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Crianças tiram dúvidas sobre o submersível Titan, que implodiu no fundo do mar

'Por que eles não saíram lá de dentro?', pergunta leitor da Folhinha a respeito da embarcação e seus ocupantes

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São Paulo

O submarino (ou submersível) Titan foi o assunto da semana passada —depois de ficar desaparecido, a Guarda Costeira dos Estados Unidos anunciou que a embarcação colapsou no fundo do mar e que seus ocupantes morreram.

As crianças Bia, Dante, Vicente e Helena ficaram com algumas dúvidas sobre o tema e as enviaram para a Folhinha (folhinha@grupofolha.com.br). O jornalista especializado em ciências Salvador Nogueira respondeu a todas elas.

O submarino Titan, que implodiu na última semana - OceanGate Expeditions/PA Wire

Por que não colocam uma florestinha no submarino com luz artificial para promover fotossíntese?

Esses veículos são bem pequenos, porque isso facilita também que eles aguentem o mergulho. Quanto maiores, mais difícil. Aí falta espaço para criar um sistema de produção de oxigênio interno, com plantas. Mais fácil planejar viagens curtas e levar o oxigênio junto.

Mas a ideia não é ruim! Para espaçonaves, que terão de fazer viagens mais longas, os cientistas pensam em jeitos de criar o que eles chamam de um sistema de controle ambiental e suporte de vida fechado, ou seja, que se recicla inteiramente para não acabar. E isso poderia incluir plantas para produzir fotossíntese e gerar oxigênio a partir de dióxido de carbono.

Você acha que o submersível pode ter ficado preso dentro do Titanic?

Pelo tamanho dele, seria difícil ele navegar por dentro dos destroços, salvo talvez por umas poucas entradas maiores. Mas, ainda assim, seria muito arriscado, porque ele tem um cabo umbilical que o liga ao navio na superfície, e é usado para comunicação e transmissão de dados. Entrar nos destroços poderia acabar cortando ou enroscando o cabo, criando uma situação de altíssimo risco.

Por sinal, quando o cineasta James Cameron fez uma expedição ao Titanic em 2001 para gravar um documentário, ele levou dois minidrones acoplados ao submersível, para entrar no interior do navio. E um deles acabou pifando e ficou preso lá dentro.

Por que eles não saíram nadando de dentro do submersível?

Quando você está a alta profundidade, a pressão que aquele monte de água faz sobre seu corpo é muito grande. Ele seria essencialmente esmagado. Como, por sinal, o próprio submersível foi esmagado pela pressão, apesar de ser muito mais resistente que o corpo humano. Daí que eles não teriam como sair nadando de dentro dele.

Por que não conseguimos respirar na água?

Nossa espécie evoluiu de outras que vivem há muito tempo na terra, e nossos pulmões estão adaptados para extrair o oxigênio que está no ar. É muito diferente tirar oxigênio do ar e da água, um meio bem mais denso.

Criaturas que evoluíram na água, como os peixes, têm guelras, em vez de pulmões, que são especificamente capazes de tirar o oxigênio da água. Mas, como são situações bem diferentes, os peixes não conseguem respirar no ar, e nós não conseguimos respirar na água.

Você acha que o submersível afundou igual ao Titanic? Ou ele vai ficar boiando pra sempre?

O submersível afundou, igual ao Titanic. É possível que partes dele acabem emergindo, porque ele foi bastante amassado e danificado quando cedeu a pressão do fundo do mar e foi esmagado. Mas ele é bem mais pesado que a água, e só poderia boiar com o ar que havia dentro dele, mas escapou quando a estrutura colapsou.

O Titanic existiu de verdade?

O Titanic existiu de verdade. Sua construção foi iniciada em 1909 e ele foi projetado para ser um dos mais luxuosos e seguros navios de sua época. Todo mundo viu ele partir Southampton, na Inglaterra, em 10 de abril de 1912, rumo a Nova York, para onde levaria mais de 1.300 passageiros e uma tripulação de quase mil.

Ele afundou logo na primeira viagem, em 15 de abril, depois de trombar com um iceberg (um enorme pedaço de gelo boiando no mar). Há fotos dele e hoje, claro, várias pessoas já visitaram os destroços no fundo do mar.

Muitos dos tripulantes e passageiros morreram porque os donos do navio o consideravam tão seguro ("inafundável", eles diziam) que colocaram menos botes salva-vidas do que o necessário para esvaziá-lo completamente em caso de emergência. Deu no que deu.

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