Descrição de chapéu mercado de trabalho

Ter mais de um emprego dá certo? Saiba como é ser um profissional multicarreira

Edição da newsletter FolhaCarreiras traz relatos de pessoas que conciliam dois trabalhos diferentes

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São Paulo

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Tema da semana: multicarreiras

Já pensou em ter mais de um emprego? Isso já tem até nome: multicarreiras ou carreiras múltiplas.

"Não consigo enxergar o futuro do trabalho sem carreiras múltiplas. Vai ser uma necessidade de se reinventar de tempos em tempos por uma exigência do mercado ou porque a pessoa não se encaixa mais no perfil de trabalho convencional", diz Priscila Tescaro, estrategista de carreira.

Pessoas com capacidade de autogerenciar, organizadas e disciplinadas são perfis que se adaptam melhor ao modelo de multicarreira - NAMPIX / AdobeStock

Mas como isso funciona?

  • É um profissional que desempenha simultaneamente mais de uma profissão.
  • Podem ser carreiras diferentes —como alguém que atua como engenheiro, mas também dá aulas de música— ou carreiras complementares —trabalha como ilustradora e tatuadora.
  • Aliás, o melhor cenário acontece quando são carreiras da mesma área.
    • Por que? "Escolher uma competência e explorá-la em diversos formatos é maximizar os ganhos visando receber com uma única área", diz Paula Boarin, mentora de carreiras.

Por que as pessoas escolhem ter carreiras múltiplas?

  • Ter mais de uma fonte de renda.
  • Buscar realização profissional em outra carreira, isto é, a pessoa está insatisfeita no emprego atual, mas está insegura em sair.
  • Ter mais experiências.
    • Por que? Dificilmente você terá uma única carreira na vida toda. Pode ser preciso adaptar para que a profissão não fique obsoleta e consiga atender às demandas de mercado, diz Mariana Daiello, consultora de RH e especialista em transição de carreiras.

Há um lado ruim?

  • "Perder a oportunidade de se especializar em uma carreira que poderia ser um caminho profissional promissor. Ficar mais tempo em uma profissão permite estudar e se aprofundar mais", afirma Denise Brasil, líder de RH.
  • Um profissional multicarreira pode ser visto como uma pessoa confusa e que não sabe o que quer.
  • Pode gerar exaustão por não saber conciliar as tarefas de mais de um emprego.

Mas e a parte boa? "Quem tem mais de uma carreira tem mais de uma possibilidade de buscar reconhecimento profissional", diz Denise Brasil.

'Gostei, como faço para começar?'

  • Pense em algo que você faz com muita facilidade, com muito prazer e que domina. Assim, reflita como monetizar isso para ter uma segunda carreira, diz Boarin.
  • Trabalhe seu autoconhecimento.
  • Entenda quais são seus propósitos: aonde quer chegar?
  • Pergunte para profissionais multicarreiras como são suas rotinas.

É para qualquer um? Sim.

  • Mas... Para quem está em início de carreira, o ideal é entender qual profissão quer seguir e ter mais experiências no mercado de trabalho antes de se aventurar na multicarreira.
  • Pessoas com capacidade de autogerenciar, organizadas e disciplinadas são perfis que se adaptam melhor.
  • E mais: ser um profissional multicarreira pode ser uma forma de transitar de carreira, ou seja, mudar sua área de atuação, aponta Tescaro.

Dia a Dia do Profissional Multicarreira

Trabalhadores contam suas experiências.

Mariane Canuto - news carreiras
Mariane Canuto, 32, trabalha como nutricionista e tatuadora - Leitor

→ Mariane conta que a tatuagem veio como hobby para relaxar, mas depois percebeu que podia ser uma fonte de renda extra.

Como concilia os trabalhos? "Uso duas agendas para me organizar, uma para cada profissão. Tenho um local que uso como consultório que também serve como estúdio de tatuagem. Além disso, faço consultas de nutrição online. Separo períodos do dia para focar em cada função, geralmente na terça e na quinta de manhã fico só em nutrição e o restante da semana fico na tatuagem".

Benefícios: Mariane aponta vantagens em ter duas fontes de renda e diz que, por não ter um chefe, consegue organizar quais horários quer trabalhar.

Dificuldade: "As pessoas acham que por ter duas profissões não as desempenho bem. Mas consigo fazer ambas as coisas e separar as funções".

Mais feliz ou mais cansada? "Me sinto mais feliz e até menos cansada, especialmente quando comparo com o período que trabalhava só como nutricionista em uma empresa".

amanda amorim - news carreiras
Amanda Amorim, 27, trabalha na área de marketing em uma empresa, mas também é fundadora da MOOD Mídia, produtora de conteúdo e podcasts - Leitor

→ Amanda diz que queria tocar projetos paralelos ao seu emprego no marketing, por isso fundou a MOOD Mídia.

Como concilia os trabalhos? "No marketing, atuo em uma empresa com carteira de trabalho assinada, por isso tenho horários fixos. No início do desenvolvimento do negócio, fazia as tarefas da MOOD Mídia em horários paralelos: à noite e aos finais de semana".

Benefícios: "Foi uma maneira de aumentar minha renda. Com meu outro negócio, consigo ter uma visão ampla de mercado, algo que seria difícil se estivesse em uma empresa há muito tempo. Tenho também novas fontes de realizações".

Dificuldade: "No início, é desafiador porque precisa saber organizar as rotinas dos dois trabalhos. Depois que consegue separar as atividades e definir os propósitos, as coisas fluem bem".

Mais feliz ou mais cansada? "Mais feliz. Uma iniciativa abastece a outra. Mas depende do seu perfil, ser multicarreira não é para todo mundo. O trabalho está ligado à minha realização pessoal, por isso faz mais sentido".


Não fique sem saber

Explicamos dois assuntos do noticiário para você.

O que muda com a distribuição da Cannabis medicinal pelo SUS

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sancionou na terça (31) a lei que prevê a distribuição de produtos à base de canabidiol (CBD), substância derivada da Cannabis, no SUS (Sistema Único de Saúde) em São Paulo.

  • Como será aplicada? Ainda está em fase de discussões para entender quais doenças os produtos serão ofertados na rede pública de saúde. A pasta tem até 30 dias para criar uma comissão de trabalho que irá implantar as diretrizes da lei.

A lei é inédita no Brasil? Não.

  • No Distrito Federal, há uma lei que inclui o canabidiol na lista de produtos distribuídos pela rede pública de saúde dentro de um programa de prevenção à epilepsia;
  • As prefeituras de Búzios (RJ) e em Goiânia (GO) também adotaram o uso de produtos à base de maconha medicinal na rede pública.

Por que importa? Apesar da possibilidade de importação do canabidiol, o acesso a extratos e óleos de CBD continua restrito à grande maioria da população, visto que esbarra em alto custo e burocracia.

O que a Folha pensa: Estado libera acesso a derivados da maconha no SUS; falta legalização do plantio, escreve o jornal em seu editorial.

Entenda o que é o plano golpista de Bolsonaro relatado por Marcos do Val

Como tudo começou: O senador Marcos do Val (Podemos-ES) fez uma transmissão ao vivo pelas redes sociais e afirmou que a revista Veja publicaria uma reportagem mostrando que Bolsonaro tentou coagi-lo a "dar um golpe de Estado junto com ele". Anunciou ainda que renunciaria.

  • Horas depois... Do Val recuou da acusação e disse que o ex-presidente "só ouviu" o plano do ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). Também afirmou que sua decisão sobre renunciar ainda não estava tomada.

Mas que plano seria esse? O suposto plano de Silveira, segundo o senador, era gravar o ministro do STF Alexandre de Moraes e tentar arrancar dele alguma contradição que pudesse, depois, fazê-lo ser preso. A ideia era reverter o resultado das eleições de 2022.

Entenda: o que se sabe sobre plano golpista de Bolsonaro relatado por Marcos do Val.

O que a Folha pensa: Maquinações apatetadas ocorreram sob Bolsonaro; resta apurar o papel de cada um, escreve o jornal em seu editorial.

Opinião: Quando se remexe o lixão bolsonarista, vê-se o tamanho do golpismo, escreve o colunista da Folha Vinicius Torres Freire.

Ouça no podcast Café da Manhã o que precisa ser esclarecido no relato do senador.

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