A Companhia das Letras já encomendou a tradução da biografia feita pelo americano Blake Bailey sobre o escritor Philip Roth, um catatau de mais de 900 páginas.

Jorio Dauster, que já traduziu várias obras de Roth, além de livros de autores como Jonathan Franzen e Ian McEwan, ficará responsável pela versão em português do livro. A previsão é que ela chegue às livrarias entre o final deste ano e o começo do próximo.

A biografia acaba de sair nos Estados Unidos pela editora W.W. Norton, envolta em expectativa —antes de morrer, em 2018, o autor de "Pastoral Americana" fez um escrutínio severo para decidir quem seria o responsável por escrever sobre sua vida e obra, negando acesso e até enfrentando na Justiça outros potenciais autores.

Terminou escolhendo Bailey, que já havia realizado obras elogiadas sobre Richard Yates, de "Revolutionary Road", e John Cheever, de "A Crônica dos Wapshot", e o recompensou fartamente.

Além de longas entrevistas com o autor de "O Complexo de Portnoy" e com personagens de sua vida, costumeiras em esforços do tipo, o biógrafo teve acesso a uma montanha de material de arquivo e de manuscritos, alguns preparados por Roth de olho nesta publicação póstuma —e que têm boa chance de serem destruídos, segundo a vontade dos executores do espólio.

JUÍZO FINAL A Companhia também prepara um novo romance de Bernardo Carvalho, "O Último Gozo do Mundo". A obra do colunista da Folha e autor de "Nove Noites" conta a história de uma professora de sociologia que vê seu casamento ruir às vésperas da eclosão de uma pandemia. A narrativa distópica, com os ares perturbadores e enigmáticos que consagraram a literatura de Carvalho, sai agora em maio.

HÁ DE CHEGAR MAIS UMA VEZ Na leva de literatura brasileira do grupo Record para este semestre, há novos trabalhos de Fernando Bonassi, que publica "Degeneração" em junho, Fabrício Carpinejar, com "Médico das Roupas", e Carlos Cardoso, com "Sol Descalço".

O AMOR... A coletânea "O Conto Não Existe", na qual o selo Pernambuco da editora Cepe reúne ensaios e perfis do escritor Sérgio Sant'Anna um ano depois de sua morte por Covid, no começo de maio, traz um texto raro do autor sobre Rubem Fonseca —cuja morte, por sua vez, completou um ano nesta quinta.

...SERÁ ETERNO NOVAMENTE Em "A Propósito de Lúcia McCartney", publicado em 1970 no Suplemento Literário de Minas Gerais, ele conclama Fonseca o "novo rei" do gênero conto, desbancando Dalton Trevisan —um rei que estaria "seminu" porque "só tem uma jogada". Para Sant'Anna, o então recém-lançado "Lúcia McCartney" era "o mais importante livro de ficção brasileira dos últimos anos". "Importante não por causa do eterno concurso, mas porque quebra cadeias e abre um horizonte imenso."

QUERO TER OLHOS PARA VER E, já que estamos falando de literatura nacional, o clube de assinaturas TAG promove em maio um ciclo de debates virtuais com autores e pesquisadores de renome, como Jeferson Tenório, Socorro Acioli, Itamar Vieira Junior, Amara Moira e Luiz Antonio de Assis Brasil.