Para integrante da Pussy Riot, anistia de Putin é "truque"
Maria Alyokhina, integrante da banda punk de protesto russa Pussy Riot, disse que a anistia que a libertou nesta segunda-feira foi um "truque de relações públicas", e que teria rejeitado deixar a prisão, se tivesse opção, por solidariedade ao que ainda estão presos.
"Não acho que esse é um ato humanitário", disse Alyokhina ao canal de TV Dozhd e a sites russos sobre a anistia, que foi proposta pelo presidente Vladimir Putin e aprovada pelo Congresso. "Acho que é um truque de relações públicas."
Integrante da banda Pussy Riot é libertada de prisão na Rússia
Segunda integrante da banda Pussy Riot é libertada com anistia
Alyokhina afirmou que não vai mudar sua atitude em relação a Putin e planeja fazer lobby pelos direitos dos prisioneiros.
Veja fotos dos beneficiados com anistia na Rússia
Ela e outra integrante da banda, Nadezhda Tolokonnikova, foram condenadas por vandalismo. Alyokhina, 25, cumpria pena de dois anos por ter gravado, em fevereiro de 2012, uma oração punk contra o Kremilin e a Catedral de Cristo Salvador de Moscou, a principal igreja ortodoxa do país.
Alyokhina disse que a lei de anistia proposta por Putin era muito limitada e que parecia destinada a desviar as críticas sobre direitos humanos antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, que acontecerão em Sochi, na Rússia, em fevereiro.
ANISTIA
A anistia, aprovada pelo Parlamento russo neste mês, beneficiou também Mikhail Khodorkovsky, ex-magnata do petróleo russo que é visto por críticos do Kremlin e por políticos ocidentais como um prisioneiro político.
A lei deve também suspender as acusações de vandalismo dos 30 ativistas do Greenpeace presos depois de um protesto contra a exploração de petróleo do Ártico.
Putin disse que a anistia não foi elaborada especificamente para os ativistas do Greenpeace ou para a banda Pussy Riot.
Ativistas de direitos humanos dizem, porém, que a anistia é muito limitada. A estimativa é de que menos de 1.500 presidiários sejam libertados, uma pequena fração dos cerca de 700 mil russos atrás das grades.
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