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A criação e a consolidação das centralidades urbanas

Conceito trata de espaços atrativos, onde há emprego e moradia, espalhados pela cidade

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Podemos definir centralidades urbanas como os espaços localizados em diferentes partes da cidade, relativamente autossuficientes, multifuncionais e atrativos, onde existem empregos, moradias, comércios e serviços capazes de favorecer o menor deslocamento das pessoas para desempenharem as suas atividades diárias. São locais que atraem atividades socioeconômicas e pessoas para ali se instalarem.

O crescimento de uma cidade obriga os planejadores a conceberem medidas que orientem a sua expansão. Em muitos municípios, a forma mais usual de planejamento do crescimento tem sido encontrar maneiras de conectar zonas mais centrais, muitas vezes saturadas, com as periferias. Em muitas das vezes em que é adotado, esse modelo resulta em uma congestão da área central e, consequentemente, no aumento da dificuldade de acesso e oportunidades para os residentes das áreas mais periféricas. Nesses casos, a criação de centralidades urbanas pode ajudar a equilibrar a operação e o funcionamento da cidade.

Os fatores que determinam a atratividade de uma centralidade, e que não são mutuamente exclusivos, envolvem aspectos históricos, de desenho urbano e, principalmente, questões relacionadas a perspectivas associadas com densidade populacional, tipologia das atividades presentes na região e regramentos adequados de uso do solo.

Muitas vezes, existem regiões da cidade onde seria interessante o funcionamento de uma centralidade, mas nem sempre estão ali presentes todos os requisitos indispensáveis para conseguir a atratividade necessária. Evidentemente, os efeitos positivos da centralidade não são alcançados.

Existem mecanismos importantes para consolidar novas centralidades e um deles é reestruturar o sistema de conectividade, propiciando o acesso à centralidade principalmente por meio de transportes e distribuição modal sustentáveis. Além disso, é imprescindível considerar os motivos das viagens, entendendo que a maioria delas é para trabalho ou educação, e que isso pode determinar a consolidação dessa nova centralidade. Também são importantes a ampliação e a melhoria da qualidade dos serviços públicos, estabelecendo-se metas para expansão e revitalização de parques, áreas de lazer e esportes, renovação da pavimentação, extensão das redes de ciclovias, adequação do sistema de saneamento, atendimento à saúde, e gestão de risco em caso de inundações, entre outros.

Várias cidades, aparentemente de forma orgânica e reativa ao processo de crescimento, desenvolvem algumas centralidades que, estrategicamente, se alocam em seu tecido urbano. Elas começam a evoluir e poderão se desenvolver até que encontrem seu ponto próprio de saturação. Até esse momento, elas são capazes de absorver novas atividades e moradores, que, de forma complementar, alimentem seu processo de desenvolvimento.

A indução à criação de novas centralidades, sem que outras organicamente criadas pela cidade já estejam saturadas, não é tarefa fácil e depende da estruturação nessas novas centralidades de todos os fatores essenciais de atratividade.

Áreas onde exista disponibilidade de emprego ganham capacidade de se tornarem centralidades, mesmo que não exista equilíbrio com o número de moradias. O contrário, contudo, dificilmente acontece. Porém, para gerar a atratividade necessária para a criação de disponibilidade de emprego, devem estar presentes nessas localidades uma mistura apropriada de tipologias de uso, além de infraestrutura urbana e social compatíveis.

Fica claro que a criação de novas centralidades é uma ferramenta de suma importância, disponível aos planejadores para se equilibrar o desenvolvimento de uma cidade. Entretanto, é absolutamente indesejável, do ponto de vista da concepção de planos urbanísticos, desprezar a capacidade de suporte das centralidades existentes e em operação, que absorverão, de forma mais rápida e eficiente, o crescimento da cidade.

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