Kim Jong-un pode estar ausente para se proteger do coronavírus, diz ministro da Coreia do Sul
Rumores sobre saúde do ditador da Coreia do Norte ganharam força porque ele não é visto há semanas
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O medo de se contaminar com o novo coronavírus pode ser o motivo do sumiço do líder norte-coreano, Kim Jong-un, de acordo com o ministro da Unificação da Coreia do Sul, Kim Yeon-chul.
Especulações sobre a saúde e mesmo a possível morte do ditador têm circulado na última semana, com base em sua ausência em eventos públicos importantes, como o aniversário de seu avô, Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte, no último dia 15.
"É verdade que ele nunca perdeu o aniversário do avô desde que assumiu o poder, mas muitos eventos de aniversário, incluindo celebrações e banquetes, foram cancelados por causa de preocupações com coronavírus", disse o ministro da Coreia do Sul durante uma sessão parlamentar nesta terça-feira (28).
O ministro sul-coreano afirmou que o fato de Kim Jong-un não ser visto em público há mais de duas semanas não é "particularmente incomum, dada a atual situação [do coronavírus]".
O regime da Coreia do Norte afirma, entretanto, que não há casos confirmados da Covid-19 no país.
A última aparição pública do líder norte-coreano foi em 11 de abril, quando ele presidiu uma reunião da Assembleia Popular Suprema, em Pyongyang.
De acordo com o site Daily NK —página especializada e administrada por opositores do regime—, Kim passou por um procedimento cardiovascular no dia seguinte e depois ficou em recuperação.
Segundo a agência de notícias Reuters, uma equipe de médicos chineses foi enviada à Coreia do Norte para prestar assistência ao ditador.
O ministro sul-coreano afirmou que tanto a cirurgia quanto a assistência dos chineses são "fake news".
No domingo (26), um porta-voz da Coreia do Sul afirmou à emissora americana Fox News que Kim Jong-un está "vivo e bem" e que "ele tem estado na área de Wonsan desde 13 de abril".
Também no domingo, a TV estatal norte-coreana divulgou um texto atribuído a Kim Jong-un, em que ele agradece aos trabalhadores responsáveis pela construção de Samjiyon, cidade planejada inaugurada em dezembro.
A mídia oficial, entretanto, não comentou os rumores sobre a saúde do ditador nem confirmou seu paradeiro.
Nesta segunda (27), o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que tem informações sobre o estado de saúde de Kim Jong-un, mas que não poderia entrar em detalhes.
"Não sei dizer exatamente", disse quando questionado sobre a condição de Kim durante entrevista coletiva na Casa Branca. "Sim, eu tenho uma ideia muito boa, mas não posso falar sobre isso agora. Só desejo a ele o melhor."
Com os rumores de que o ditador estaria gravemente doente, passou-se a debater quem poderia sucedê-lo no comando da Coreia do Norte. Sua irmã, Kim Yo-jong, tem sido citada pela imprensa internacional como opção, embora mulheres em cargos de comando sejam raras no país.
Em entrevista à Folha, a jornalista Anna Fifield, autora da biografia de Kim Jong-un, disse que não há um sucessor óbvio para o líder da Coreia do Norte e o maior risco de uma disputa de poder seria a segurança do arsenal nuclear do país.
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