Líder do PSDB no Senado compara Abin à polícia nazista de Hitler
O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), condenou nesta quinta-feira o episódio do grampo no STF (Supremo Tribunal Federal), quando escutas revelaram conversas entre o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Virgílio comparou a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) --suspeita de ter sido a autora dos grampos-- à SS, a polícia nazista de Adolf Hitler.
"Isso [os grampos] significa uma ameaça ao próprio presidente da República [Luiz Inácio Lula da Silva]. Não quero que a Abin se torne uma SS, não quero o Brasil com Hitler nem com SS", afirmou o senador, durante evento promovido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no Rio.
Segundo Virgílio, as escutas clandestinas não são atribuição da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que não deve ser "asquerosa". "A Abin veio substituir aquela coisa asquerosa que era o SNI (Serviço Nacional de Informação). Não para ser pior, não veio para ser asquerosa também, ela veio para informar o presidente da República sobre ameaças de locaute de empresários, greves de trabalhadores, [...] não veio para escutar o meu telefone, o telefone do secretário particular do presidente", disse.
O ministro Tarso Genro (Justiça) disse hoje que a preocupação do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder tucano no Senado, com o grampo é válida. "Ele manifestou uma preocupação que é de todo democrata. A Abin é originária do SNI. A transição é lenta, tem que haver uma mudança de cultura, de procedimento. É isso que estamos fazendo agora."
Grampeado
O senador afirmou que também estava na lista dos grampeados e criticou Paulo Lacerda, diretor-geral da agência afastado após a revelação dos grampos. "Eu estava na lista dos grampeados, eu tenho dito em casa que sou um marido testado e aprovado até pela Abin. Mas é duro saber que o doutor [Paulo] Lacerda me escuta", disse Virgílio.
"Eu não tenho nenhuma curiosidade em saber das conversas dele [Paulo Lacerda] com a mulher dele, prefiro ver um filme bom do Jack Nicholson. É muito melhor do que conversa do doutor Lacerda", completou o tucano, brincando com o fato de ter seus telefonemas pessoais grampeadas.
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