Basta nascer para começar a envelhecer. Os sinais são percebidos no cabelo, corpo e, principalmente, na pele. Para indústria de cosméticos e farmacêuticas, aos 25 anos a pele é considerada madura. Por esse motivo um arsenal de produtos antirrugas são indicados para ser usados a partir dessa idade.
Mas, faz sentido? Especialistas afirmam que é preciso levar em consideração diferença entre a idade cronológica, que é o tempo que passou desde o seu nascimento, da idade biológica, uma combinação entre fatores genéticos e consequência das escolhas feitas ao longo da vida.
Assim, quando a industria da beleza diz que a partir dos 25 anos a pele já é considerada madura, está levando em consideração a parte biológica. É nesse período que começam as modificações fisiológicas e bioquímicas da pele.
É nessa época em que ocorre perda de 20% da capacidade de renovação de colágeno em comparação com a adolescência, segundo a dermatologista Claudia Marçal, membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), da Academia Americana de Dermatologia e da SBCD (Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica). No período da menopausa, essa diminuição pode chegar a até 30%.
O que acontece com a pele a partir dos 25 anos
A derme começa a perder hidratação, luminosidade e textura, mas o declínio significativo de colágeno ocorre mais tarde.
Além disso, há diminuição da firmeza da pele e a flacidez, principal elemento de uma pele madura, começa a aparecer. Há também a perda da uniformidade do tom com o aparecimento de manchas. A elasticidade fica comprometida, além da alteração na espessura da epiderme.
"Tanto a elasticidade como a firmeza já são comprometidas, como também já começam a aparecer as marcas de expressão, as rugas finas, principalmente, aquelas ao redor dos olhos e na região da boca, que a gente chama de bigode chinês", afirma Patrícia França, farmacêutica e bioquímica e gerente científica na Biotec Dermocosméticos.
"É uma pele que fica mais reativa, tem mais sensibilização os vasos começam a ser mais pronunciados e os poros se tornam mais dilatados."
Mas há quem discorde que a pele madura começa nesse período. É o caso de Fernanda Chauvin, Farmacêutica bioquímica e pós-graduada em Cosmetologia e Homeopatia pela USP (Universidade de São Paulo). "Aos 25, a questão não é a pele estar madura. Ela está com o processo de envelhecimento celular, que pode ser rápido ou lento, dependendo do estilo de vida", diz ela.
Outros fatores devem ser levados em consideração quando se trata da idade da pele. Afrodescendentes e asiáticos, por exemplo, têm uma proteção genética maior contra o envelhecimento devido à melanina e fibras mais resistentes, segundo especialistas. A genética também influencia, mas não tanto quanto as pessoas imaginam. Ela contribui cerca de 20% para o envelhecimento.
O impacto do estilo de vida na pele
A forma como as pessoas levam a vida impacta muito mais no envelhecimento do a genética.
"É nítido quando você compara uma pessoa de 60 anos que mantém um estilo de vida mais ou menos saudável com outra que fuma, bebe, dorme mal e é altamente estressada, porque o cortisol também compromete a qualidade da nossa pele", diz França.
Fatores que afetam a pele são:
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Sono. Dormir bem é fundamental para a recuperação celular e reparação dos danos causados durante o dia.
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Alimentação. O consumo excessivo de alimentos processados e açúcar impacta negativamente na pele, especialmente pela degradação do colágeno e elastina.
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Exposição solar. O sol e a luz azul de dispositivos eletrônicos afetam a pele, gerando manchas. "O melhor anti-aging do mercado no momento é o filtro solar", diz França.
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Estresse. Contribui diretamente para o envelhecimento, especialmente em pessoas com rotinas extenuantes.
Como cuidar da pele
É importante criar uma rotina de skincare que inclua uso de antioxidantes (como vitamina C e vitamina E), ácido hialurônico, protetor solar e produtos que estimulam o colágeno, como o retinol.
A pele precisa ser limpa adequadamente para evitar a deposição de poluentes e outros agentes externos que podem causar inflamação e envelhecimento precoce.
No entanto, a bioquímica Fernanda Chauvin afirma que o uso de retinol deve ser reservado para idades mais avançadas, como após os 35 ou 40 anos, quando há maior declínio na produção de colágeno. "Você pode causar reação de sensibilidade e desidratação usando substâncias inadequadas para aquele momento", diz.
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