Logo depois de se formar em economia, em Milão, o italiano Umberto Aprile entrou como trainee na Gessy Lever. Tinha apenas 24 anos. Só deixaria a empresa em 2000, após 13 anos como presidente da subsidiária brasileira.
Milanês, era filho único de um jornalista e de uma professora. Quando estourou a Segunda Guerra, os pais o deixaram com a avó numa fazenda nos arredores da cidade.
Do local onde se protegia, via Milão ser bombardeada.
Formou-se na Universidade Bocconi e entrou para a Gessy Lever (hoje Unilever) em 1961. Foi subindo rapidamente de cargo: gerente de vendas (1964); gerente de produto de linha de detergentes (1965); gerente-geral de marketing na Atkinsons (1968).
Nas décadas de 70 e 80, presidiu empresas do grupo na Itália. Em 1987, veio ao Brasil para comandar a subsidiária.
Dois anos depois, recebeu um prêmio da revista "Exame" por, em 1988, a Gessy Lever ter tido o melhor desempenho entre as 500 maiores empresas privadas do Brasil.
Em sua gestão, a marca incorporou a Cica e a Kibon.
Aposentou-se em 2000, mas continuou prestando consultorias. Ao dizer "alô" ao telefone, já sabiam que era ele, por causa do sotaque.
Dono de um humor satírico, era ponderado e entusiasmado pelo que fazia, como conta a mulher, Maria Sílvia, com quem viveu nos últimos 20 anos. Adorava golfe, do qual se viu obrigado a se afastar após uma cirurgia em 2010.
Morreu na segunda, aos 75, de um aneurisma. Teve dois filhos, da primeira união, e dois netos. A missa do sétimo dia será na segunda, às 11h, na igreja São José, na capital.