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Aos 15, rodízio perde eficácia, mas não deve ter alterações

Nenhum candidato defende mudanças na restrição à circulação de veículos no centro expandido de São Paulo

Implantada pelo ex-prefeito Celso Pitta, restrição já não é suficiente para aliviar o trânsito da cidade

EVANDRO SPINELLI

DE SÃO PAULO

O rodízio municipal de veículos em São Paulo faz 15 anos hoje. Polêmica nos primeiros tempos, a restrição à circulação de veículos no centro expandido se mostra hoje insuficiente para diminuir os engarrafamentos, mas ainda extremamente necessária.

Hoje, porém, às vésperas da eleição para a Prefeitura de São Paulo, nenhum candidato defende nenhum tipo de ampliação da restrição.

Celso Russomanno (PRB), José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB) são unânimes: o rodízio fica como está e a implantação do pedágio urbano está descartada. Todos também afirmam que vão investir no transporte coletivo.

Eles dizem que podem tirar locais de estacionamento permitido das ruas, mas nenhum deles diz que isso será feito para restringir o acesso dos carros: onde houver redução de zona azul ou proibição de estacionamento terá de haver alternativa.

Outra unanimidade entre esses candidatos: a licitação da atual gestão para a construção de garagens subterrâneas será mantida e haverá ainda incentivos à construção de garagens privadas.

RESTRIÇÃO

Foi em 6 de outubro de 1997 que a prefeitura começou a proibir a circulação de 20% da frota registrada de veículos a cada dia no chamado centro expandido. Chama-se rodízio pois a proibição leva em conta o algarismo final da placa do veículo.

A restrição, na verdade, começou dois anos antes, em 1995, mas tinha o objetivo de reduzir a poluição.

Era uma determinação do governo do Estado, valia para toda a região metropolitana e vigorava apenas no inverno, durante todo o dia.

Como o rodízio ajudou também a reduzir o trânsito, o então prefeito Celso Pitta decidiu implantá-lo, mas apenas nos horários de pico.

"O rodízio acabou virando algo necessário. O problema é que, depois dessa canetada, não houve outras medidas de impacto, não fizeram mais nada", afirma Jaime Waisman, engenheiro e professor na Poli/USP.

O rodízio perdeu sua eficácia. Especialistas apontam que as restrições precisariam ser mais rigorosas para ajudar a diminuir o tráfego intenso, terceiro pior problema da cidade, segundo a pesquisa DNA Paulistano, do Datafolha.

Mas os principais candidatos a prefeito sequer cogitam a possibilidade de outras medidas restritivas: o rodízio fica como está; pedágio urbano, nem pensar. Nem mesmo as chamadas restrições indiretas, como a redução dos locais de estacionamento, está nos planos dos candidatos.

"Não estamos prontos para pedágio urbano. Por enquanto, dá para pensar em restringir áreas de circulação de carros, como as próximas às estações Sé, Anhangabaú, São Bento e República do metrô", diz Ulysses Carraro, ex-diretor da Artesp (agência de transportes do Estado).

Em 1996, pouco antes da implantação do rodízio, a velocidade média dos carros no horário de pico da tarde não passava de 22 km/h. Hoje, é de 19,1 km/h. A frota cresceu 55% no período, de 4,7 milhões para 7,3 milhões.

"Rodízio não é solução, é paliativo ", afirma Archimedes Raia Júnior, do núcleo de estudos sobre trânsito da UFScar.


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