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EUA dizem que americanos soltos pela Venezuela não são troca por alívio de sanções

Dois prisioneiros foram libertados dias após tentativa de reaproximação entre os países

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Washington | Reuters

O governo dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira (10) que a libertação de dois americanos presos pelo regime de Nicolás Maduro não foi feita em troca de um possível alívio em sanções aplicadas ao petróleo venezuelano ou de garantias de compra da matéria-prima.

A afirmação da porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, se dá dois dias depois que Gustavo Cárdenas e Jorge Alberto Fernández foram soltos pela Venezuela.

Porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10), em Washington - Nicholas Kamm/AFP

Cárdenas, um executivo da Citgo, subsidiária da petroleira PDVSA nos EUA, estava detido desde 2017, acusado de crimes financeiros. Fernández é um cubano-americano preso em 2021 sob acusação de terrorismo e sem qualquer relação com o caso de Cárdenas.

"Dois americanos que foram detidos injustamente na Venezuela poderão abraçar suas famílias mais uma vez", afirmou o presidente americano, Joe Biden, em comunicado.

A libertação logo desencadeou especulações sobre os motivos, já que Biden anunciou, no mesmo dia a proibição de importação de petróleo russo em meio à crise na Ucrânia.

Uma delegação de autoridades americanas também havia ido a Caracas no último sábado (5), no que foi considerado o gesto de maior aproximação entre os dois países desde que Washington fechou sua embaixada na capital venezuelana e impôs sanções ao petróleo do país, em 2019.

O motivo do rompimento se deu no ano seguinte à reeleição de Maduro para mais seis anos no cargo, pleito amplamente contestado pela comunidade internacional.

A delegação americana foi chefiada por Juan González, conselheiro para América Latina, e pelo embaixador James Story. Fontes da Reuters afirmam que eles teriam se encontrado com o próprio Maduro e sua vice, Delcy Rodríguez, para discutir eventuais alívios às sanções ao petróleo venezuelano.

Se por um lado a conversa não teve muitos avanços, por outro marcou o início de um movimento de possível reaproximação entre os dois países. Na segunda-feira (7), Maduro mencionou a reunião em um discurso transmitido pela TV.

"Tivemos uma reunião, posso classificá-la de respeitosa, cordial, muito diplomática", afirmou o ditador. "Lá estavam as bandeiras dos EUA e da Venezuela e se viam muito bonitas. As duas bandeiras, unidas, como devem estar."

A reaproximação ocorre justamente quando o impacto da crise mundial de energia começa a chegar nos postos de combustível americanos, em paralelo às sanções à economia russa.

A Venezuela concentra a maior reserva de petróleo do mundo, além de ser geograficamente muito mais próxima dos EUA.

Além da declaração da porta-voz da Casa Branca, outros sinais apontam para dificuldades nas relações, apesar do momento propício do ponto de vista econômico.

Na semana passada, Washington renovou por um ano uma ordem executiva de emergência nacional com relação à Venezuela. A justificativa é de que continuam em níveis críticos a perseguição política, a liberdade de imprensa e a deterioração dos direitos humanos no país, e que isso representa uma "ameaça incomum e extraordinária para a segurança nacional e política externa dos EUA".

Maduro também nutre relações próximas com o presidente Vladimir Putin há décadas. Foi o russo um dos líderes que socorreram a ditadura venezuelana quando os EUA implementaram o embargo ao petróleo do país.

Também na área militar e diplomática os dois antagonistas de Washington se conversam: Caracas comprou caças Sukhoi Su-30 de Moscou, que enviou uma frota da Marinha para exercícios militares no Caribe. Na ONU, a Venezuela não votou na sessão que condenou a invasão russa da Ucrânia, por estar em dívida com a organização.

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