Cresce número de onças na região do Parque Nacional do Iguaçu

Parque nacional de Foz reúne fauna e flora exuberantes

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Foz do Iguaçu

Guariroba, jaracatiá, louro-branco, maria-preta, figueira brava, uvaieira, timbaúva, palmeira-juçara. A lista de árvores encontradas no entorno do rio Iguaçu só não é páreo para o panapaná que circunda os visitantes aqui e ali —as borboletas do parque logo se tornam amigas de infância.

Aparecem ainda quatis, cotias, carcarás. E para quem tiver sorte, também as onças, pintadas ou pardas.

A sorte é a que a sorte necessária para vê-las é menor do que já foi. Os projetos Yaguareté e Onças do Iguaçu fazem a cada dois anos um censo dos animais no topo da cadeia alimentar. Observam uma área de mais de meio milhão de hectares que inclui os parques do lado brasileiro e do argentino, no chamado Corredor Verde.

Desde o início deste século, a população de onças-pintadas mais do que dobrou, sendo estimada, no censo de 2022, em 93 animais (a metodologia da pesquisa indica que esse número pode variar de 73 a 122). Apenas dentro do Parque Nacional do Iguaçu, o número projetado é de 25 onças (podendo ir de 19 a 33).

Onças Indira e Aritana, que atacaram os flamingos no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, em clique do projeto Onças do Iguaçu
Onças Indira e Aritana, que atacaram os flamingos no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, em clique do projeto Onças do Iguaçu - @oncasdoiguacu no Facebook

Mas, para qualificar melhor a sorte, é preciso dizer que essas poucas dezenas estão espalhadas numa área monumental. O parque brasileiro se estende por 185 mil hectares —há outros 68 mil hectares na versão argentina.

No Brasil, as sugestões para criar um parque de proteção à natureza na área remontam ao século 19. Uma delas foi feita ao imperador Pedro 2o pelo engenheiro André Rebouças, homenageado, entre outras coisas, por avenida em São Paulo e túnel no Rio. Ele definiu a região como "um cenário natural que reúne toda a gradação possível do belo ao sublime, do pitoresco ao assombroso".

Alberto Santos-Dumont, o pioneiro da aviação, reprisaria a ideia em 1916, surpreendido por descobrir que a área no entorno das cataratas pertencia ao uruguaio Jesús Val. As terras foram desapropriadas no mesmo ano.

Em 1939 o parque nacional foi criado e, em 1986, classificado pela Unesco como patrimônio da humanidade. Desde o fim de 2022, está sob concessão da Urbia Cataratas. No ano passado, foi o segundo parque nacional mais visitado do país, por 1,8 milhão de pessoas, atrás apenas do da Tijuca, onde está o Cristo Redentor, no Rio.

Dentro de sua área há apenas um lugar para dormir, que é o luxuoso Hotel das Cataratas, que pertenceu à Varig e é administrado atualmente pelo grupo Belmond, o mesmo do Copacabana Palace. Seus hóspedes podem ver as cataratas a qualquer momento do dia.

O hotel, projetado pelo arquiteto mineiro Ângelo Murgel e aberto desde 1958 com a presença do presidente Juscelino Kubitschek, é um passeio em si.

Para quem não está hospedado nele, a visitação é aberta todos os dias, com ingressos para adultos começando em R$ 88. Mas o acesso usual não começa antes de 8h30 e não se estende além de 18h. Há passeios específicos para o nascer e para o pôr do sol, além de visitação noturna, em alguns dias.

O jornalista viajou a convite do Hotel das Cataratas

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