Conheça o Fasano Itaim Bibi, em São Paulo, o maior de todos os hotéis do grupo

Nova unidade vai acolher filial do restaurante Gero, aberto também a não hóspedes

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São Paulo

O ano de 2023 vem se mostrando auspicioso para o restaurateur Gero Fasano. Na quarta-feira da semana passada (19), ele comemorava 61 anos de vida e, na noite anterior, o resultado de exames que mostravam seu fígado perfeito "como o de uma criança", nas palavras dele —notícia especialmente boa para quem já foi submetido a dois transplantes do órgão. No próximo mês, a mais esperada das celebrações: na segunda (8), será inaugurado o Fasano São Paulo Itaim, o maior de todos os dez hotéis do grupo.

Gero Fasano, no lobby do hotel no Itaim
Gero Fasano, no lobby do hotel no Itaim - Adriano Vizoni/Folhapress

Gero Fasano, sobrenome à frente de uma das mais importantes marcas de luxo do Brasil, ressalta outro bom motivo para comemorações: seu novo empreendimento nascerá exatamente 20 anos depois de o hotel dos Jardins ter aberto suas portas na alameda que leva o nome de seu bisavô, Vittorio Fasano.

"Entre ter um concorrente aqui no Itaim e competir comigo mesmo, prefiro competir comigo", diz Gero. "É uma localização única. O hotel é uma homenagem à nossa herança milanesa", conta. Sofás, poltronas e mesas, móveis que desenham o espaço entre o lobby e o bar, por exemplo, são da Minotti, marca de Milão que ganhou fama global por sua sobriedade, elegância e minimalismo.

"Falar de Fasano é falar com as pessoas através da arquitetura", segue ele. O projeto do hotel é de Marcio Kogan, assinatura presente, ademais, no primeiro hotel do grupo, o que sinaliza a continuidade dos traços clássicos da herança italiana da marca. "Com tantos arquitetos brasileiros excelentes, a gente não precisa de estrangeiros que queiram mostrar serviço", afirma. "Somos sóbrios e sabemos o que queremos."

No hotel do Itaim Bibi, foram incorporados elementos contemporâneos ao projeto de design de interiores. O piso, de basalto, dialoga com as ripas de madeira que cobrem praticamente todas as paredes do hotel, assim como as de estantes das suítes mais espaçosas, como é o caso do quarto número 1.804, com 200 metros quadrados de área.

"Aqui, você nunca vai se sentir em casa. Vai se sentir num Fasano", afirma Gero, um obcecado por qualidade, como definem os que o cercam.

Entre o lobby e o novo bar, do lado esquerdo de quem entra, há uma galeria de fotos antigas do grupo, como a do Restaurante Jardim de Inverno Fasano, no Conjunto Nacional, clássico gastronômico dos anos 1950. Até a inauguração do hotel, é bem provável que outros registros históricos sejam incorporados ao corredor de imagens.

Isso porque o restaurateur anda de olho num livro de quase um século, presente da nonna, no qual se observam fotografias antigas, em preto e branco, de diferentes regiões da Itália. "Adoraria ter uma tapeçaria de Picasso ou o doge veneziano de Bellini, mas eu não posso", diz. "Sou um amante da fotografia, estudei fotografia e acho que foto é uma coisa muito compreensível aos olhos humanos, até mais do que, sei lá, arte moderna."

Gero pensa, então, em incluir algumas dessas imagens seculares na retrospectiva fotográfica da família Fasano, fazendo uma ponte entre a Itália e o Brasil e interligando as suas cidades-irmãs, Milão e São Paulo.

A história da família Fasano no país começa em 1902, quando o bisavô Vittorio trocou Milão por São Paulo e inaugurou no centro da cidade a Brasserie Paulista. Hoje, o grupo Fasano, em parceria assinada em 2007 com a empresa JHSF, controla 30 restaurantes e 10 hotéis de luxo, localizados em Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Boa Vista, Angra dos Reis, Belo Horizonte e Trancoso, além de uma unidade em Punta del Este, no Uruguai, e de outra, mais recente, inaugurada em 2021, em Nova York.

Em tantas idas e vindas à terra de origem, Gero garimpou ao menos 110 gravuras em antiquários de Milão. Elas integram a decoração dos apartamentos do hotel no Itaim. Nos quartos, as ilustrações ocupam um só lado da cabeceira. "Menos é mais", ressalta.

O mesmo raciocínio aplica-se, até o momento, em relação ao bar e à piscina do 20º andar. "Tenho medo de que encha demais. Às vezes, é difícil manter o prumo. Por enquanto, o espaço será exclusivo aos hóspedes", avisa.

Lá do alto se tem uma vista generosa de São Paulo. À esquerda, o panorama se estende pelo Jardim América e vai ao encontro do relógio, cravado no topo do prédio de tijolos ingleses estilo anos 1930, na fachada do Fasano Jardins.

É certo, todavia, que o Fasano São Paulo Itaim terá uma filial do restaurante Gero, numa versão, digamos, mais em conta e informal do premiado restaurante Fasano, que servirá não só os hóspedes.

A matriz da rua Haddock Lobo segue concorridíssima. Daí a ideia de abrir a filial, que terá uma área externa com 30 lugares voltada para a rua Galeno de Revoredo, onde haverá uma entrada para quem chega só ao restaurante.

Fora a sala privativa para 20 pessoas, o salão principal abriga 75 assentos. Discreta, na parede lateral está outra foto em preto e branco. Nela, Fabrizio Fasano (1935-2018), patriarca da família, leva à boca uma bela garfada de "spaghetti al pomodoro". O gesto seria repetido por Gero, num retrato feito no final dos anos 1990 ao lado do pai, em que os dois sorriem de prazer ao degustar o prato típico da Itália.

Com 107 apartamentos, o novo hotel no Itaim já está lotado para a semana inaugural. Mais um motivo para Gero ter o sorriso estampado na face.

Fasano São Paulo Itaim

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