ambiente de trabalho agradável.
  • Flexibilidade de horário.


Por outro lado...

  • Os jovens que entram em startups têm alto nível de cobrança e entrega. Eles ficam satisfeitos com seus trabalhos devido a dinamicidade e rapidez das mudanças dentro da organização, o que também gera estresse, diz Eliane Catalano, coordenadora de recrutamento e seleção da RH NOSSA, empresa com soluções em recursos humanos;


'Estou entrando no mercado de trabalho como estagiário, será que é bom iniciar minha carreira em uma startup?'
↪ É importante para ganhar experiência e ter uma aceleração na carreira, mas tudo depende do perfil. Se você não sabe lidar com um ambiente que muda o tempo todo, vai precisar de muita dedicação, afirma Signore.

'E como saber qual é a melhor para mim?'

  • Entre no site da empresa e conheça sua cultura para avaliar se combina com seu perfil;
  • Procure observar as notícias relacionadas a companhia e busque referências em plataformas como Infojobs e Glassdoor, em que as organizações são avaliadas. O LinkedIn também é uma forma de analisar essas questões, diz Signore.


Informação bônus: O estagiário deve receber da empresa os benefícios garantidos por lei como bolsa-auxílio e vale-transporte, deve cumprir a jornada de trabalho em 30h por semana. As startups não fogem dessa regra.

↪ "A startup não deixa de ser uma pessoa jurídica ou empregador. A relação dos trabalhadores com a companhia também está submetida a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O estágio nessa organização deve atender os requisitos da Lei do Estágio", diz Larissa Salgado, advogada especialista em direito do trabalho e sócia do escritório Silveiro Advogados.

Onde buscar vagas?

  • Nos sites das próprias startups pode ter uma página dedicadas a carreiras com vagas disponíveis;
  • LinkedIn. Laysa Cabezas, 24, estagiária de engajamento na OrienteMe, startup com foco em gestão de psicologia organizacional, conseguiu a oportunidade na companhia ao encontrar a vaga na plataforma. O processo seletivo durou duas semanas.

Vida de startup

Estagiários contam como é trabalhar nesse tipo de organização

Julia Rodrigues - news carreiras
Júlia Rodrigues, 20, estagiária de atração e seleção de talentos na Take Blip, startup especializada em chatbots, diz que em um ano na companhia já começou a conduzir processos seletivos sozinha - Arquivo pessoal

Rotina: Júlia conta que sua função é focada em selecionar e atrair candidatos e, para isso, uma mentora a ajuda nas atividades do dia a dia. Ela também participa de projetos dentro da empresa para evoluir os processos seletivos, como em busca de aumentar a diversidade e inclusão na empresa.

Dificuldade: "O tempo passa muito rápido. Aqui na startup costumamos falar que é como se fosse sete anos em um".

Por que trabalhar em uma startup? "Você vai ter a possibilidade de ser quem você é, exercer o que sabe, expor suas ideias, e ter a liberdade de poder errar".

Laysa Cabezas - news carreiras
Laysa Cabezas, 24, estagiária de engajamento na OrienteMe, startup com foco em gestão de psicologia organizacional - Arquivo pessoal

Rotina: Divido muitas ações com a minha gestora, mas estou tocando sozinha projetos como o cronograma de lives com elaboração de apresentações, escolha de temas e organização de eventos, diz.

Laysa conta que também atua no segmento de comunicação, que inclui, por exemplo, criação de conteúdo para que os clientes da startup possam utilizar em suas empresas.

Dificuldade: Há uma restrição de orçamento que impede realizarmos algumas ações, conta. Mas Laysa diz que isso não é um impedimento para seguir melhorando o trabalho.


Por que trabalhar em uma startup? "Primeiro, é preciso se identificar com a companhia porque é um modelo de negócio diferente e algumas pessoas podem não se adaptar. É importante ser um profissional proativo, disposto a sair da zona de conforto e explorar outras áreas da empresa, pois nunca estamos parados, sempre buscamos inovações. Aqui tem dias que acho que vou fazer duas atividades e acabo fazendo cinco. Mesmo com uma rotina estabelecida, não faço a mesma coisa todos os dias, há novidade a todo o momento."

Alberto Calado - news de carreiras
Alberto Calado, 21, estagiário na área de vendas na Venda Válida, startup com soluções especializadas e personalizadas para ecommerce - arquivo pessoal

Rotina: Alberto é responsável por fazer o primeiro contato e encontrar potenciais clientes para a empresa. Ao realizar essa prospecção, ele passa o contato para outro profissional, encarregado de fechar o contrato.

Dificuldade: "A companhia foi criada há quatro anos e, como somos novos no mercado, não é tão conhecida por muitas pessoas. Por isso, o meu serviço fica, às vezes, difícil, porque tenho que atingir empresas e lojas grandes. E, por ser uma startup, muitas pessoas acham que não temos o conhecimento necessário ou que não somos experientes."

Por que trabalhar em uma startup? Para Alberto, estar nesse tipo de organização é benéfico, pois o profissional cresce com a empresa. Ele diz que, em relação ao seu emprego anterior, hoje tem mais voz na companhia, e o contato mais próximo com os gestores ajuda no desenvolvimento profissional.


Não fique sem saber

Explicamos dois assuntos do noticiário para você.

Popularidade digital nas eleições 2022

Na edição passada, falamos da intenção de votos para governadores, e hoje vamos mostrar como esta a popularidade digital dos candidatos à Câmara dos Deputados por SP, MG e RJ, segue o fio:

Importante: o indicador é calculado pela Quaest e divulgado pela Folha. O Índice de Popularidade Digital (IPD) varia de 0 a 100 e mede diariamente o desempenho dos políticos na internet.

  • Em SP: Eduardo Bolsonaro ultrapassou Carla Zambelli, ambos deputados federais pelo PL, e assumiu o primeiro lugar no ranking. Aliás, o partido do filho do presidente tem o maior número de candidatos disputando o cargo no legislativo.
  • Em MG: O deputado federal Aécio Neves (PSDB) disparou no ranking. Em relação ao mês passado, ele saltou do 40º para o 7º lugar na classificação. Já na primeira posição segue o também deputado federal André Janones (Avante), que pode perder sua liderança para Nikolas Ferreira, vereador de Belo Horizonte pelo PL.


Veja: Marqueteiros discutem poder de redes na estreia de Eleições na Internet. A série de videocasts está sendo publicada semanalmente, às terças-feiras.

O que a avaliação do Ideb, de 2021, mostra sobre a educação

O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) divulgou os dados de 2021, que mostram a qualidade do aprendizado nacional e índice de desempenho da educação.
Quais os resultados do levantamento?

  • Primeiro: o indicador é calculado para cada escola, município e estado. Ele é formado pelo desempenho dos estudantes no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e taxas de aprovação escolar.
    • As provas do Saeb são aplicadas a alunos do 5º e 9º anos do fundamental e também no 3º do ensino médio.
  • O que a Folha pensa: exame indica regressão trágica no ensino básico, que exige esforço federativo, escreve o jornal em seu editorial.
  • Opinião: Ideb chama a atenção para desigualdades na educação e cultura do fracasso escolar, escreve Anna Helena Altenfelder e Romualdo Portela de Oliveira em análise publicada na Folha.

Encontre sua vaga -> Veja oportunidades de emprego para estágio, trainee ou efetivo aqui.

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