Adolescente suspeito de matar jovem foi detido 3 vezes desde 2011
Antes de ser acusado de matar o universitário Victor Hugo Deppman, 19, o adolescente apreendido pela Justiça já havia sido detido pela polícia ao menos outras três vezes desde 2011.
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O suspeito, que completa 18 anos hoje, foi entregue à Justiça pela própria mãe horas depois de atirar na cabeça de Victor para roubar um celular, segundo a polícia.
Os familiares teriam reconhecido o garoto após ver na TV as imagens do circuito interno do prédio em que Victor morava, que mostram que o jovem não reagiu ao roubo e, mesmo assim, foi baleado no portão do edifício, situado no bairro do Belém, na zona leste da capital.
O suspeito está internado numa unidade da Fundação Casa (antiga Febem).
A polícia e a Promotoria afirmam que o adolescente confessou ter matado o estudante, mas disseram não poder dar detalhes do depoimento. Não disseram, entre outras coisas, qual foi a explicação que ele deu para ter realizado o disparo sem que Victor tenha reagido ao roubo.
Como a infração ocorreu antes dos 18 anos, ele vai responder de acordo com o que está no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que prevê período máximo de internação de três anos. Se fosse maior de idade, responderia segundo o Código Penal e estaria sujeito a pena de até 30 anos de prisão, prevista para latrocínio (leia quadro abaixo).
A Promotoria disse que o suspeito do crime cumpriu três medidas socioeducativas, mas em nenhuma delas ele chegou a ser internado -a internação é a medida socioeducativa aplicada aos atos infracionais mais graves.
O Ministério Público não quis informar quais foram os atos infracionais anteriores. Afirma que, por envolver uma pessoa com menos de 18 anos, o caso é sigiloso.
A reportagem apurou que um dos atos infracionais cometidos por ele foi o furto de aparelho de som de um veículo, em setembro de 2011. Na ocasião, fora detido por pessoas que o viram quebrar o vidro do carro. Ele foi entregue à mãe naquele dia.
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DROGAS
A família de Victor e do adolescente moram a cinco quadras de distância.
O suspeito mora em uma favela na rua Nelson Cruz, também no Belém. Policiais que investigam o caso solicitaram apoio da Polícia Militar para ir ao local. "Entrar lá em quatro policiais é suicídio", disse um delegado.
Na casa, um irmão afirmou aos policiais que o suspeito é usuário de drogas, não trabalha nem estuda. Disse que o adolescente passa as noites pelas ruas, não dá aos seus familiares satisfação do que faz e dorme durante o dia.
A polícia suspeita que o adolescente tenha roubado Victor para comprar drogas.
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